Nobreza da baixada conta a história de Fawcett em seu enredo para o Carnaval Virtual 2019

A Escola de Samba Virtual Nobreza da Baixada, levará para o Carnaval Virtual de 2019 o Enredo: Fawcett, Uma delirante expedição no coração do Brasil. Contaremos a História de um Coronel e Expedicionário Britânico que após ouvir relatos de índios, e descobrir um manuscrito de 1750, ficou certo de que na parte Amazônica da Serra do Roncador, existia uma Civilização perdida, um Eldorado feito pelos filhos do Sol, que vieram para terras Tupiniquins para escapar do massacre Espanhol nos Andes !! Fawcett estava muito convicto de que seu Eldorado realmente existia, mas após entrar pelas matas da Serra do Roncador em busca de Seu Eldorado, misteriosamente desapareceu e nunca foi encontrado. No imaginário da Nobreza, ele encontra seu tão sonhado Eldorado e concede o dever de mostrar sua história que virou lenda para todo o Carnaval Virtual !!

 

Sinopse:

Fawcett- Uma Delirante Expedição no Coração do Brasil

 

INÍCIO –  A INSPIRAÇÃO ATRAVÉS DE LENDAS E DESCOBERTAS DO NOVO MUNDO

Minha jornada de vida inicia-se no século XVIII
Não estava presente fisicamente, mas sim espiritualmente
Minha alma desbravadora e destemida, no passado caminhou pelos sertões
Meu destino traçado, esboçado nas porandubas aventureiras mais deslumbrantes
De tudo distingo dessas terras, João da Silva Guimarães meu guia por esse solo
Entre seus caminhos de chão, uma serra cristalina, tão ofuscante quanto ao astro solar
No topo da serra cristalina o avistar foi de uma cidade completamente desmemoriada
Meu espírito aventureiro e colossal, levou-me a explorar tamanha novidade
Fatos que não eram corriqueiros de minha simples visão
Lembro-me de pouco, mais com muito cuidado nos detalhes
Três demasiados arcos na entrada…
Recordo-me que certo investigante de meu grupo avistou os menores arcos laterais
Indecifráveis eram as escrituras que haviam nos arcos inferiores de cada lado
Amento-me também de uma praça simples como qualquer outra, mas com um aspecto diferente
Uma coluna negra com uma estátua que apontava para o norte
Em outra ocasião próxima, outro companheiro de exploração avistou um objeto brilhante que no solo estava
Moeda de ouro que na sua face refletia um rapaz ajoelhado e no verso – Arco, Coroa e Flecha
A partir deste momento nada me recordo, nada mais sei
Não sendo suficiente minha alma desprendida e aguerrida…
Tempos se passaram, e me materializei em carne e osso novamente
Deram-me o nome de Fawcett, Percy Harrison Fawcett

 

Em meados dos anos de 1911, uma nova descoberta aconteceu na minha terra Natal
Meu continente ancestral – Minha América do Sul brilhava para o Velho mundo
Um novo olhar virou-se para a arte têxtil, com seus tecidos coloridos, saltavam vida
Suas técnicas avançadas eram unicamente pela abundância de matéria prima
Não se limitava a arte têxtil, a ourivesaria me surpreendia com sua tamanha beleza
O Ouro brilhava como aquela sensação que obtive na Serra Cristalina, de outras vidas talvez!
Mas desta vez de um forma diferente, uma força que emanava da espiritualidade
Dourado metal que reluzia como Sol, astro esse que recebia o nome de Inti – A chama que aquece as manhãs.
Um tesouro nascia do mais simples material – A terra
Pacha Mama os presenteava com a lama, que em mãos habilidosas tornavam-se exuberantes peças, onde eram relatados costumes, hábitos, floras e faunas… fauna essa que os envolvia
Há uma Fé que pulsa e emana desse povo
O Velho Pico havia se revelado para o mundo, cidade das pedras emanava energia
Um dia tão grandiosa, em outro, fugitivos do massacre dos Espanhóis
Assim contavam os mais próximos a mim, que o “novo” estava aflorado
Machu Picchu aguçava minha imaginação, e atiçava meus neurônios
Fugitivos da terrível morte, à tempos atrás
Abrindo caminhos pelo imenso verde, em busca de salvação
Em busca de proteger seu bem mais sagrado – Sua fé
“Poderás existir uma outra cidade perdida?”
Em meus pensamentos eu declamava:
“Será que alguém acredita que eu encontrei aqui?”
Obtive uma sensação como seu eu mesmo havia feito tal descoberta
Eu podia sentir que a minha vez estaria próxima, estava prestes a chegar…

