Malandros apresenta enredo para o Carnaval Virtual 2022

Logo oficial do enredo

Estreante no Grupo Especial, o GRESV Malandros apresentou o enredo que levará para o Carnaval Virtual 2022.

Pavilhão oficial da agremiação.

A vermelha e branca do Rio de Janeiro/RJ irá apresentar o enredo “MAREJOU MEU OLHAR PELO MAR DA SAUDADE: A VOLTA DO MALANDO EM BUSCA DA FELICIDADE”, de autoria do seu carnavalesco Clay Gommez.

Confira abaixa a justificativa e sinopse do enredo:

JUSTIFICATIVA

Em 2022, a G.R.E.S.V. Malandros tem o orgulho de, no Carnaval Virtual, poder homenagear uma de nossas grandes inspirações, o G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro, e dar o pontapé inicial nos festejos pelos 70 anos da escola, que serão celebrados em 05 de março de 2023. Neste ensejo, a escola revisita um dos enredos mais célebres do carnaval carioca, mas pela ótica que o público não viu.

No segundo semestre de 1992, o Salgueiro anunciava o seu enredo para o carnaval seguinte, sem imaginar o quão antológico aquele desfile seria. No entanto, o que possivelmente muitos desconheçam, é que aquele samba – o mais famoso samba-enredo da história, cujo refrão é conhecido até por “não-sambistas” – não era o favorito naquela disputa.

Durante as eliminatórias na quadra, além do animadíssimo “Explode Coração”, despontava um poético samba, cuja derrota levaria a um gosto amargo que não seria esquecido até a Quarta-Feira de Cinzas. A obra que não foi para a avenida, ainda assim, ficou na memória e até hoje é lembrada em conversas saudosistas entre salgueirenses.

A dúvida, porém, fica no ar: “Como teria sido ‘Peguei um Ita no Norte’ contado pela inspiração de Luiz, Sereno, Fernando e Diogo?”

A G.R.E.S.V Malandros vem contar a sua versão da história: a visão de um malandro paraense que, às vésperas de completar 30 anos de sua viagem ao Rio de Janeiro em um Ita, recorda de cada passo de seu itinerário. Com os olhos marejados, ele relembra sua chegada à “terra do samba, da mulata e futebol” e como se apaixonou pelo Salgueiro.

Esperamos honrar neste desfile os compositores Luiz Fernando, Sereno, Fernando Baster (in memorian) e Diogo (in memorian), que carinhosamente autorizaram o uso de sua obra para estreitar ainda mais os laços da G.R.E.S.V Malandros com o G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro. Que esta seja uma forma de apresentar a mais pessoas um samba que não ganhou a disputa oficial, mas venceu a barreira do tempo.

Victor Nowosh e Daiv Santos

SINOPSE

MAREJOU MEU OLHAR PELO MAR DA SAUDADE: A VOLTA DO MALANDO EM BUSCA DA FELICIDADE

ABERTURA: “DO NORTE PARTE O ITA EM MINHAS LEMBRANÇAS”

“Eu peguei um Ita lá no Norte
E fui parar longe da terra onde nasci
O mar foi a minha estrada
Nessa viagem tão sonhada
Muitos ‘Brasis’ eu conheci…”

Certa vez estava eu – um velho malandro nortista – arrumando minha velha estante de livros quando, de repente, encontrei um álbum antigo. Nele, encontrei fotografias de uma época em que deixei o meu Pará, embarquei no navio Ita e fui para o Rio de Janeiro conhecer o carnaval. O ano era 1993 e jamais imaginaria que aquela viagem me traria grandes memórias. Reuni meus netos ao meu redor na sala para lhes contar essa minha grande aventura e abri o velho álbum de fotografias. Já na primeira foto, voltei no tempo e ele me transportou para Belém do Pará, onde tudo começou. Era chegada então a hora da partida rumo ao Rio de Janeiro! Eu me despedi de minha família e embarquei no grande navio. Os motores “roncavam” e me lembro bem, até hoje, quando a fumaça saía pelas chaminés anunciando a partida do velho Ita. E lá fui eu, me sentindo um conquistador em busca de novas terras. Eu era um jovem aventureiro e desbravador a caminho do desconhecido e isso me excitava muito. O mar era a minha estrada e, a cada quebra da onda no casco do navio, novos sonhos entravam em minha mente.

PRIMEIRA E SEGUNDA PARADA: “DEIXANDO O PORTO DO PARÁ E CONHECENDO O MARANHÃO”

“Vim de Belém pro Rio
Mas antes me encantei
Com lindos azulejos
Meu boi-bumbá dancei…”

Enquanto o Ita partia em direção ao primeiro porto, não podia deixar de olhar para trás e ver minha querida Belém do Pará sumir no horizonte. Tantas lembranças de minha terra querida que eu levava comigo na bagagem para jamais me esquecer de onde vim. Em minha mente, as imagens de sua fauna e flora, do seu artesanato marajoara, suas comidas típicas e do Círio de Nazaré – a festa mais importante de minha terra – deixavam em meu peito um tom de saudade, mesmo sabendo que logo voltaria para cá.

