Sociedade Águia Real define seu enredo para o Carnaval Virtual 2022

Logo oficial da agremiação.

Atual sexta colocada do Grupo Especial do Carnaval Virtual, a Sociedade Águia Real, definiu seu enredo para o Carnaval Virtual 2022. A verde, vermelho e branco de Nova Iguaçu, região metropolitana do Rio de Janeiro, apresentará o enredo Oyá Mensã Orum – A mãe do Entardecer, de autoria de seu novo carnavalesco, Fagner Pessoa e de seu presidente, Adalmir Menezes. A escola contará em sua equipe novamente com Zé Paulo Miranda como intérprete, Fábio Pessoa é o diretor de carnaval e a Rainha de Bateria é Maria de Fátima.

Pavilhão oficial da agremiação.

Confira a apresentação e a sinopse da escola:

Apresentação:

Mãe do céu rosado e entardecer.

Raio de luz, clarão no céu, senhora dos ventos, nuvens, chuva, tempestades, trovão, fertilidade e os movimentos do ar. Que circulam por todo o mundo de forma suave, também forte e ininterrupto.

Ela que mostra a necessidade do movimento, da renovação, das transformações e mudanças, para moldar o mundo que desejamos e merecemos.

Empoderada! Iansã é Bárbara, e se não for à santa, ela é a Bárbara Orixá.

E ainda que não a eurocêntrica salvadora cristã, ela é Bárbara pagã, a Bárbara mulher que livre no vento corre sem amarras.

Iansã é barbaramente plural, dos nove filhos, dos sete céus, do rosa, do vermelho, do branco e do mariwô, da pureza bárbara da África em essência e origem, ela também é barbaramente preta e genuinamente ancestral. .

Iansã é a Bárbara mulher, da fé, da força do búfalo, da bravura feminina no comando, ela é rainha e merecidamente cada cor de suas asas leves e belas da encantadora borboleta.

Multifacetada, que seja Bárbara, sem ser menos Iansã, que não se apague a origem, que seja Iansã, em sua cor de pele, cor de vento, cor que ilumina o céu intempestuoso do entardecer.

Iansã é OYÁ, Bárbara é Bárbara, e juntas são gigantescas. Quando vai para a batalha, todos os cavaleiros param só pra ver ela passar e guerrear! Matamba é uma Nkisi dos ventos e tempestades dona de seu Jacutá. “EPARREY OYÁ!”

Logo oficial completo da agremiação.

Sinopse:

Sou filha de Oxalá e Yemanjá e como uma brisa suave e em fúria viro vendaval. Sedutora, intensa e santidade, me transformo, me desdobro e me renovo. “Sou única, porém sou muitas”, na realidade me transformo no que eu quero ser e “surpreendo”.

Dominadora do céu (ORUM) e da Terra (AIÊ) sou vento, furacão, tufão, temporal, raio, trovão e ciclones. Leve como a beleza encantada de uma borboleta e forte intensa como a brutalidade de um búfalo. Materializo na magia do entardecer e do céu rosado irradiando sua completa cintilância sobre a pradaria celestial. Antes da chegada da noite que abençoa e abraça a Terra embelezando o olhar. O pôr do sol deixando seus rastros dourados de luz entre as nuvens no dia que esta para acabar.

E surge uma majestosa poderosa e rainha como eu: a “Águia Real” soberana, reinando no céu infinito, repleta de axé como minha essência estampada em seu corpo. Quando olham para o extenso céu sagrado e aparecem essas cores é a minha forma elementar natural, materializada e desenhada pela natureza viva.

Possuo triplo arquétipo; Domino o elemento fogo (purificação), os ventos (transformação) e as águas (renovação). Sou elementar sendo uma das forças potentes regentes da natureza viva, sou regeneração de intensa vitalidade e transição. “Muitos acham que me conhecem e dominam mas poucos sabem de meu fundamento e raiz”, “o vento não se segura… Ele se expande” e no meu desdobramento e transformação vou flutuando em fundamento do que represento em minhas passagens atemporais.

Sou filha do ventre das raízes lendárias de África, matriarca da humanidade no pioneirismo do início em cultos ancestrais de filosofia do conhecimento. Continente que traz a noite na cor, berço da humanidade, “Mãe África tem voz de vento”.