 

FAWCETT – NAS AREIAS DE SUA HISTÓRIA, O ASILO NEGADO DA PÁTRIA MÃE GENTIL

Tudo e todos me levavam a paixão, meu amor pela literatura tirava-me o descansar
As letras me assombravam pelo raiar solar e ninavam-me ao gélido crepúsculo
Letras me consumiam dia e noite, o ler estava na minha alma, na minha essência
Foram imensas as obras que me destinaram a essa vida de aventuras
Minha leitura continuava nos momentos mais difíceis possíveis
Suas explosões de “sinônimos”, e estilhaços de “advérbios”
Seus canhões de “Charles” com suas munições de “Dickens”
Oscilavam minha mente nas dores da Primeira Guerra Mundial
Dores que minha alma revive até nos dias atuais
Minha pátria minha vida, servir em terras africanas
Onde vivenciei um pouco de tudo, um além do nada
Minha visão não aguentava tamanha informação
A cada instante concretizava que o mundo era muito mais que meus olhos alcançam
Sobreviver à selva já era algo de extrema facilidade em território africano
Minha vivência me presenteou com uma nova paixão – A Arqueologia
A Vocação pelo passado, e o desvelo pelo que é vigente
O Conhecer de uma antiga civilização, e seus vestígios
Restos de um povo esquecido, submergido em sua própria história
Complexidade de uns tempos que não se voltam – Uma pena logo penso
Determinado estava, convicto de meus ideais, sou assim… um aventureiro
No meio verdejante, diversas marcações naquele solo, assim fui criando minha história
Um agente que a serviço de sua pátria, explorou e mapeou um novo mundo
Explorei o quase inexplorado – Brasil-Bolívia distingui
Dentre essas explorações, os conhecimentos dos povos nativos coletei um a um
Relatos de uma terra perdida avisaram-me, de uma terra sem prenúncio humano
Acreditei estar próximo de minha glória, meu tesouro de vida – Meu Eldorado
Transbordando confiança e convicção desse novo achado o enfim patrocínio britânico obtive
O custeio das “terras tupiniquins” não encontrei, taxaram-me de um louco
O “Gigante Tropical” não obteve tamanho interesse em se auto-descobrir
Neste momento meu consciente apenas sussurrava: “Minha maior glória – A Cidade Z!”

 

