Sabejé é o enredo da Águia Real para o Carnaval Virtual 2023

Logo oficial do enredo

Campeã do Grupo Especial no carnaval passado, a Sociedade Águia Real apresentou o enredo que levará na defesa do título para o seu desfile oficial de 2023.

Pavilhão oficial da agremiação

De autoria do carnavalesco Fagner Pessôa, a tricolor de Nova Iguaçu/RJ irá trazer o enredo “Sabejé, cortejo para o rei da terra”.

Confira abaixo a sinopse do enredo divulgada pela agremiação:

“SABEJÉ, CORTEJO PARA O REI DA TERRA”

SABEJÉ

Pelo amor do rei que é o senhor da terra, ajude e faça uma troca pela continuidade do que já existe muito antes de nós e da nossa própria existência, que deve continuar muito depois de partirmos. Quatro pontos têm a religião de matriz africana em fundamento e representatividade na grandeza do que simboliza, se faz filosofia e assim ação: “VIVA, CREIA, AME E FAÇA.” O senhor, rei de tudo que há é o fogo de calor intenso da força do interior da terra nas camadas mais profundas do planeta, curador e o dono da saúde que harmoniza e equilibra em vibração pulsante de bênçãos da germinação de tudo que brota desse chão sagrado.

“OBÀLÚWÀIYÉ”, Motumbá, Mukuiu e Kolofé AXÉ (sua bênção). Pai brilhante como o sol e de toda vibração universal na raiz ancestral do poder cultural da África, incandescente que é sua origem e o início de todos que tem vida, santificado seja a terra elementar divina de vibração superior dominante. Grande rei, seu poder materializa e o faz energia superior e primordial para toda a existência viva. Venha mensageiro de luz que nos dá vida e recebe nossas vidas novamente fazendo uma rotatividade continua para a evolução espiritual, suas flores “Deburu” (pipoca) que é a ressurreição através de seu estouro onde tem a mensagem que é preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro, “morre e transforma- te”. É a cura física e espiritual que vem de dentro para fora e seu aroma perfuma e purifica para que a saúde e cura possa ser restabelecida. “ATOTÔ OBALUAÊ” sejam cumpridas as leis evolutivas assim nas esferas superiores, como nos campos de transição evolutiva de vibração densa. O alimento espiritual de cada dia e dai- nos a toda eternidade. Perdoa- nos, santificando o tempo que levamos no cumprimento de nossos resgates espirituais para que a humildade e entrega em ato de fé e louvação onde somos “orixá todos os dias” nas nações africanas que a cultura religiosa ritualística em clamor ao seu nome que nos glorifica. “SABEJÉ”, um balaio enfeitado sobre o sagrado “Ori”(cabeça) com elementos de fundamento em ligação vibratória energética de teu nome grande rei da terra, num ato de gratidão, devoção, amor e solidariedade em uma ligação direta na troca de energias carregando seu Axé, de pés descalços em roupas brancas intensas andamos pelas ruas no respeito e valorização na continuidade de um processo cultural religioso muito antigo de nossos ancestrais e remete a criação da Terra e que nos faz relembrar a importância e necessidade das trocas energéticas. O mês de Agosto não é o mês do desgosto e sim de fé em fazer reflexões que nos leva a deixar a vaidade de lado fazendo a doação e contribuindo deixando sua marca no mundo desta terra sagrada de Obaluaê.

Não nos deixe meditar sobre o que for contrário a evolução do espírito, mas daí- nos a energia necessária para gerarmos a força e possibilidade ao nosso espírito uma maior visão e compreensão do plano de criação. Em nome do rei da terra, ao Axé vibratório positivo e dos espíritos puros, para a glorificação eterna da missão superior e louvá-lo com um “OLUBAJÉ”: um banquete para o rei no sentido de prolongar a vida e trazer saúde a todos os filhos e participantes do Axé. A Sociedade Águia Real em um enredo colossal traz para 2023 o sagrado de um ato religioso ancestral em grande respeito, veneração e digno de louvação de fé e amor a Obaluaê e ao próximo. Este relacionamento está dentro e fora de todos nós: o sagrado está na vida de cada pessoa, não importa a cultura, a etnia ou religião. É o nosso corpo na ligação direta com as divindades em uma mensagem de amor, paz e respeito. Um grito envolvido pela sabedoria, informação e respeito no ato de proporcionar, valorizar e dar continuidade a tradições deixadas de herança dos nossos ancestrais em um cortejo de purificação, renovação e intensidade. É saber se conscientizar que independente das doutrinas religiosas escolhidas, o amor nos une e nos faz irmãos energéticos, não à intolerância e ignorância informativa religiosa na falta de conhecimento nos fundamentos culturais de cada escolha, onde o preconceito está abafando e acabando com culturas históricas de tradições populares religiosas que destroem a evolução de crescimento e aprendizados que escreveram e marcaram épocas, na construção de cada um de nós. Em uma manifestação de amor puro e elevação ao nome do rei da terra, um grandioso cortejo energético onde somos todos resistência e trazemos para a sagrada passarela virtual: “SABEJÉ, CORTEJO PARA O REI DA TERRA.”