Com os olhos já marejados, continuei minha viagem e, enfim, havia chegado ao porto de Itaqui no Maranhão, estado vizinho ao meu Pará. Lembro-me que o capitão disse que faríamos algumas paradas pelo caminho durante a viagem e que, quem quisesse, poderia aproveitar para conhecer um pouco dos lugares por onde passaríamos. Sem perder tempo desci e, ao lado de outros turistas, fui conhecer um pouco daquele Estado. Ao caminhar pelas ruas maranhenses cercadas por grandes palmeiras me encantei com lindos casarões, cujas paredes eram todas ornamentadas por belos azulejos portugueses, o que dava um ar de riqueza ao lugar. Andando mais um pouco, ouvi ao longe uma batucada: encontrei um grupo de pessoas formando uma roda. Ao centro, uma bela mulher dançava e rodopiava, segurando sua longa saia florida. Perguntei a um dos brincantes o que era aquilo e ele me disse que era o “Tambor de Crioula”, uma dança típica do Maranhão. Gostei muito do que vi e me diverti bastante. Em seguida, esse mesmo brincante me levou para conhecer outra festa folclórica do Estado Maranhense: o Bumba-meu-boi. Nela, um jovem rapaz trajado como o boi encenava na rua a lenda da morte do Bumbá pelas mãos de pai Francisco, que o matava para atender o desejo de sua esposa gravida em comer a língua do bicho. Aquela cultura me deixou muito fascinado! Fui recompensado por ver tudo aquilo logo em minha primeira viagem. Já estava me esquecendo do horário quando o Capitão anunciou a partida. Corri de volta ao porto e, ao soar novamente a buzina do navio, o Ita partiu, continuando sua viagem rumo ao próximo porto.

TERCEIRA E QUARTA PARADA: “OS PORTOS DE PIAUÍ E DO CEARÁ”

“Depois deitei na rede
Aos pés dos coqueirais
Vi rendas, vi rendeiras,
Jangadas pelo cais…” 

Os primeiros raios de sol anunciavam o novo dia após uma noite bem tranquila ao mar. No horizonte surgia um novo porto: era o porto de Luiz Correia, que ainda estava em construção (e está até hoje) no Estado do Piauí. Soube da forte influência negra no estado, que contribuíra – e muito – para o artesanato local. Também soube sobre os sítios arqueológicos que ali tinha e conheci suas grandes e arquitetônicas formações rochosas. Antes de partirmos, conheci diversas espécies de aves em extinção protegidas pelas ONGs de lá.

Novamente seguimos viagem, e o Ita então aportou no porto de Pecém no Ceará, um grande complexo de transportes marítimos que carinhosamente ganhou o apelido de “Esquina do Atlântico”. Descemos e logo de cara pude ver comerciantes locais vendendo vestidos de rendas, bordados, chapéus de palha feitos de Carnaúba, redes e frutos do mar. Nas praias, admirei-me ao ver belas jangadas navegando sob aquele céu azul e sol forte, que irradiava força aos pescadores da região. Conheci a literatura por meio de grandes autores como José de Alencar e Rachel de Queiroz.. Ao cair da noite, deparei-me com centenas de romeiros com velas acesas em suas mãos. Era uma procissão em fé e louvor ao padroeiro do lugar: Padre Cicero, também chamado carinhosamente de “Padim Ciço” pelos fiéis. Uma peregrinação emocionante e repleta de fé para fechar, com chave de ouro, aquele dia maravilhoso em terras cearenses.

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QUINTA E SEXTA PARADA: “OS PORTOS DO RIO GRANDE DO NORTE E DA PARAÍBA”.

“E a saudade bateu
No balanço do mar, meu olhar
Marejou, marejou,
Meu olhar…”

Com as mãos trêmulas e os olhos marejados em lágrimas, parei por um tempo de folhear o antigo álbum de fotografias e me lembrei dos dois próximos portos onde o Ita havia aportado. Dois portos muito especiais e cheios de boas lembranças. Quando descemos no porto do Rio Grande do Norte, logo corri para conhecer a casa de Câmara Cascudo, um importante historiador que preservava o folclore nacional e o fez se tornar famoso por todo o país. Também pude conhecer de perto o Forte dos Reis Magos, ponto turístico importante do estado. Encantei-me bastante com o artesanato potiguar e seus trabalhos de cestarias, bordados, cerâmicas, couro, madeira e pedras. Pude provar também a maravilhosa culinária regional como a caranguejada, o baião-de-dois e a carne de sol, além de doces típicos como doce de batata doce, doce de caju em calda, doce de jaca e o pudim de macaxeira.

