Vale do Omo será homenageado pela Ungidas no Carnaval Virtual 2022

Logo oficial da agremiação.

A República das Ungidas anunciou que seu enredo na disputa pelo título de campeã do Grupo de Acesso I será “Omo: o despertar da humanidade”, de autoria do carnavalesco e presidente, Eduardo Tannús.

A escola abordará em seu enredo a região ao sul da Etiópia, em que vive uma comunidade tradicional, usando de seu espaço para defender a sua existência.

Pavilhão oficial da agremiação.

Confira a sinopse da escola:

Logo oficial completo da agremiação.

E fez-se a vida! um “grande chifre” chegou para ficar e formar um Grande Vale em pleno semideserto, fazendo a água brotar rumo ao Lago.
E lá no Lago? A vida aumentava e evoluía. Primatas chegavam para virarem hominídeos, que viraram humanes e, com isso, as primeiras ocupações.
O pioneiro foi do povo Kwegu em sua facilidade como povo caçador-coletor. Desceram o vale até descobrirem pelos deuses onde poderiam ter o suficiente para comer pelos milênios seguintes: o alimento que morava no rio.
De caçadores e coletores, descobriram como pescar, até tornarem-se o “povo do rio” pelos vizinhos que vieram posteriormente. Bravos pioneiros fluviais!
O povo Daasanach veio um pouco depois para ensinar o manejo da terra, o pastoreio e, sobretudo, uma arquitetura sempre inovativa
Chegando, por fim, à inteligência pioneira dos Turkanas, que, unindo-se aos Jie, Karamojong , Toposa, Nyangatom e Teso, formaram a Confederação Akere, um país próprio de vários povos diferentes.
Nessa região árida onde só o gado sobrevive bem, os Bodi provam as possibilidades de fartura, mesmo em tempos de escassez
Passaram também todo o poder do povo Karo, que preferiu manter as tradições de seu povo e isolar-se nos barrancos altos e meandros
Os Hamar, das escarificações, lideram os povos das altas terras a manejar equilibradamente os alimentos em terras férteis
Os poderosos Mursi, trazem o pleno pastoreio adaptado à uma vida totalmente florestal
Os Suris mostram as cores finais. Dando ao mundo toda a expressão de sua arte, simbiótica e totalmente inocente, intocável, irretocável.
O Reino da Etiópia sempre foi tolerante com seus povos diversos. Seus líderes seguiram o exemplo Akere e acharam prudente respeitar centenas de milhares de pessoas, se organizando tão bem em uma área tão inóspita. Porém, os monstros, as pestes e as drogas aparecem pelo entorno. Uganda e Sudão caem perante o Imperialismo Britânico, ao passo que a Somália passou a ser uma fábrica de horrores fascistas, a Etiópia, imprensada nesse mar de sangue e horror, resistiu bravamente, caiu mas expulsou os fascistas junto com seu povo, mesmo que na pobreza e nos embargos.
Contudo, a Etiópia cedeu. Depois de anos tentando sempre dividir o pouco alimento que possuía, mas mergulhada na miséria, resolve adotar o estilo de vida ocidental neoliberal utilizando-se de “investimentos” estrangeiros.
Então, o governo neoliberal etíope se esqueceu do estrago que os europeus fizeram nos países do entorno e decide se corromper leiloando terras para estrangeiros irresponsáveis e construindo obras sem nenhum controle de impacto social ou ambiental. Rendeu-se à corrupção e à violência, incentivando guerras entre vizinhos – antes irmãos.
Tudo isso para invadir o rio Omo e prendê-lo até ele sangrar. Como? Com a construção da hidroelétrica Gibe IiI, a “usina mais alta de toda a África”, as cheias diminuíram e houve seca para muitos dos povos do baixo Omo, próximo ao Lago Turkana. Os habitantes da região foram armados pelo governo do Quênia para “se protegerem”, ao passo que os latifúndios chineses, malaios e coreanos sugam todos os nutrientes da região, além de roubar as terras nativas. Uma vez que o governo etíope também vendeu essas terras sem a menor consulta com os habitantes originais da região.
O que era um lindo vale dos homens naturais, hoje é um vale ameaçado.
Por sorte, a humanidade classificou-o como patrimônio e decidiu cuidar dele, junto aos povos tradicionais. E mesmo com tanta pressão de genocidas, latifundiários ou corruptos incorrigíveis, a República das Ungidas desfilará plena, juntamente com tanta diversidade, clamando pelos direitos dos povos naturais.
E fica aquela grande questão: até que ponto o estilo de vida ocidental é um modelo exemplar perfeito a ser seguido? A Ungidas traz a mensagem de defesa do povo do Vale do Omo, em busca de um mundo e uma vida mais simples, com menos exploração. Viva a luta das populações tradicionais!

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