O SOLO SAGRADO – CONTATO INDÍGENA MATA ADENTRO

Cuiabá – A Primeira etapa para minha glória de vida, deste ponto começou minha busca
Nas dificuldades de uma selva, eu passei por todas, e não foram poucas!
Rio abaixo, a melodia das águas escuras era típico de se ouvir, o som das águas colidindo com rochas e pedras que no caminho estavam
Do alvorecer ao crepúsculo, os pássaros nos fazia companhia, nos agitava
O calor nos afagava, quase nos eliminava, o suor brilhava em minha face, o escorria
Percorrido caminhos, muitos quilômetros ficaram para trás, tudo para o meu bem maior
Os dias eu contava, recontava os dias, as horas passavam com a força das águas
Com todo meu fervor, encontrei algum vestígio humano na selva – Os Bakairi
Esses “Kurâ” nos acolheram para um descanso merecido
Minha expedição pode ver a fé e a força dessa gente, a terra estremecia
Seus pés pisando forte naquele chão árido e seco, mas rico em ritos e fé
Sentindo todas as sensações de uma terra viva, onde o viver era agora
O Agora era pra sempre, eu sentia, meu espírito estava em festa, em total harmonia
Uma força sem igual, a força indígena me arrebatou de coração
Sentia-me em casa a cada segundo que passava,
A cada metro mais próximo da Cidade Z, eu me sentia mais realizado
Constatava a cada minuto que a minha ligação com essas terras é muito forte!
Mentalmente eu clamava a pleno pulmões “Voltei para casa, meu lar, minha terra”
Passaram-se alguns instante e o grande sábio aproximou-se de mim lentamente
Meus lábios secaram, meu coração petrificou, por fim o batimento cessou
Vivo eu estava, mas uma sensação estranha se aproximou de minha pessoa
O Portador religioso da tribo olhava-me fixamente
“Cuidado com seu futuro!”
Com o quebrar de silêncio, recordo-me apenas do Xamã se retirando do recinto
Minha felicidade continuava plena, poderia ter sido apenas um aviso de alguém preocupado
Estava completamente encantado, deslumbrado!
O verde me rondava, verde era o céu daquele dia inesquecível
Eu sentia eu que o dia tão aguardado chegaria, estava próximo…
Em nossa expedição vimos de tudo um pouco, até animais que nunca havíamos ouvido o nome
Jaguatirica e Jaguarundi, foram a estrelas em alguns dos dias
Serpentes e até Anacondas de tamanhos colossais enfrentamos
Tamanduás, micos, aves de extrema e rara beleza
A Onça pintada a marca de nossa expedição
Sua flora era unicamente encantadora aos meus olhos, os ancenúbios me fascinavam
Uma estonteante transição de tons
Do verde “seco” do Cerrado, ao verde cintilante e multicolorido da mata Amazônica
Um verdadeiro delírio vivo


DA VIDA PARA GLÓRIA – ENIGMAS DA SERRA DO RONCADOR

 

De muitas lendas dessa terra eu ouvi, os mitos rondavam a todos que estavam comigo
Lembro-me de uma das mais arrepiantes… a do Rio das Mortes
Bastava apenas alguém citar o nome, que meus pelos se alvoroçavam
Sentia que a qualquer momento poderia ser eu naquele rio, cujo o nome que não gosto de citar
Mas desde sempre convicto que era apenas uma mistura de cansaço e um pouco de medo
Medo que eu sabia que venceria, como já venci outros mundo afora
Outra história que muito me fascinou naquela terra foi da Lagoa Morta, assim alguns chamavam, outros chamavam de Lagoa Encantada
O relato dos índios eram de que que nessas águas haviam segredos, que o homem ainda não havia desvendado
Águas que não tinham sinal de nenhum ser vivo, eram raros os índios que nela se aventuravam
Receio de serem sugados por algum ser que havia nas profundezas, nunca se soube o que lá havia
Diziam-me que era uma Entrada, a morada dos Deuses, curioso fiquei, mas tinha que seguir em frente e focar em minha meta
O santuário místico é outra parte que me enfeitiça nessa terra
Esse lugar me fazia pensar que tudo que estava a imaginar era correto e realmente existia
Dizia-se de um local determinado para o grande reencontro dos filhos do sol e ponto de ligação com a minha Machu Picchu, meu ponto de ideologia inicial “Estaria eu mais convicto do que nunca!”
Uns me diziam estar louco, mas era loucura não ver tamanha grandeza que estava a minha frente, desatinado era aquele não enxergava as evidências.
Em minhas noites de sonhos, viajava na tecedura de minha imaginação de uma forma única
Os Guarás protegiam um grande portal, que eu o chamava de Portal para o mundo Místico
Protegiam algo muito celestial, o segredo que nunca poderia sair desse solo
Muito me perguntava se era a minha meta, se era a minha Z, que estava fortemente protegida
Entre clarões e escuridões, meus sonhos me revelavam que estava enganado
Asas fulminavam ventos fortes, os sopros que consagravam a Serra
Suas garras me assombravam, me deixavam em plenos arrepios
O Portal que reluzia nas noites de lua clara e cheia
Seres evoluídos poderia chamar, mas nunca teria certeza
Os Kupe-Dyep – medo indígena que assolava as redondezas
O vento cantava “Por aqui não passarás, terás o teu futuro interrompido e se tornarás um guardião Kupe-Dyep. Aqui tu não entrarás ou então tu sofrerás!
O teu castigo fará com que tu se tornes um novo Kupe-Dyep!”
Pegadas na caverna, foi o máximo que pude ver, pegadas no teto da caverna!
Seria uma assombração da mata? O medo me consumia cada segundo a mais
Do pesadelo despertei, e quando percebi havia me tornado mais das lendas desta terra
Muitos se perguntam para onde fui, ou onde estou, desde já não posso revelar
Minha alma se consagrou nessas terras, minha história eternizou-se no coração do Brasil

