90 anos de desfiles no Rio: Nove décadas, quinze campeãs e uma longa hegemonia

Desfile das campeãs - Portela 2019. Foto: Leandro Milton/SRzd

Desfile das campeãs – Portela 2019. Foto: Leandro Milton/SRzd

Em fevereiro de 1932 nascia o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro. Direto da redação do saudoso jornal Mundo Sportivo, Mario Filho, irmão do genial Nelson Rodrigues e que dá nome ao estádio do Maracanã, idealizou o primeiro modelo.

O segundo desfile, realizado em 1933, foi organizado pelo Jornal O Globo. No ano seguinte, dois desfiles; um sob a coordenação do jornal O País, outro pelo A Hora.

Porém, o ano de 1935 é considerado como o do primeiro concurso oficial, por ter recebido o apoio da Prefeitura da cidade, pagando uma pequena subvenção às escolas. Em 1936, o Carnaval foi organizado pela União das Escolas de Samba, a primeira entidade criada para representar as agremiações.

Nessa longa jornada, foram, até aqui, 90 anos de história, onde as escolas fizeram história, contadas por seus artistas e pela expressão genuína de suas comunidades. O Rio, o Brasil e o mundo passaram a conhecer, através da arte e da voz dos sambistas, aspectos únicos da cultura popular e da própria identidade do povo brasileiro.

O SRzd traz neste mês de fevereiro uma série de reportagens especiais para celebrar esta marca importante dos desfiles das escolas de samba.

Nove décadas, quinze campeãs e uma longa hegemonia

Durante essas nove décadas, quinze escolas de samba apenas conseguiram o feito de chegar ao primeiro lugar nos concursos.

Nessa matemática da disputa entre as agremiações, a Portela ostenta duas marcar impressionantes; é dona do maior número de campeonatos, são 22, e é a primeira em quantidade de títulos desde 1943, quando levantou seu quinto troféu.

Por outro lado, a azul e branca também registra um dos maiores jejuns de títulos; foram 33 anos de espera entre 1984 e 2017, quando voltou a soltar o grito de campeã. Entre as 12 escolas que integram o grupo Especial de 2022, a espera pelo primeiro lugar está assim:

Mangueira – desde 2019
Beija-Flor – desde 2018
Mocidade e Portela – desde 2017
Unidos da Tijuca – desde 2014
Unidos de Vila Isabel – desde 2013
Salgueiro – desde 2009
Imperatriz – desde 2001

Deste grupo, apenas três nunca conquistaram o título da divisão de elite; a Acadêmicos do Grande Rio, o Paraíso do Tuiuti e a São Clemente.

Entre as quinze escolas de samba que ergueram a taça, a Portela lidera, seguida de perto pela Mangueira. Nos 34 anos de jejum portelense, a verde e rosa celebrou 6 títulos e se aproximou da rival.

Em terceiro, aparece a Beija-Flor. Primeira a “incomodar” o quarteto formado por Mangueira, Portela, Império e Salgueiro, no final dos anos 1970, já soma 14 conquistas. No atual sambódromo, na Marquês de Sapucaí, ganhou o apelido de Soberana por ser a mais vitoriosa, com 9 campeonatos:

Portela (22 títulos) – 1935, 1939, 1941, 1942, 1943, 1944, 1945, 1946, 1947, 1951, 1953, 1957, 1958, 1959, 1960, 1962, 1964, 1966, 1970, 1980, 1984 e 2017

Mangueira (20 títulos) – 1932, 1933, 1934, 1940, 1949, 1950, 1954, 1960, 1961, 1967, 1968, 1973, 1984, 1984, 1986, 1987, 1998, 2002, 2016 e 2019

Beija-Flor (14 títulos) – 1976, 1977, 1978, 1980, 1983, 1998, 2003, 2004, 2005, 2007, 2008, 2011, 2015 e 2018

Salgueiro (9 títulos) – 1960, 1963, 1965, 1969, 1971, 1974, 1975, 1993 e 2009

Império Serrano (9 títulos) – 1948, 1949, 1950, 1951, 1955, 1956, 1960, 1972 e 1982

Imperatriz (8 títulos) – 1980, 1981, 1989, 1994, 1995, 1999, 2000 e 2001

Mocidade (6 títulos) -1979, 1985, 1990, 1991, 1996 e 2017

Unidos da Tijuca (4 títulos) – 1936, 2010, 2012 e 2014

Vila Isabel (3 títulos) – 1988, 2006 e 2013

Unidos da Capela (2 títulos) – 1950 e 1960

Viradouro (2 títulos) – 1997 e 2020

Com um título:

Estácio de Sá – 1992

Prazer da Serrinha – 1950

Recreio de Ramos – 1934

Vizinha Faladeira – 1937

Ainda ao analisar períodos de maior predomínio dentro dos concursos no Rio de Janeiro, se destacam as escolas que conseguiram as maiores sequências de títulos. Nesse quesito, a Portela ainda segue imbatível e, pelo nível cada vez mais acirrado de competição, fica difícil imaginar que se repita o feito conseguido entre 1941 e 1947.

A agremiação de Madureira ainda registra um tetracampeonato, conquistado em 1960, assim como o Império Serrano, no ano de 1951. Apenas as duas ostentam essa sequência. Entre todas as quinze que já foram campeãs da divisão principal, também é o Império dono de uma marca de destaque nessa análise; é a que está a mais tempo sem sentir o doce sabor da vitória; são 40 anos desde o inesquecível desfile de 1982. A Estácio completa, este ano, três décadas de distância do seu também memorável campeonato no Especial.

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