Império de Órion cantará a vida e obra de Mestre Vitalino em sua estreia no Carnaval Virtual

Para sua estreia no Carnaval Virtual, o GRESV Império de Órion trará a vida e obra de Mestre Vitalino no enredo: “O Mundo de Barro do Mestre Vitalino”, conheça a sinopse abaixo.

 

FICHA TÉCNICA:

Grêmio Recreativo Escola de Samba Virtual Império de Órion
Cidade sede: Garanhuns – PE
Data de fundação: 10/12/2015
Cores: Azul Turquesa, Verde Água, Branco e Dourado.
Simbolo: Estrelas e Guaiamum

Presidente: Jhonatas Silva Genuíno
Carnavalesco: Alexandre Ricardo de Amorim
Intérprete: à definir

 

ENREDO:

O Mundo de Barro do Mestre Vitalino

Se Deus é um Vitalino…Vitalino é o deus do barro.

“Nordeste novamente é lembrado
Na figura deste humilde escultor
Vitalino e o seu mundo de barro
A terra que Deus criou ele valorizou”

Foi lá em Caruaru, no agreste pernambucano que vim ao mundo, no meu “mundo” nordestino fui batizado como Vitalino; vim menino pobre e simples, casa pequenina, na família que fazia o barro virar pão valorizando a terra que Deus me deu

E foi nas sobras das panelas de minha mãe que conheci a matéria prima da minha imaginação. E assim, comecei a transformar sonhos em realidade, sem saber, brincava de Deus e fazia os homens através do barro, os homens que via e que gostaria de ser um dia.

“Que fascinado simplesmente
Retrata o nordeste sua gente
Grupo de bravos soldados
Camponês e lenhador
Boiadeiros e rendeiras
Lampião e o se amor
O caçador e o seu cão a farejar…”

Ao ouvir o berrante dum caçador de gado maracajá, notei uns sons de minha terra e aqueles sopros como ventos que quebram galhos secos, me fizeram expressar com pífano. E passei a criar não apenas o que via, mas também o que ouvia na cultura do meu nordeste.

Mas não saciei a fome da minha imaginação que via um banquete de sonhos no Alto do Moura, mal sabia que lá passaria toda a vida retratando camponeses, lenhadores, rendeiras, caçadores, animais e personagens de minha terra.

“Tudo isso lá na feira
É louça de brincadeira
Feita de barro-Tauá”

Lá, me tornei um dos que faziam o barro virar pão na mesa de minha família, o barro Tauá virava arte que virava pão, mas com uma pequena diferença que vinha antes, fazia o sonho virar barro feito brincadeira de criança. E o sonho passou a alimentar a imaginação do povo Que famintos, bisbilhotavam pelas minhas janelas.

E de tanta fome por sonhos, me chamaram de mestre. Por ventura, mal sabiam eles que os imaginava, porque eram os sertanejos que queria retratar. Com barro retratei todos seus ritos de passagens, com barro retratei todos os seus medos do cangaço, com barro retratei a fome e a fé, casa de farinha e procissão, com barro retratei a minha e a nossa vida. Afinal, sou um deles também.

“Folguedo do Maracatu
Uma festa tradicional
Onde o poeta se fez internacional”

E de tanto que transformamos o barro, o barro nos transformou, feito um folião em um festival ou num folguedo sem saber o que virá; o barro enfim transformou-me em vitrine para um mundo imenso feito a utopia de sonhar e fazer o sertão virar mar, nosso barro fez com que o mar quisesse virar sertão. Ainda
que nada disso viesse a acontecer, o barro nos fez aproximá-los.

O chão de barro que pisamos transformou-se em cimento, o chão de cimento que pisamos transformou-se em neve; mas nenhum desse chão fazia meu coração bater tão forte, sabe por que? Porque nenhum deles sujou as nossas mãos enquanto fabricávamos sonhos e realidades. E foi nesse chão de barro que eu pude descansar, mas deixei por aqui tantos outros Vitalinos que levarão por todo o sempre o que há de mais belo em todo nordestino.

“Olha o Boneco de barro
Quem quer comprar?
Leva boneco freguesa
Pra as crianças se alegrar”

(Trechos entre aspas/Samba Império da Tijuca 1977)

 

INFORMAÇÕES DA DISPUTA DE SAMBA

– Escola irá encomendar o samba.

Comentários

 




    gl