Já, ao aportar na Paraíba, o forte vento do litoral soprou em meu rosto e me senti no paraíso. Apaixonei-me pela arquitetura colonial portuguesa do lugar e as casas coloridas do seu centro histórico. Pude registrar em fotos as belas praias de Manaíra e Tambaú e os belos recifes de corais ao largo da Costa, um lugar propício para o mergulho. Pude finalmente conhecer e saber um pouco mais a respeito do “Maior São João do mundo”, uma festa típica nordestina feita nos meses de junho e julho para louvar seu padroeiro. Aprendi também a dançar seus ritmos típicos, como o baião, o xaxado e o forró. Era uma viagem cultural que, em todos os portos que eu passava, mais me encantava. Porém não podia perder o foco e minha viagem rumo ao Rio seguia mar a fora.

SÉTIMA E OITAVA PARADA: “OS PORTOS DE PERNAMBUCO E DE ALAGOAS”.

“Guardei
De cada porto uma lembrança
E vou sorrir feito criança
Quando recordar
Imagens da cultura popular…”

Enfim o Ita chegou à metade de sua viagem e, ao aportar no porto de Pernambuco, corri para conhecer o seu tão famoso carnaval folclórico. Fiquei encantado com os gigantes bonecos de Olinda e o esplendor do Galo da Madrugada. De repente, aproximou-se um grupo de pessoas com várias sombrinhas coloridas nas mãos. Eles dançavam um ritmo folclórico chamado frevo e, a cada passo que davam, parecia que iriam quebrar as pernas com tantos movimentos rápidos. Ao passar a “galera” do frevo, deparei-me com um cortejo real. Eram o rei e a rainha do maracatu, com seus trajes tradicionais, sendo amparados por pessoas com trajes finos e estandartes nas mãos. Logo atrás deles, homens com roupas largas e cabeleiras coloridas também representavam personagens típicos da região. Eram os lanceiros das congadas, outra dança típica pernambucana. Antes de partir com o Ita para o próximo porto, fui conhecer a “Nova Jerusalém”, o maior teatro a céu aberto do mundo, onde todos os anos na Sexta-Feira Santa é encenada “A paixão de Cristo”. Também não pude deixar de conhecer os livretos de cordel, que retratavam as histórias dos povos nordestinos em forma de rimas; as histórias contadas pela população sobre Lampião e seu bando; sobre Luiz Gonzaga, que era conhecido como o rei do baião; sobre o autor literato Ariano Suassuna; entre tantos outros que deram vida e fama a esse estado maravilhoso, considerado por muitos como “o melhor estado do Brasil.”

Feliz e enriquecido de tanta cultura, era chegada a hora de me despedir de Pernambuco e embarcar no Ita novamente. Afinal, o porto de Alagoas estava logo a frente. Ao desembarcar, deslumbrei-me com o brilho das águas cristalinas de suas praias e com os seus corais e conchas coloridas. Pude ver de perto as vastas plantações de cana de açúcar, provar das suas tão famosas cachaças e conhecer um pouco mais sobre Zumbi, o líder do Quilombo dos Palmares. No mar, uma procissão de barcos seguia o cortejo em homenagem ao Bom Jesus dos Navegantes ao som de fogos que explodiam coloridos no céu. Soube também do festejo o pastoril, uma fragmentação de um presépio natalino, montado todo ano para saudar a chegada do Natal e o nascimento de Cristo. Outro grande folguedo alagoano que pude conhecer durante a minha viagem foi o Reisado, onde músicos, cantores e dançarinos vão tradicionalmente de porta em porta anunciar a chegada do Messias. Rito esse que também antecede as festas natalinas enriquecendo assim a cultura da população alagoana.

NONA E DÉCIMA PARADA: “OS PORTOS DE SERGIPE E DA BAHIA”.

“O maracatu, a capoeira
Olha o sururu, sarapatel
Valentes cangaceiros
Em livros de cordel…”

Em seguida, com o Ita, cheguei à Sergipe, o menor Estado do país. Ali, pude conhecer um pouco sobre sua atividade agrícola, que é um dos fortes pontos da economia sergipana, assim como a extração de minérios, do petróleo e do gás natural. Também pude conhecer o seu rico e diversificado folclore regional, com suas festas e danças que possuem grande influência dos povos indígenas, africanos e europeus como o Cacumbi, Guerreiros, Caboclinhos e lambe-sujos. Antes de partir de Sergipe rumo à Bahia, fomos convidados a participar da festa do “Zé Pereira”, tradicional bloco carnavalesco que agita todos os anos o Carnaval da cidade de Aracaju, a capital do estado.