Na África, minha origem é meu assentamento, que me batizou deusa dos ventos, OYÁ IBALÉ e me moldou o rio mais longo de aguas purificadas e sagradas na Nigéria, origem e essência do meu nome é “Níger ou Odô Oyá”. Cultos são feitos em meu louvor, “sacerdotisas de Oyá” conservam meus segredos e mistérios, devotam de suas vidas para manter minha energia, guardiãs guerreiras do meu templo sagrado, fazem de mim santidade e divindade eterna.

Como vento feroz vou me transformando, percorri vários reinos e fui paixão de Ogum, Oxaguian, Exu, Oxóssi e Logun-Edé. Em Ifé, terra de Ogum fui a grande paixão do guerreiro, aprendi com ele e ganhei o direito do manuseio da espada de fogo, em Oxogbô, terra de Oxaguiã, aprendi e recebi o direito de usar o segredo da defesa de seu escudo, continuei a percorrer reinos em busca do domínio dos segredos desses deuses e nas estradas dos caminhos me deparei com Exu, com ele me relacionei e aprendi os mistérios do fogo e magia onde em forma de Bará me transformou em borboleta. No reino de Oxóssi seduzi o Deus da caça, aprendi a caçar, tirar pele do búfalo, e me transformar naquele animal com a ajuda da magia que aprendi com Exu. O eruexim que carrego me confere poderes sobre o mundo dos vivos e mortos. Faz mover os ventos no mundo físico e encaminhar os mortos ao mundo espiritual. Seduzi o jovem Logun-Edé e com ele aprendi a pescar. Parti então para o reino de Obaluaiê, pois queria descobrir os seus mistérios e até mesmo conhecer seu rosto, mais nada consegui com meu poder de sedução, porém o Rei da cura resolveu me ensinar a tratar dos mortos, relutei, mais meu desejo de aprender foi mais forte, aprendi a conviver com os Eguns e assim controlá-los. Em uma reunião feita pelos homens Orixás, esses não chamaram Obaluaiê, mais ele foi mesmo assim, eu curiosa para saber de fato como era o seu rosto, resolvi dançar e rodar, com os ventos de minha saia, a palha balançou e percebi o quanto belo era, com minha magia as suas feridas se transformaram em chuva de pipocas e a partir daí Obaluaiê me presenteou como a dominadora do reino dos mortos e o direito de conduzir os Eguns até os nove Oruns.

Sou a senhora dos nove e tenho um papel muito importante no equilíbrio do planeta, pois sou responsável pela doutrinação e encaminhamento dos espíritos desencarnados, faço cumprir as leis de Xangô, sou a senhora dos mortos e ancestralidade, trago crenças limitantes, bloqueios, dogmas e energias estagnadas onde dou a oportunidade de renascerem e evoluírem. Deslizando como uma brisa em busca de conhecimento e conquistas, parti então para Oyó, reino de Xangô e lá acreditei que teria o mais vaidoso dos reis, e aprenderia a viver ricamente. Mas, ao chegar ao reino do Deus do trovão aprendi muito mais, descobri o amor verdadeiro e com uma paixão violenta, Xangô dividiu comigo os poderes dos raios, trovões e o seu coração. Neste enlaçar me transformei na rainha de Oyó, muitos diziam que somos um só, que sou a versão feminina dele, que somos almas gêmeas, mas sou mais brava, aprendi o domínio e segredos do fogo e comemos juntos com a bola de fogo chamada àkàrà. Sou realeza e poder, guerreira que quando saio para batalhar e lutar ao lado de Xangô todos param para admirar-me, sou soberana. O céu clareou lindamente, o barulho de um trovão ecoou, da pedreira sagrada incandescente eu e Xangô brilhamos e assim me deu o nome de “IANSÔ a mãe do céu rosado e entardecer.

Com o poder do fogo sou capaz de transmutar cada parte estagnada, mudo a minha forma de acordo com o que é preciso ser feito, transformação. Sou ligada a ancestralidade, respeito os antepassados e conhecimento, Reis e Rainhas de África, pela maldade humana, foram escravizados, retirados de seus reinos, me cruzei com Iemanjá para dosar a força das ondas da Calunga grande para que o sofrimento fosse suportável, acorrentados nos porões de Tumbeiros mais jamais perderam a fé nas energias que os regiam, num mar de acalento trouxeram todo o conhecimento, abraçamos estes filhos os abençoando, muitos não resistiram, e tinha o dever de encaminhá-los para Orum.

