Curicica peca na plástica em desfile organizado
A União do Parque Curicica revirou o baú da memória e convidou a todos a fechar os olhos e viajar através das lembranças da infância e dos diversos objetos que marcaram décadas passadas. A tricolor de Jacarepaguá foi a quinta escola a desfilar no primeiro dia de Carnaval da Série A em 2017. A escola pecou em vários quesitos, principalmente os plásticos (alegorias e adereços e fantasias). O enredo não teve uma leitura compreensível. O destaque positivo foi a organização, compactação e andamento do desfile.
Comissão de Frente
Os coreógrafos Eduardo Saadi e Roberto Barros desenvolveram uma apresentação muito simples e não empolgou o público. Faltou criatividade e sincronia nos movimentos dos bailarinos nos três primeiros módulos. Os dançarinos utilizaram uma blusa prateada e uma jardineira colorida. Os responsáveis pelo quesito aderiram ao elemento alegórico. Era um baú no qual surgia um adulto fazendo papel de criança com o fundo estampado com a bandeira da escola.
Casal de mestre-sala e porta-bandeira
O talentoso e bom casal da Curicica não conseguiu realizar um bom desfile. Na cabine dupla, a bandeira prendeu na cabeça da porta-bandeira Shayenne e o pavilhão bateu no mestre-sala por duas vezes. Em alguns momentos faltou sintonia no casal. Ora ele riscava e ela parava, ora ela bailava e ele parava. Marcinho e Shayenne representaram o estímulo à memorização do jogo Genius, brinquedo muito popular na década de 1980.
Harmonia e evolução
Melhores quesitos da escola nesta noite. A agremiação obteve um bom resultado no canto, destaque para o último setor, assim como aconteceu no ensaio técnico. A última ala que representava os garis fez excelente passagem no Sambódromo. O quesito evolução foi o principal quesito da tricolor. Compacta e organizada, a equipe de harmonia conseguiu utilizar toda a pista nas laterais e fez boa entrada e saída da bateria no segundo recuo. A escola teve um andamento homogêneo. Concluiu o seu desfile com emoção cravando 55 minutos, tempo limite de desfiles.
Samba-enredo
A obra de Berequinho JPA, Tonho do Cavaco, Fabian Guerreiro, Aniceto, Robertinho Bacaris, Neguinha, Tide, Mariano e Cléber, muito criticada anteriormente, conseguiu em seu refrão ajudar no canto dos componentes. Sua letra porém não possui riqueza poética e pode sofrer penalizações do júri.
Bateria
A boa bateria de mestre Léo Capoeira realizou bossas complexas. Ele esteve acompanhado de diversos mestres de bateria, inclusive de Lollo, ex-Curicica e atualmente na Imperatriz. Os ritmistas representaram a timbalada. Uma fileira de repiques com duas baquetas fez uma levada baiana, segundo Cláudio Francioni, comentarista do SRzd. Bruno Moraes, também comentarista do portal, opinou como boa a passagem da “Audaciosa” pela Sapucaí.
Alegorias e adereços, fantasias e enredo
O primeiro setor, “Recordando os bons momentos da infância”, contou com a comissão de frente, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, uma ala e o carro abre-alas. Já o segundo setor, “Recordando bons momentos da tv”, apresentou-se com três alas, o segundo casal (Raphael e Letícia Malaquias), mais três alas e a segunda alegoria (“Programas de Auditório”). Na terceira parte do desfile (“Recordando bons momentos da música”), exibiram-se três alas, a bateria (timbalada), o carro de som, mais quatro alas e a terceira alegoria (“Discoteca de Memórias Curicica”). O quarto setor, intitulado de “Aprendendo com o passado para construir um futuro melhor”, contou com cinco alas. Já o quinto e último, “Recordando antigos Carnavais”, levou o terceiro casal, Marcelinho e Giza, que representaram antigas decorações de rua do Carnaval, três alas e a última alegoria: “Amor, festa e Carnaval”.
Foi a plástica o ponto mais baixo de todo o desfile da Curicica. As alegorias não foram bem executadas. Diversas esculturas passaram com um acabamento que deixou a desejar. As fantasias, por sua vez, foram muito simples e também mal acabadas. O enredo pareceu confuso segundo o comentarista do SRzd Carnaval Hélio Ricardo Rainho.
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