E o Ita partiu novamente… Senti um clima diferente ao aportar na Bahia. Uma emoção forte tomou conta de mim ao pisar naquele solo abençoado por todos os Orixás. Bahia, a terra da magia, o lar do Candomblé. Da nega baiana do tabuleiro de quindim, do sururu, do sarapatel e do acarajé. Lugar este onde todo ano seguem os festejos para saudar Iemanjá, a rainha do mar, e onde tradicionalmente acontece a lavagem das escadarias da Igreja do Senhor do Bonfim.  Fui conhecer o tão famoso farol da Barra e, ao subir a ladeira do Pelourinho, fui convidado para dançar axé ao som da batucada do Olodum. Já estava totalmente entregue à magia baiana quando uma multidão surgiu e me arrastou para o meio deles. Juntos, partimos atrás dos trios elétricos que agitavam o carnaval da cidade. Despedi-me da Bahia em êxtase, já com uma pontinha de saudade e um aperto no coração de querer voltar mais vezes àquele lugar místico. Agora, faltava bem pouco para chegar ao Rio. A viagem do Ita estava chegando ao fim e meu coração explodia de tanta felicidade ao saber que logo, logo chegaríamos ao nosso destino.

PARADAS FINAIS: “O PORTO DO ESPÍRITO SANTO E, FINALMENTE, A CHEGADA AO RIO DE JANEIRO”.

“Então cheguei ao Rio de Janeiro
Foi maior a emoção
Um brinde à natureza
Aguenta coração…”

Enfim, o Ita havia deixado o Nordeste brasileiro para trás e havia adentrado o Sudeste, ao aportar no Espírito Santo. Mal chegamos ao porto e já conheci um pouco de suas histórias locais. Soube como Vitória, a capital do estado, havia se tornado uma cidade portuária e uma grande exportadora de minério de ferro. Pude conhecer também sua bela e movimentada Praia da Costa e o Convento da Penha, situado no alto de um penhasco que oferecia uma vista panorâmica da cidade a todos os turistas. Soube também a respeito de suas festas mais famosas, como a festa da polenta, a festa em homenagem a Nossa Senhora da Penha, o festival de arte e música e o Vital, um carnaval fora de época, geralmente comemorado em novembro, que hoje já não existe mais. Provei de sua deliciosa culinária, como a moqueca capixaba, feita de peixes e frutos do mar cozidos em panelas de barro artesanais ao molho de urucum, entre outros pratos típicos, deixados como herança pelos povos indígenas que habitavam o lugar antes da colonização.

Era chegada a hora de partir novamente, e lá foi o Ita pelo mar do Atlântico em direção ao estado que eu tanto queria conhecer: o meu querido Rio de Janeiro. Aportamos enfim na “Cidade Maravilhosa” e logo de cara me encantei com a bela vista da Guanabara, com o Pão de Açúcar ao longe e com o Corcovado, onde a estátua do Cristo Redentor abençoava a minha chegada. Lembro-me bem: era um domingo de carnaval. As ruas tomadas por blocos e foliões fantasiados; os bares da Lapa cheios; as famosas praias de Copacabana e de Ipanema lotadas; e, no Maracanã, acontecia mais um grande clássico do futebol. Na Sapucaí, fogos anunciavam os desfiles das primeiras escolas de samba daquele ano. A primeira noite foi linda, porém foi na noite seguinte que me encantei e conheci o meu grande amor! Era segunda-feira de carnaval quando vi a terceira escola adentrar o Sambódromo, cantando o famoso refrão: “Explode coração / na maior felicidade…”. Realmente, meu coração explodiu de tanta felicidade ao saber que o enredo daquela escola nada mais era do que o Ita e todo o trajeto que percorri para chegar até ali. Eu me vi naquele enredo, dentro daquele desfile. Fui às lagrimas ao sentir a energia daquele desfile triunfal, daquela escola, e ao ver como as arquibancadas deliravam e cantavam juntas àquele samba. Ali, tive a certeza de que nascia meu amor, branco e vermelho. O nome deste amor?  “Acadêmicos do Salgueiro”!

Veio a Quarta-Feira de Cinzas e a apuração só confirmou o que todos sabiam: o Salgueiro havia se sagrado o grande campeão do carnaval daquele ano e o grande campeão do meu coração também.  Não era à toa que ele era conhecido pelo bordão: “Nem melhor e nem pior, apenas uma escola diferente.” E o “Sal” soube fazer a diferença. Venceu!  Por isso meus queridos netos, ao recordar este velho álbum de fotografias com vocês eu vos digo: voltei para a minha Belém do Pará passado aquele carnaval, mas com a certeza de que um dia voltaria ao Rio de Janeiro só pra ver o meu querido Salgueiro ser campeão novamente!

“Me faz um dengo, meu xodó
Eu sou Salgueiro, nem melhor e nem pior
Me faz um dengo, meu xodó
Eu sou Malandro, nem melhor e nem pior”

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