CHAT FOLIA: Coxa Bamba abre os desfiles homenageando o Centenário do Samba

Bastidores da Coxa Bamba da Rainha

Por Dhenys Rafael

A escola de samba capixaba Coxa Bamba da Rainha abre os desfile do grupo acesso A com irreverência e claro, muito samba. Confira a entrevista com o carnavalesco Lukas Schultheiss.

Coxa Bamba da Rainha fez uma estreia no carnaval da UESM em 2016, com samba e tema autoral, por que esse ano a escola optou por reeditar?
Esse samba da Cabuçu é tão animado, tão bom, tão dentro da história que eu queria contar que se eu fosse compor outro iria parecer plágio. Então, num ano em que eu homenageio os compositores, esta é uma forma de também homenagear todos os outros através dos compositores do samba original. A Coxa vem mais uma vez com cara de Coxa. Estou tentando criar uma identidade pra escola, de trazer temas bem humorados, críticos ou lúdicos e que envolvam pesquisa estética e histórica nas fantasias e alegorias. Para alguns que conhecem o carnaval antigo de cara vão reconhecer as referências, para quem gosta de moda ou arte contemporânea, também. A Coxa é uma mistura de tudo isso… é bem a minha cara. rs

Coxa vai ser a primeira a desfilar, rola alguma pressão por ser campeã e a primeira a abrir os desfiles ?
Acho que pra mim é até melhor. Como estarei fazendo a narração, depois do meu desfile vou relaxar e poder curtir tudo. Seria ótimo que eu desfilasse no entardecer, por conta das cores usadas no desfile, que são as cores da escola (laranja e branco) e que é o meu momento favorito do dia junto com o nascer do sol, quando o céu fica laranja e parece que o tempo passa mais devagar, mas, vamos ver o sol nascer em plena 14h da tarde e tornar laranja o nosso desfile. Quem viver, verá!

Como foi gravar o desfile pela manhã?
Gravar de manhã foi ruim, cansativo, dolorido e me fez sentir cada músculo do meu corpo. Isso porque eu não estava preparado para gravar de manhã. Meu desfile é cheio de luz, cheio de efeitos, cheio de cores vibrantes, strass, brilhos, pedras e o brilho disso tudo se perde com o sol. Mas, foi o horário que deu. E fico feliz pelo resultado.
Quem assistir ao vivo vai ver um desfile à tarde com luz “da tarde”, sem fogos de artifício, nem nada… Uma escola matutina.

Interessante ver que a escola investiu nas confecções de alas e carros, conta mais pra gente?
Tudo foi feito muito rápido, em 21 dias de barracão a escola estava pronta. E eu já tinha tudo na minha cabeça. Como fazer, como reaproveitar as coisas. Tanto no carnaval de maquete quanto no real eu sou contra desperdício. Se eu corto uma gola, a rebarba vai servir para um chapéu, o meio para um bracelete, etc… se eu pinto um boneco, o papel de fundo vai ser usado para forrar alegoria… E com isso, consigo economizar e ter umas moedas para comprar umas pedrinhas e uns brilhinhos. A Coxa vem “vestida”. As minhas fantasias são todas miniaturas de figurinos ou de fantasias de carnaval. Tenho fantasias de terno e gravata, tenho fraques, cartolas, saias, vestidos, além de ombreiras, palas, cinturões, etc, etc.

Fora a dificuldade em ter que gravar em um horário diferente. A escola teve alguma problema na hora de pôr a mão na massa?
Muitos. A dificuldade financeira me afastou do início dos trabalhos e depois, tudo o que eu começava a fazer faltava um pedacinho para completar e eu tinha que reinventar. Mas, quem tem amigo tem tudo e eu recebi muitas doações de três Mocidades. A Louca me doou um chassi que se transformou no abre-alas e no tripé; A Masf me doou materiais e componentes; A Paulista me doou miniaturas de comidas e bebidas, broches e acabamentos. Sem contar as minhas madrinhas e afilhadas. Império da Mangueira me doou mesinhas de pizza e mais de 200 fuxicos lindos que estão espalhados por toda a escola, a Alegria me doou um chassi de carro e sobras de materiais. Uma das fantasias que mais me orgulha é a da ala das baianas. Toda feita de tecido, toda “baiana”, com renda, com laços, colares, pano de costa, turbante… e só foi possível terminar porque recebi doação de material de uma outra escola. O

Bacana é ver que o lixo vira luxo pra escola. Algo interessante que possa nos contar, podendo ser até uma dica pras co irmãs de reaproveitamento de matérias ?
Acho que a principal dica é: antes de começar a fazer o novo, veja o que vc tem, desmonte com cuidado, e separe tudo para aproveitar, se não for este ano, pode ser no próximo. E claro, planejamento e bom senso.

Uma curiosidade na coxa é a insanidade podemos chamar assim. Que você cria para cada tema, ano passado teve até jurado que surpreendeu com tanta criatividade, pro criolo doido quais foram os parâmetros pra não ir além?
Pra não ir além? Eu vou muito além. O meu limite (em criatividade) é não ter limite. Ou melhor, o meu limite foram 4 carros, 2 tripés e 16 alas. O jurado me desapontar por ser criativo demais foi o maior elogio que recebi. rs
Eu estudo, leio, escuto, vejo, assimilar tanta coisa, que o meu parâmetro é viver. Eu gosto “do saber”. Eu sei que cada um tem um saber e uma experiência de vida diferente. Tento equilibrar meus devaneios para ser um aprendizado divertido em forma de carnaval.

A escola no ao fim de seu primeiro carnaval, afirmou que suas alegorias eram bem pequenas! E pra esse ano manteve as mesmas ou teve alguma mudança nisso? E a irreverência, ainda é uma coisa muito presente em suas alegorias?
Mantive as mesmas estruturas. Mas para que não pareça pequena eu trabalho com a proporção que se pareça com o carnaval real. Desta forma ficam compatíveis com o tamanho dos bonecos. E muito detalhe. A irreverência está presente em tudo. Nas cores, nas esculturas, nas composições que interpretam personagens, etc.

No final da entrevista o presidente e carnavalesco Lukas deixou seu convite confira.
Venham se divertir,  brincar e sambar com a Coxa Bamba. Se você gosta de brincar de carnaval. Vai gostar de brincar com a Coxa!!!

E não se esqueça, nos dias 15 e 16 de abril 2017 acontecem os desfiles da União das Escolas de Samba de Maquete (UESM), assista pelo site: www.uesm.com.brr

Saiba mais sobre o Carnaval de Maquete da UESM

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*em colaboração voluntária ao SRzd

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