SINOPSE:

Mesmo que se for difícil, não precisa ser perfeito, se não der para ser o amor: 
SEJA PELO MENOS O RESPEITO.

Enquanto a religião for nosso chão, estaremos de pé e mesmo que a rasteira venha, no chão não ficamos, pois temos quem nos guarde e caminhe conosco. Somos do “AXÉ”, somos de “ORIXÁ”, somos da “FÉ” somos do “RESPEITO” e nos orgulhamos muito dessa escolha, porque é nossa “raiz ancestral” que nos molda sempre nos braços da cultura que estabelece uma marca e personalidade, da conduta expressiva firme no qual seguimos com os fundamentos e conhecimento que nos sustenta e nos conecta com as energias vibratórias positivas, em acreditar e seguir algo de superioridade astral. A “intolerância” pode ser definida como a indignação dos que não tem opinião, conhecimento e amor. A intolerância religiosa é a própria contradição, pois a filosofia do ser de luz maior era exatamente pregar aos semelhantes o “amor e o respeito” assim com união e se conectar com as energias do astral, ao invés de apontar, manchar, falar inverdades e julgar algo porque acha que é diferente do “seu normal”. Há fuga das doutrinas que o “mestre dos mestres” defendia, então porque não fazer do “respeito também uma religião” a seguir diariamente. Respeite mais e julgue menos, perdoe mais e condene menos, abrace mais e empurre menos, faça mais e fale menos e se o assunto for religião: seja razão, seja sua razão, mas também seja coração. Seja plural, sejam corações de todas as crenças, cores, fés, povos, nações não transforme sua fé como se fosse uma arma cortante e sim a use para se “transformar”, deixa Deus ser o Deus de cada um, deixe um ter o Deus que quiserem ter! Seja você e deixe o outro ser o que ele quiser ser, seja menos preconceituoso e cultive germinando o amor, tudo começa pelo respeito. Respeite todos que tem fé, e também quem não tem, aos que acreditam em Deus e aos que não crê em ninguém. Axé para quem é de amém, e amém para quem é do axé. Os grandes mestres do mundo já disseram que precisamos de união, então porque não fazer do respeito também uma religião?  Muitas culturas populares ancestrais religiosas estão sendo extintas por conta da intolerância e desrespeito. Nosso enredo traz esta força em forma de arte mostrando um cortejo antigo carregado de amor, paz, gratidão, louvação, compaixão e respeito que são heranças que nossos antepassados deixaram e que infelizmente o julgamento violento ignorante faz com que o medo ganhe força e a desinformação abafa está continuidade tradicional que dá o nome de “SABEJÉ”. A Águia real, em um voo majestoso se faz “sagrada” e traz a mensagem do amor e respeito ao próximo e suas escolhas e a força das batidas de sua asa espalha ao mundo mensagens de fé, trazendo esperança e humildade. Deixará sementes da caridade e troca secando as mentiras e regando verdades com sabedoria de fundamento cultural ancestral. Traz arruda e guiné, caminha sobre os espinhos da maldade, quebra mironga e cura doenças, aterrissa gloriosa na passarela virtual e louva com respeito e reverência à divindade da saúde e da cura, o dono da terra, o Deus das palhas sagradas. E em cortejo iluminado mostra uma maneira primordial de conhecer e honrar as matrizes culturais e espirituais africanas, em gratidão e admiração no reconhecimento, enaltecendo a grandiosidade de nossos ancestrais. Sabejé é um ato de amor e solidariedade, daí uma reflexão em sua forma íntima no que você precisa trocar para ajudar a garantir o equilíbrio, harmonia, cura e a existência do mundo. Nós da Sociedade águia Real convidamos todos vocês para este cortejo preto ao senhor da terra que em sua palha sagrada acolhe e nutre seus filhos, nos ensinando a força da fé e o poder de uma mente que silencia em conexão com a ancestralidade. Nela deitamos, além de nosso corpo, deitamos nossas orações neste mundo que tá doente para encontrar a paz e a cura das dores de nossas almas. Que nossa terra, onde o senhor é rei, nos seja fértil e farta para o cultivo do nosso alimento, em ti tudo é cura e amor, que nossa humanidade seja merecedora de vosso axé, estenda seu “azê” sagrado para o bem estar da humanidade e nos abençoe com seu “XAXARÁ”. Saudamos o grande senhor da terra e da cura e em cortejo o louvamos. “ATOTÔ OBALUAYÊ AJUBERU”