Chegando a terras brasileiras muitos foram separados de suas famílias, mais o fundamento religioso de África foi levado para onde quer que os encaminharam, muitos tiveram que se adequar às tradições e cultura do lugar, e assim me desdobrei em qualidades diversas de acordo com a nação seguida, em África eu tinha o título da deusa da ancestralidade, e no Brasil pela cultura seguida virei à senhora dos mortos onde me retratam segurando uma foice simbolizando o espírito da morte.

Guerreiras com minha essência surgiram: Dandara dos Palmares, Anita Garibaldi e as índias Ycamiabas para mostrar a força e empoderamento da mulher que lutaram pelos seus ideias e marcaram história. Sou feita de vento, de fogo e energia que clareia o céu, não me perturba o mau tempo, porque eu sou a dominadora do clima e do tempo eu renasço, entre matas, estradas e “bambuzais” eu passeio aonde ninguém vai. Sou brisa quando eu posso e também sou a valentia de mil búfalos em uma única mulher. Faço-me no tempo, na sombra do espaço, sou impulso, sou rastro, os raios do céu são portais que me elevam. Sou borboleta, rainha, minha força tem nove mistérios, minha essência divina me entrego, meu canto corre como vento fazendo o tempo parecer que envolve em uma dança celeste, meu fogo eu renovo esperança, tempestades, rajadas de vento, força que me faz transformar. Tenho muitos devotos onde festejos em minha homenagem são realizados em todo lugar, Afoxé de Oyá no Recife, nos batuques da Nação elefante no Maracatu, nas rodas de capoeira com Aguerê de Iansã onde meu poder fez a mulher também dançar. Na Bahia em Salvador baianas se vestem com suas saias rodadas e balangandãs em minha homenagem nos festejos do acarajé, sou protetora dos mercados onde mulheres novamente se fazem presentes e são donas de si vendendo flores, frutos e legumes, peixes, pássaros e amuletos sagrados, pega o balaio de palha para a feira quituteira, tempero de enfeitiçar, abará e acarajé no tabuleiro à beira do Humaitá e procissões onde os cultos pretos e o catolicismo se unem em homenagem a Santa Bárbara e Iansã (sincretismo religioso). Muito prazer, sou a rainha dos raios, sou plural, Orixá, divindade e protetora fiel de todos que caminham para o bem maior, MEU NOME É OYÁ, TAMBÉM CONHECIDA COMO IANSÃ, minha saudação é “EPARREY OYÁ” nos batuques dos terreiros de Umbanda e Candomblé todos em seu Axé vem me saudar, que meus ventos positivos alcancem cada um trazendo saúde e felicidade com uma chuva de bênçãos e vibrações energéticas positivas, renovando e transformando todos os corações no respeito ao próximo, as crenças, opções e na valorização nos ensinamentos dos ancestrais.

“QUE RENASÇA O AMOR E FORTALEÇA A FÉ, POIS IANSÃ ESTA SOPRANDO PELO MUNDO UM VENDAVAL DE AXÉ!”

Setorização:

Setor 1 – Matamba, mãe do entardecer e do céu rosado, elemento regente de força elementar da natureza viva que se “transforma”.

Setor 2 – Sou dona do meu Jacutá, minha origem e essência é o meu Axé, nos assentamentos divinos de África. Templo de Oyá (Nigéria).

Setor 3 – Segredos e mistérios, ITÀN: Iansã ganha seus atributos de seus amantes, “deusa sedutora senhora dos mortos”.

Setor 4 – A grande guerreira dominadora do fogo renovador, rainha de Oyó, reino do Deus do trovão.

Setor 5 – A fé é a base firme de acalanto nos Tumbeiros, a ancestralidade é o raio de luz que clareia o céu e surgem mulheres guerreiras donas de si.

Setor 6 – Empoderamento Feminino e festejos para Oyá. Salve Iansã e Santa Bárbara

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