 

O ELDORADO BRASILEIRO – O RENASCIMENTO E A DESCOBERTA- Z: A CIDADE DE OURO

O Destino final havia chegado, meu fim tinha se aproximado
Diversas tentativas de desvendar o resultado de uma lenda
A expedição que presenteou o coração do Brasil, onde minha alma vive
Cavername foi encontrada tardiamente, sem nenhuma comprovação sobre esse possível fim
Minha família não realizou devidos exames por motivos que ninguém nunca revelou
Medo das diversas respostas? Pavor por quebrar o fim enigmático de uma lenda?
Nunca poderei responder a vocês!
Outros relatam a loucura sucunbindo meu corpo, não pensava nos fatos, não tinha critérios de vida, o fascínio deveria de ter levado a minha sanidade mental, o Eldorado me consumiu!
As doenças de uma selva agressora e sem precedentes teria por me abater ? Logo eu um explorador nato?
Sucumbi a morte devido as dezenas de doenças que contrai de uma mata selvagem?
“Seria isso” não sou capaz de responder tamanha pergunta
Na mata, as doenças e também os ferozes animais que a habitavam, as garras teriam de me prender para sempre, o veneno teria de me abater facilmente?
Abocanhado ou envenenado, nunca saberão meus caros admiradores!
As flechas hostis de uma selva bem assegurada, uma selva que tinha seus habitantes mais ilustres, seus índios que até hoje lutam por seu chão, não deixando o invasor o exterminar.
Outros com um espírito mais aventureiro e explorador como o meu, deram-me o presente de sonhar.
Obter meu estrelato devido a minha jornada, sou Jones para os mais íntimos
Para os aventureiros mais otimistas, minha Glória foi encontrada e será revelada a todos numa nova fase dessa minha história, numa nova fase de minha pós-vida
Nos confins da Serra do Roncador… o Eldorado Brasileiro
No meio de diversas plantas, uma imensidão verde que cobria meus sonhos
Meus sonhos hoje revelados, o segredo preservado pela Morada dos Deuses
O Ouro escondido à séculos, o ouro que cegava os mais incrédulos
O Ouro reluzia de forma tão excepcional, que era certo, obtive minha certeza
No meio da selva eu tinha encontrado, o tão aguardado Eldorado revelado
A riqueza esbanjada nas águas cristalinas, azuis como o céu
Aos céus o tesouro que havia nesta cidade banhada em ouro maciço
Lapidada pelas mais nobres pedras preciosas, totens esculpidos na pedra
Ornamentados com os mais belos baixos relevos
Uma cidade divina, decorada em nobre ouro com extrema sutileza – ouro que cega
Entretanto, uma construção se destacava por sua beleza estonteante
Uma pirâmide envolvida pelas asas colossais de uma enorme águia, que assim que iluminada pelos raios solares ganhava vida – O templo de Inti – Guaraci
Estátuas enormes de sacerdotes esculpidas, uma fusão com a cultura das terras Tupiniquins.
Escadarias eram serpentes, onças decoravam os mais belos templos
Eu podia sentir uma energia em todo lugar, Inti me presenteou com a vida eterna na memória daqueles que hoje ouvem minha história hoje relatada e recontada pela Águia tricolor do Carnaval Virtual, hoje minha maior glória se faz presente pela Nobreza da Baixada

Em busca de meu maior sonho, do meu maior delírio, da mais alta loucura da minha vida pude sentir o gosto pela sensação de viver intensamente, hoje conto minha história a todos vocês, com muita emoção ao me despedir novamente, mas com imensa felicidade e gratidão por ter a possibilidade de relatar minha maior felicidade de vida: Z- A Cidade Perdida banhada em Ouro

 Cel. Percy Harrison Fawcett

 

 

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