Império da Praça XI canta Simón Bolívar em seu enredo para o Carnaval Virtual 2020.

O GRESV Império da Praça XI apresenta seu enredo em busca do título do Grupo Especial do Carnaval Virtual 2020, a escola cantará Simón Bolívar com o enredo: “Sou o sonho libertador que desafiou a ilusão” de autoria do enredista Matheus Brito Oliveira.

 

FICHA TECNICA:

Presidente: Karolini Costa
Vice-Presidente: Sérgio Ayres
Carnavalesco: Hugo Ribeiro
Enredista: Matheus Brito
Intérprete: Benezinho
Diretor de Carnaval: Thales Nunes
Diretor Musical: Diego Soares
Diretor Artístico: Vanderson Cesar

 

ENREDO:

Sou o sonho libertador que desafiou a ilusão.

Autor: Matheus Brito Oliveira

APRESENTAÇÃO:

Senhoras e senhores americanos: Vocês já sonharam um dia? Trazendo anseios de liberdade na avenida, a Império da Praça XI vos apresentará na passarela o sonhador que todos os gigantes impérios desafiou. Por muitos e pelo mesmo, louco como o Quixote idealista que como bom amante da justiça, lutou pelas Dulcinéias da soberania.

Em seu caminho para a eternidade, redigiu as memórias de um homem sonhador. Simón Bolívar: Um Quixote sem Rocinante e Sancho Pança, mas que cheio de esperança desafiou a ilusão.

 

SINOPSE:

Da eternidade ainda bem próxima de Santa Marta – Grã Colômbia – 17 de Dezembro de 1830, treze horas e trinta minutos.

Escrevo memórias de alguns momentos da vida de um homem sonhador:

“Senhores de toda a América, presos às amarras do realistas e do Império, desta mansão que faz frente à essa praça, nasci nesta data. Meus sonhos já não caberiam em meu berço aristocrático e em nome da soberania de nosso povo, busquei a liberdade deste meu primeiro até o último dia de vida! Apresentei à sociedade meus dons e meu nome: Simón José Antonio de la Santísima Trinidad Bolívar y Palacios Ponte-Andrade y Blanco.

Pela honra de meus pais que muito cedo partiram, pela honra das mães negras que amamentaram, pela honra dos meus tios que adotaram e pela honra de meus tutores, mestres da educação, da filosofia e do humanismo que me formaram para a liberdade, a justiça, o grande, o belo e para realizar todos os meus sonhos, afirmo que não poderia viver sem sonhar. Para realizar sonhos é necessária a audácia. Para realizar os meus foi necessária a honra, a competência, a determinação, a estratégia, o equilíbrio, a justiça, a grandeza, o interesse, a união, a sociedade, a soberania, o brio, a curiosidade, a filosofia, a literatura, o aproveitamento, a ciência e o amor pela liberdade. Desses, o amor é o alimento dos sonhos por engrandecer o homem!

Que atire a primeira pedra aquele que nunca sonhou. Que atire a primeira bala aquele que nunca quis soltar-se das suas próprias amarras, do que aflige, do que o normatiza, do que o detém.

Assim como o amor é o alimento do sonhos por engrandecer o homem, a dor apenas alimenta os sonhos dos homens já engrandecidos.

Jamais iremos tirar do coração aqueles que nos causam a sensação de liberdade,que fazem-nos fortalecidos.

Certo dia, acumulei minhas sabedorias e mágoas e parti para o mundo esperando trazer a liberdade nos meus baús.
Com aqueles que me prepararam, fiz uma jornada pela Europa através dos caminhos da liberdade, da igualdade e da fraternidade que me levaram para uma coroação na catedral de Notre Dame. Segui adiante!

Chegando no alto do Monte Sacro, com aquele que me formou e ensinou a sonhar, pude selar meu compromisso com a verdade e com minha vida: Juro diante de ti, juro pelo Deus dos meus pais, juro por eles, juro pela minha honra e juro pelo meu país, que não darei descanso ao meu braço, nem à minha alma, até que quebre as correntes que nos oprimem pela vontade do poder espanhol!​”

Tempos depois, de volta, o coroado da catedral trairia nossa metrópole e a fez resignar. A nossa soberania e sabedoria venceria a força para nosso sonho realizar e lá dizer: Sejamos independentes desde já!

Parece que aquele no qual não envolve-se à justiça do homem resolveu punir-me por este motivo com um terremoto: Em nome dos sonhos, confrontar o absolutismo. Porém, nada fora menor que meu sonho e discursei: ​Se a natureza opor-se, lutaremos contra ela e faremos que ela nos obedeça​.”

Alguns não deram ouvidos e aprendi que sofrer uma traição é o melhor dos aprendizados e a melhor forma de aprender é distante dos traidores. Relatei para conhecimento de quem quisesse sonhar.

A persistência é o melhor amigo dos sonhadores! Não havia escrito, mas pensado como Dom Quixote pensava à sua amada Dulcinéia.

