Recanto do Beija-flor reedita seu carnaval de 2009 na Edição Especial do Carnaval Virtual

Logo oficial do enredo

O GRESV Recanto do Beija-flor apresenta seu enredo e samba que irá apresentar na Edição Especial do Carnaval Virtual que acontecerá em Fevereiro de 2021. A escola optou por reeditar seu enredo e samba do Carnaval de 2009 sobre o amor com o enredo: “Com muito amor, a Recanto te conquista neste Carnaval” de autoria de André Dubois.

A escola optou por participar da Edição Especial pois alguns componentes da escola sentiram vontade de “fugir dos problemas do dia a dia” montando um desfile.

O desfile está sendo preparado pela figurinista Claudia Cardoso que está à frente dos desenhos, com auxílio do designer Glaudenes Mesquita. A parte musical está por conta de Rodrigo Raposa.

A escolha de reeditar o carnaval de 2009 se deu pois “a Recanto tinha esse enredo já com samba gravado e sinopse pronta, mas que não chegou a se concretizar em desfile na época. Vimos a chance de fazer com que se concretizasse agora.”

A escola promete um desfile enxuto porém inédito, “ainda que desenhos da época existam, toda a parte visual da escola é inédita. Será um desfile enxuto, mas novo. O samba será remixado e reaproveitado.”

 

Confira o samba que embalará a apresentação da agremiação na Edição Especial:

 

Confira também a sinopse do enredo:

Com muito amor, a Recanto te conquista neste Carnaval

Autor: André Dubois

Justificativa

Falar em amor num mundo de violência e injustiças é sinalizar a esperança. Lembrar como a literatura fez uso de sua arma principal – as letras – para falar desse sentimento tão nobre é lembrar a grandeza que existe no homem. Amores sofridos, com finais felizes ou tristes, amores cínicos, amores em trio, em dupla, amores amigos estiveram e estão a preencher histórias, livros, contos, fazendo-nos conviver com personagens inesquecíveis.

Religar a cultura ao homem é o objetivo da Recanto do Beija-Flor. E esse objetivo vai além em 2009 – passando do objetivo cultural, traremos um pouco de amor, de boas energias, ao coração de cada espectador de nosso desfile, valorizando esse sentimento que faz o mundo caminhar!

Introdução

Frigga e Afrodite são manifestações míticas do mais sublime dos sentimentos: o amor. A história da literatura universal perpassa a temática do amor. Não há cultura que não tenha “adjetivado” e “substanciado” esse sentimento tão afeito ao sentir e tão pouco aprisionado pelas palavras. A peregrinação das letras à Ilha de Citera – Ilha do Amor para os gregos – esteve presente na paciência amorosa da Penélope de Ulisses, na cristã entrega das “damizelas” medievais em seus castelos, na impossibilidade da concretização do amor na Julieta de Shakespeare, nos cinismos dos debates de amor da Capitu do Bentinho machadiano, na impossibilidade da escolha de Flora de Machado e até mesmo na escolha dupla com “gosto de canela” de Dona Flor…

Logo oficial do enredo

Desenvolvimento – Linhas de amor

Nossa leitura do amor parte da imagem emblemática de um beija flor, magistral, com seu bater de asas apaixonante… de sua linguagem poética de bicos, do cortejo, do néctar. Amor de bailado, amor gracioso, amor de flor. Nosso enredo é um vôo, um vôo de amor através da história!

A leitura do amor através das linhas da literatura mundial começa em “A epopéia de Guilgamesh” – o mais antigo texto literário do mundo. O amor de Guilgamesh por Enkidu fez o herói 1/3 humano chorar pela mortalidade de seu melhor amigo e causar um dilúvio na Terra… Lágrimas de um amor amigo. Duas palavras que têm a mesma sinuosa origem… Amor e imortalidade, dois temas fundamentais para o Homem.

Dos primeiros relatos, nossa peregrinação vai até a origem do Ocidente: as viagens de Homero para o recanto da “alma” humana. “Animas” – alma em grego – que esperam por amor (A alma de Penélope, representando a espera – o “tempo feminino”). Almas que lutam por amor (Ulisses – representando “o vento”, expressão do domínio masculino).

Em Roma, paramos no recanto do esquecimento: ao lado do templo de Vênus havia um sacrário do “Amor Lethaeus” – para aqueles que desejavam esquecer seus amores. O local tinha fama de prover eficiente esquecimento se uma amada indigna ou um amante canalha não merecesse mais amor. Diz Schiller sobre o esquecimento do amor:

Bebe a bebida de alívio.
E esquece a grande dor!
Magnífico é o dom de Baco,
Bálsamo para o coração dilacerado

Na Roma dos “sanguinários césares”, nasceu o amor do Deus-Homem que tem sua própria escrita: o novo testamento bíblico. Palavra de amor. Sacrificar-se de amor pelo outro. Um recanto de paz e um amor que “religa” – não é que a palavra religião significa originalmente “ligação de amor entre céu e Terra?” – a aliança de Deus e os homens.

Tristes damas… Duelos de amor. Amor distante… Amor de “damizela” e Lancelot, Tristão e Isolda. Recanto da torre de um castelo de esperas.

Amor veneno. Recanto das oposições… É goiabada com queijo! É Romeu e Julieta! Consagração da pureza do amor na morte.

Amor em linhas verdes e amarelas. Amor “capitulino”. Amor com traição? Amor baiano, amor “muderno”… Cheiro de cravo, gosto de canela. Lá vem Dona Flor e pasmem… Seus dois maridos! É… E se demorar, como dizem as letras contemporâneas, “a fila anda!”.

Amor malandro… Amor sambista! Amor carioca… Amor com cheiro de praia. Recanto do Sol. Amor Nelson Rodrigues.

Falando em amor carioca, falamos do amor ao samba! Samba, Carnaval, páginas de amor escritas na história ao longo dos anos pelo cantar rouco do sambista, pelo suor e graça da passista, pela devoção de milhares de amantes anônimos ao seu pavilhão, pelo bailar da porta bandeira e de seu mestre sala, pela emoção de todos os componentes e torcedores. Amor que não pede nada em troca, amor puro, sublime!

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