Comissão da São Clemente faz brincadeira sobre ‘virada de mesa’ no Carnaval 2018

Desfile São Clemente 2019. Foto: Juliana Dias/SRzd

Abrindo os desfiles no segundo dia do Grupo Especial, a São Clemente mostrou na Sapucaí um enredo crítico em que demonstra em cada ala a degradação do Carnaval brasileiro em comparação aos vividos à época em que os foliões se divertiam na Praça 11. Em “E o Samba Sambou”, a agremiação chegou a expor na comissão de frente a visão do carnavalesco em relação às reviravoltas nos últimos desfiles no Rio de Janeiro.

Coreografada por Júnior Scarpin, a Amarela e Preto trouxe uma ideia bem-humorada em que escancara a “virada de mesa” no Carnaval de 2018, onde duas escolas cairiam para a Série A mas, depois de plenária com a cúpula da LIESA, foi decidido que nenhuma escola seria rebaixada. Últimas colocadas nos desfiles no ano foram a Acadêmicos do Grande Rio e o Império Serrano.

À pedido de Renato Almeida Gomes (Renatinho), Presidente da Escola, a agremiação tratou de forma lúdica um tema polêmico. Em 2018, escolha pelo não rebaixamento de nenhuma escola não foi apoiada apenas pela Mangueira e pela Portela, que apoiavam a decisão dos jurados.

A comissão

Mostrando um grande tabuleiro de xadrez, simbolizando o Carnaval como um jogo, o coreógrafo mostra a “briga” das coirmãs buscando o campeonato. Em uma “sala de reunião”, se propõe a representar o grupo de dirigentes das escolas de samba quando se reúnem para decidir o futuro das agremiações.

Neste momento, “a mesa vira”, e personagens interpretando a Grande Rio e o Império Serrano caem para baixo da mesa. Após as decisões, retornam puxando uma corda.

Em entrevista ao repórter JP Alves, do SRzd, o coreógrafo da Comissão de Frente, Júnior Scarpin, falou sobre a ideia de retratar o tema: “Eu queria fazer uma comissão de frente que não desrespeitasse ninguém, porque a gente pode criticar, mas sem desrespeitar as pessoas e graças a Deus, isso foi feito de uma forma muito bacana. Tá divertido, tá debochado, tá sarcástico, mas tá muito respeitoso, tenho certeza absoluta que ninguém vai se sentir desrespeitado, mas vai parar e refletir ‘caramba, isso aconteceu’. Então, vamos trabalhar, vamos trabalhar sério, vamos trabalhar bonito para que isso não aconteça de novo”.

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