Por pensar, espalhei aos meus fiéis e leais soldados: Com nosso vigor, nosso propósito e ambição estaremos em combate contra os gigantes imperiais em uma jornada de Cartagena à Caracas. Que chamem-nos de loucos! Mas montem nossos Rocinantes e sigamos sonhando em luta! Pois nosso sonho é bem maior do que as nossas adversidades!

Numa etapa da jornada, disse que a partir de Mérida seria o libertador quem vos falaria: Lutaremos em Caracas em prol do nosso sonho e da soberania do povo pela unidade. Estejam avisados aos ​espanhóis e canários: ​Contem com a morte! Mesmo se você for indiferente e se você não agir ativamente presente para a liberdade da América. Os americanos contam com a vida, mesmo quando você é culpado.

Teremos em mãos nosso sonho livre das Brancas Luas do Império! E aquele que se opor à soberania será condenado.

Não deram-me ouvidos e aqueles presos à própria razão nos deteve. Porém, nossos sonhos continuariam mais fortes do que qualquer condição ou tratamento. Lembrei que jamais quis ser supremo, majestade e ditador. Preferi ser libertador. Se a recolha fosse o melhor para meu povo, assim faria. Contudo, haveria retorno. Afinal: Eu desejo, mais do que qualquer outro, ver formar-se na América a maior nação do mundo, menos por sua extensão e riquezas do que pela liberdade e glória.”

Quando estive escondido, questionei-me: Quem nunca sonhou em ser o melhor do mundo em algo? Quem nunca sonhou em ser o maior do mundo em algo? Talvez eu nunca tivesse sido o maior, mas sempre quis ser o melhor pela audácia, pela determinação, pelo brio e pela liberdade. Por isso fomos, quando chegamos da jornada, reconhecidos por outros gigantes. Arriscamos a própria vida em Carabobo para expulsarmos de vez as Brancas Luas. Como o antigo testamento do clero realista: O Davi derrotando o Golias! Daqui, europeu algum vivo passou. E aqui, nem o coroado em Notre Dame descansou pois não coubemos no mesmo continente!

O frio e a fome nos delira. Mas o que nos mantinham vivos na jornada era o nosso sonho de uma pátria grande, soberana e de uma América forte! Abrimos nossos corações para esse povo que tanto sofreu nas mãos ibéricas e assim crescemos.

O meu sonho de liberdade também era o sonho dos negros, das mulheres e dos indígenas e assim os realizei. A chibata deu lugar ao papel. O direito de sofrer deu lugar ao direito de sorrir. O que não existia tornou-se direito. Ainda que o povo louvasse tais feitos e oferecesse-me o poder total, dei-lhes o direito de escolha: Eu não posso, senhores, viver um poder que reúna minha consciência, tampouco os legisladores podem conceder de uma autoridade que o povo confiou apenas para representar sua soberania​. Afinal, além de sonhador, sempre fui amante da justiça, dos direitos, da consciência civilista e do estado de direito. E assim, via minha própria Dulcineia”

Daquele leito em Santa Marta relato que, com a vida, pude aprender que todo povo sempre clama pelo seu libertador. E seu libertador deverá sempre estar presente por servir. Aprendi também que servir nos debilita como simples mortais.

Aprendi que revolucionar na América é tão complexo e exaustivo quanto arar o mar. Ainda que tudo possa parecer unânime, os anseios sempre mudam com o tempo. E como mudaram.

Por sorte, ainda tinha Manuelita ao meu lado. Ah, Manuelita! A última mulher na qual libertou-me de alma, coração e, com tremenda coragem, libertou-me da morte mais precoce em uma noite que tentaram assassinar-me. A Dulcineia viva!

Do dia para a noite, o libertador tornou-se aquele que merecia o cárcere. Meus feitos foram esquecidos, meu discurso desmentido, forçado ao exílio, minha honra foi manchada pelos interesses daqueles que, na verdade, jamais estiveram ao meu lado.

A mágoa dói o coração mais que uma bala. A ilusão era como pólvora. Seria impossível o sonho da imponente Grã Colômbia, fazendo frente àqueles das antigas treze colônias que já nos temiam como os gigantes moinhos à Quixote e Roma à Cristo? Talvez fosse.

A mim, restou a tentativa do deprimido exílio na Europa e nem o tempo foi meu Sancho Pança. Restou também, deixar a Grã Colômbia existir apenas em meu coração como uma delirante ilusão idealista. Mas, ainda servindo meu povo, mesmo traído como um cavaleiro que levara um coice, faço meu último discurso antes da eternidade me buscar: Colombianos, meus últimos votos são pela felicidade da pátria. Se minha morte contribui para que cessem as partes e consolide a união, eu irei tranquilo ao meu sepulcro.

Eu fui, eu vou, eu sou o sonho libertador que desafiou a ilusão!”​

 

INFORMAÇÕES DA DISPUTA DE SAMBA:

– Informações sobre disputa para samba-enredo: O G.R.E.S.V Império da Praça XI produzirá seu samba através de encomenda.

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