Ah meu velho!  Coloco meus joelhos em terra e na fé clamo em louvor enaltecendo sua grandeza representativa e de fundamentos profundos em respeito ao brilho que o senhor exala sobre o mundo. Tu és o senhor das palhas e o dono da terra, que é base de suporte que brota e germina em imensidão na fartura e sustento de todo ser vivo. Tu dominas os elementos Terra e do fogo do interior das profundezas do núcleo da Terra (ninù ilé) e isso denota uma íntima relação com o fogo, já que estes elementos como comprovam os vulcões em erupção, dominam as camadas mais profundas do planeta. O amor é um ato de troca divina que aprendemos com seus ensinamentos onde se estabelece em múltiplos exemplos a forma que conduzimos em evolução este ciclo vibratório da caminhada terrena chamada vida. Seus mistérios são uma forma de enxergar o valor e simbolismo dos elementos que carrega e emana na positividade pulsante na emoção em contemplar do seu valioso “AXÉ”, que é a força vital que nos envolve e nos faz firmes na certeza que temos vossa proteção. Somos filhos do sol e da terra, do Orixá vivo dentro de nossa alma, médico espiritual dos pobres e que proporciona os mecanismos indispensáveis para a manutenção da vida. Nascemos, crescemos e nos desenvolvemos tornando-nos fortes diante do mundo, mas continuamos frágeis diante o “rei dono da terra” que debaixo do mistério de sua máscara de palha- da- costa- aze (ikò) cobre seu rosto e guarda os segredos da morte e do renascimento. És um guerreiro caçador implacável. Bendita seja “a santíssima trindade preta sagrada” (Xapanã, Obaluaê e Omulú) em África são muitos os nomes de acordo com a nação, entre os Tapas é conhecido como Xapanã ( Sànpònnà), entre os Fon era chamado de Sapata- Ainon ( dono da Terra) em território Mahi, no antigo Daomé, construiu um palácio, onde passou a reinar como soberano, também não deixou de ser cultuado como Rei de Nupê em país Empê (Kábíyèsí Lempé) e os Iorubás o chamam Obaluaê/Omulu, Orixá cercado de mistérios, Deus de origem incerta.

Oh majestoso Orixá! Que é o raio de luz que desponta em nossas vidas rasgando a escuridão que nos envolve, astro rei da terra que nos conduz em seu alvorecer renovando o sopro da vida a cada instante, energia sublime quanto mais sentimos o teu brilho nesta nossa longa caminhada. A fé em ti nos fortalece, raio de sol que és o meu farol, o divino mensageiro e sentimos na pele o teu carinho incentivando no caminho com a tua luz ofuscante mostrando o que é importante para continuar a caminhada na tua presença com seu raio de luz que invade, trazendo tranquilidade que envolve e nos toca, esquenta. É a energia da terra quando pisamos descalço limpando e descarregando nosso corpo com o perfume de suas flores e “pérolas da terra” – a manifestação da misericórdia viva no seu sagrado Xaxará (Íleo) – que domina a saúde e a cura para assim nos abençoar, espantando a peste e pragas nos livrando das doenças e enfermidades.

