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LUPA Carnaval: a última noite do histórico Grupo de Acesso Virtual 2020

Os desfiles do Grupo de Acesso do maior Carnaval Virtual da História se encerraram neste sábado, com a passagem de mais dez agremiações virtuais. A série de análises elaboradas pelos acadêmicos que integram a Liga Universitária de Pesquisadores e Artistas de Carnaval da UFRJ, a LUPA Carnaval, investiga os destaques dessa última noite.

Abrindo uma nova série de apresentações, a Pau no Burro realizou um divertido desfile cantando “As Sete Cores de Laffond”. O grande destaque ficou para o maravilhoso samba-enredo, o melhor da noite, e para a irreverência no tratamento do enredo, que rendeu homenagens ao ícone da cena carnavalesca Jorge Laffond.

Segunda a desfilar, a Império Iguaçuano defendeu o enredo “Porciúncula, das águas do Rio Carangola surge o Vale do Elefante”. Com um lindíssimo conjunto visual, as alegorias e fantasias foram o ponto alto do desfile sobre a história da cidade.

Em seguida, a Bambas de Ouro se apresentaria na passarela virtual com o enredo “Santificada seja! Santa Dulce dos Pobres”. A escola contou com um bom samba, porém a exibição mais compacta em relação às demais agremiações acabou impedindo que o tema fosse abordado com mais profundidade.

A Dragões do Samba viria na sequência com o enredo “És a cor do meu samba, do meu pavilhão, és minha alma, minha paixão”. O discurso interessante sobre a cor vermelha, no entanto, recebeu um desenvolvimento menos inspirado visualmente, onde as menções a episódios, objetos e fatos históricos referentes ao universo vermelho não geraram uma linha narrativa tão clara.

Quinta escola a se apresentar, a Encantados da Serra realizou um competente desfile conduzindo o tema “Cabeceiras, ‘a Roliúde Nordestina'”. A originalidade do conjunto de fantasias e a clara leitura do enredo foram os pontos altos do desfile.

Com uma exibição mais simples e burocrática, a Recanto do Beija-Flor trouxe o enredo “Deuses oleiros, Homens demiurgos”, num desfile de altos e baixos que teve como destaque positivo o bom desempenho de seu samba-enredo.

Mocidade Negra, desfile 2020.

A próxima escola virtual, Mocidade Negra, seria responsável pela mais impactante apresentação visual com o enredo “Imortal… Cada um marca a sua História”. A autenticidade da narrativa sobre a imortalidade gerou um competente desfile, com belas soluções nas alegorias e também nas fantasias.

Criticando os “Mercadores da Fé”, a Dragões Lendários manteve o nível com uma excelente e divertida exibição. O maravilhoso e bem fundamentado enredo contou com uma linha estética muito criativa em vários momentos do desfile, além de um grande desempenho do irreverente samba-enredo.

Nona escola a desfilar, a União Capivariana cantou para o tema “‘Made in Roça’: Boemia e Folias em solo Ruralino”. Com boas referências a elementos da Universidade homenageada, a escola entregou uma apresentação levemente inferior às demais no conjunto da obra.

Imperiais de Madureira, desfile 2020.

E fechando os desfiles do Grupo de Acesso de forma apoteótica e arrebatadora, a Imperiais de Madureira realizou o melhor desfile da noite com o fabuloso enredo “Brasil, tua fome é de quê?”. Com o auxílio de um samba-enredo excelente, o discurso potente e extraordinário de Elza Soares foi representado de forma esplendorosa nas fantasias e alegorias, que além de belíssimas traduziram com perfeição a narrativa da escola.

Acompanhamos nesses quatro dias a celebração de um poderoso manancial de talentos brasileiros: incríveis histórias, grandiosos sambas e belíssimos desenhos desfilaram na passarela virtual. A edição histórica pelo número de agremiações filiadas ao Grupo de Acesso também se fez épica na qualidade dos desfiles, indicando a vitalidade da arte carnavalesca que, vencendo todas as tristezas no Brasil de hoje, encontrou em novos formatos a saída para seguir conquistando corações com todo o seu esplendor.

 

Texto elaborado coletivamente pelos pesquisadores da LUPA Carnaval (@lupacarnaval):

Ayrã de Oliveira Ribeiro (Licenciando em Letras pela UFJF, professor de Interpretação de Texto e Literatura no GARRA Cursinho / Juiz de Fora – MG e pesquisador-artista da LUPA Carnaval)

Gabriel Henrique Caldas Pinheiro (Bacharel e Licenciado em História pela UFRJ, professor, idealizador e pesquisador-artista da LUPA Carnaval)

Ricardo da Silva Ferreira (Licenciando em História pela UFRJ, professor e pesquisador-artista da LUPA Carnaval)

Silvia Maria Monteiro Trotta (Bacharela e Licenciada em História pela UFRJ, integrante da Comissão de Carnaval da Império de Petrópolis e pesquisadora-artista da LUPA Carnaval)

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