A sintetização do apogeu sagrado de intensidade cósmica e ritualística, que engrandece a bênção divina de tamanha importância astral e energética que alastra a perseverança da esperança do Deus da misericórdia, o milho e seu estouro faz a conclusão da transformação e ressurreição do corpo e alma na limpeza do milagre. Abadô, Deburu (Pipoca), flores do senhor dono da terra. Esta simbologia não foi por acaso o fundamento representativo deste valioso Orixá. Com poder de causar a doença física, mental e espiritual, precisamos nos aliviar das pressões internas para não estourar-mos, a pipoca contagia e faz a limpeza purificando nosso corpo e alma, seu olhar meu velho sabe limpar as impurezas e mazelas, a humanidade dança em cortejo de gratidão eterna para o senhor das “palhas sagradas”.                                               

Ritualisticamente a pipoca tem ligação energética e direta ligada a Obaluaê, lendas contam que as pipocas aplacam a ira do rei da terra em África para que ele acalme e não castigue seu povo e desde este dia o Deburu se tornou algo primordial em oferendas e ofertas para o Orixá. Outra lenda conta que depois de abandonado na beira da praia, Iemanjá lava com as águas salgadas e bentas o corpo da criança cheio de feridas, e milagrosamente essas feridas se transformam em pipocas e a pele da criança milagrosamente começou a brilhar como a luz do Sol, a pipoca também faz a ligação onde Iansã com os ventos sagrados e poderosos,  que surgem no girar de sua saia, levanta as palhas de Obaluaê e em magia, suas feridas se transformam em uma chuva de pipocas.

Logo oficial do enredo

“SABEJÉ CORÔ UMNLÁ, ORÔ UMNLÁ”.

Nos terreiros e barracões que cultuam axé – que é a energia vital que os rege em louvor e adoração aos sagrados Orixás – a realeza preta do santo junto às bênçãos das energias vibrantes da natureza viva reluz em sabedoria dos fundamentos respeitando a cultura religiosa de raiz ancestral dos antepassados e enaltecem a herança preta de tradição e sabedoria que os deixou. Esses “reis de sabedoria preta religiosa” em cultos ritualísticos de nações africanas que originaliza a religião do Candomblé trazendo a vibração energética do toque dos tambores sagrados onde fazem as energias dos santos que dançam e o conhecimento da importância das sagradas ervas que é fundamental na religião. Pedimos licença aos donos do “reino da rua”, para dar a autorização de utilizar no mês de Agosto o início de um cortejo ao senhor da terra com o nome de “SABEJÉ”: um resgate da ancestralidade, uma prova de resistência da cultura religiosa preta na valorização desta herança cultural, um ato de representatividade divinal de fundamento profundo na relevância de elevação energética da purificação física, mental e espiritual. É um ato de humildade e remonta a continuação e ligação com a vida que nos faz lembrar a todo instante o amor e devoção, louvação, agradecimento, gratidão e respeito à religião de supremacia da importância relevante do Orixá. 

Sabejé é pedir benção e proteção, fartura e saúde em um “EBÓ COLETIVO” de troca energética. A vida é um presente divino que temos que agradecer todos os dias, e isso que este cortejo transmite, não é uma humilhação como muitos julgam erradamente e sim um privilégio para mostrar a fé inabalável e orgulho em pertencer a esta prática. 

Um balaio é preparado com todos os elementos e objetos sagrados voltados ao Orixá Obaluaiê, com vestimentas de branco celestial e adornos voltados ao Candomblé. Este tabuleiro enfeitado com ervas e palhas do rei da terra é colocado sobre o “Ori”(cabeça) – nossa coroa sagrada – e este momento de ligação direta com a energia é considerado uma “benção”. Carregam percorrendo as ruas de Salvador na Bahia, passando por monumentos históricos e casas levando o Axé de Obaluaê, como se a energia do Orixá os visitassem para dar saúde, cura, fartura e caminhos abertos. Dentro de cestos contém as flores do pai da terra sagrada (pipocas, deburu) que representa a cura física e espiritual. Quando se leva o balaio com as pipocas também se leva um perfume para purificar todos os lugares, carregando o tabuleiro de Obaluaiê como forma de gratidão se desprendendo do material e se elevando ao espiritual em uma ligação direta. É uma troca de fato, onde se dá o axé e o poder de suas flores recebendo donativos e dinheiro como contribuição energética para o banquete para o rei da vida. Dar o dinheiro é o desprendimento e agradecimento em gratidão, uma troca energética e na humildade de louvar por quem nos oferece vida, que garante nossa sobrevivência e sacrifício em nome do Orixá. Neste cortejo se passa em frente da igreja do Senhor do Bonfim onde baianas trajadas para festa, com suas águas em quartinhas perfumadas, lavam a rua para que o Sabejé passe purificado. Neste momento essas baianas louvam o orixá e seus praticantes, quem carrega os tabuleiros que são filhos de Obaluaê e Oyá trocam e botam em seus pescoços o “fio de contas” para abençoar este encontro, a imagem de São Roque e São Lázaro são colocados também nos balaios por serem o sincretismo de Omulu e Obaluaiê.

Sabejé purifica, transmuta energias e apazigua os caminhos na terra onde vamos pisar e trilhar os nossos caminhos e vida. Nossos melhores pensamentos possam servir de sementes para que abram os caminhos e germinem amor e respeito mútuos de melhores energias. O universo nos dá em troca tudo aquilo que mandamos e vibramos para ele: é um ato de amor, solidariedade e é a continuidade de um processo muito antigo que remonta a criação da Terra e nos faz lembrar a importância e necessidade das trocas energéticas em geral. A importância deste cortejo é enorme, pois o ritual “OLUBAJÉ” que é o banquete para o rei da terra depende dos donativos recebidos pelo Sabejé, uma troca em homenagem ao Deus das palhas sagradas. 

Oyá tem papel importante por ser ela que ajuda no ritual de limpeza e trazer para o barracão de festas a esteira, sobre a qual serão colocadas as comidas sagradas, sendo um dos momentos mais bonitos e emocionantes do Candomblé. Nesse momento, a família na matriz da cultura e sabedoria africana de Obaluaê (Ossaim, Oxumarê, Iroko, Yewa e Nanã) rodam o Axé, e essas oferendas, o que sobra é levado para distribuir aos que passam fome nas ruas e assim se sentirem amados, Obaluaê em seus Itãns (lendas) também em um momento precisava do amor e caridade dos outros e isso nos ensina a amar nosso próximo. Essa energia da compaixão, não fica presa apenas nas paredes dentro do Candomblé, se estende para as ruas. É um ritual específico e indispensável nos terreiros, para prolongar a vida e trazer saúde a todos os filhos e participantes do axé. No encerramento deste rito são oferecidas no mínimo nove iguarias da culinária afro-brasileira chamada “comida ritual” pertinente a vários orixás, simbolizando a vida, sobre uma folha chamada “euê Iará” conhecida popularmente como Mamona. É uma festa de libertação, o banquete para o rei é servido como uma forma de agradecimento à fartura em grãos recebida durante o ano.
Silêncio, o rei está presente, e dançando sagradamente e no silêncio façam seus pedidos e contemplem a magia do rei.

A mensagem da Sociedade Águia Real para o carnaval 2023 é trazer a emoção que a devoção e fé nos sustenta em louvor as raízes ancestrais de base cultural em herança de um ritual religioso muito antigo, que infelizmente está acabando devido à intolerância religiosa. A energia vibratória positiva se expande e abrange a todos em forma de arte. Oferecemos a sabedoria primordial de nossos antepassados e como o carnaval é conhecimento e aprendizados, mostramos que o amor ao próximo e principalmente a gratidão das bênçãos do Deus rei da terra sagrada em louvação fazemos todos se conectarem em cortejo na perpetuação da elevação do majestoso, Obaluaiê. O preto é rei, a preta é rainha e a cultura deste povo realeza é a base de sustentação em fundamentos da raiz ancestral que liga todos os seres humanos, consciência histórica na busca constante da identidade cultural. É a luta pela sobrevivência denunciando a violência intolerante burra no social, racial, religioso e de gênero. A fé preta é a liberdade conquistada com a proteção e bênçãos do axé que é o poder do Orixá, acumulada nos terreiros difundidas por alabês na celebração e saudação que o amor transforma, “o sagrado é livre e o Sabejé é o tabuleiro da cura”.

Pai Obaluaiê, vós que sois o senhor da cura e da transformação, cubra- me com vossa palha santa sendo o senhor capaz de curar e transformar nossos males em benécias da alma e corpo, transmita oh pai, tuas energias salutares e renovadoras sobre meu espírito, meu perispírito e minha matéria. Renovai as células do meu corpo para que eu tenha saúde, dai- me forças para que eu possa suportar as dificuldades do dia a dia. Pois assim poderei cumprir minha missão, praticando a caridade necessária para aqueles que necessitam. Que a luz divina que emana sob vosso sagrado “filá” possa me envolver renovando minha fé. Que a tua seriedade me mantenha no reto caminho do cumprimento do dever e que assim como Vós, eu possa estar coberto aos olhos daqueles que querem me prejudicar, eu vos saúdo e agradeço. ASÈ!!!

“SILENCIO! O REI ESTÁ AQUI, ATOTÔ YÊ AJUBERU”
“SABEJÊ, CORTEJO PARA O REI DA TERRA.”

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