Império da Estação Primeira da Alegria usará a força dos deuses gregos em sua estreia no Carnaval Virtual

O GRESV Império da Estação Primeira da Alegria, também conhecida como IEPA apresentará em sua estreia no Grupo de Acesso do Carnaval Virtual 2020 o enredo: “Confronto dos Deuses – Uma Odisseia pela Mitologia” de autoria do enredista da agremiação Luiz Araujo. A arte do logo é do design e compositor Rodrigo Fandangos.

 

FICHA TÉCNICA:

Escola: GRESV Império da Estação Primeira da Alegria
Cidade sede: Mangaratiba – Rio de janeiro
Data de fundação: 13/03/2020
Cores: 7 cores do Arco-íris
Simbolo: Coroa

Presidente: Dyego Gabriel
Carnavalesco: Christopher Munford
Intérprete: James Bernades
Enredista: Luiz Araujo

 

ENREDO:

Confronto dos Deuses – Uma Odisseia pela Mitologia

Autor: Luiz Araujo

Grécia percursora da sociedade ocidental, da democracia, do pensamento filosófico e de tantas coisas mais que formam nossa forma de viver, sua influência mais famosa é sem duvida seus contos de deuses e homens, que formam a milenar e complexa Mitologia.

Recheada de temas como Incesto, Traições e Batalhas, a religião grega ancestral é conhecida por seus Deuses extremamente humanizados. Ciúme, amor e luxuria, sentimentos tão humanos e “mortais” permeiam a maioria das histórias da era clássica helenística e são parte formadora do caráter de Deuses Imortais e Criaturas Mitológicas.

“Vagando por sobre as ondas como uma alga ulva, movendo seu corpo de pele macia em seu itinerário por sobre o calmo mar branco, ela [Afrodite] puxa as fortes ondas ao longo do caminho. Acima de seu seio rosado e abaixo de seu suave pescoço, uma grande onda divide sua pele. No meio do vinco, como um lírio ferido entre violetas, Chipre brilha no mar de moluscos. Sobre o prateado, em golfinhos dançantes, estão montados o astuto Eros e o risonho Himeros (Desejo), e o coro de peixes de costas curvadas mergulhando nas ondas diverte-se com a de Paphos onde ela nada.”

(A Anacreonteia, Fragmento 57, c. V AEC, trad. Alexandra)

O amor e a luxuria geraram guerras e maldições, a traição gerou morte e sofrimento, os Deuses se digladiavam entre si para proteger mortais e tomavam parte nas guerras dos homens, muitas vezes apenas para contar vantagem sobre os outros ilustres Olimpianos.

 

A criação do Mundo na Tradição Grega

Talvez o mito de criação mais sangrento e abstrato da história humana, o mundo para o gregos nasceu de forma espontânea a partir de um Deus abstrato que representava o nada absoluto, e o tudo ao mesmo tempo, esse era Caos, a sopa cósmica de onde tudo surgiu.

A partir dele , outras formas abstratas foram aparecendo, Gaia, a terra; Eros, o amor, porem não o amor romântico que viria a ser representado por Afrodite, e sim uma energia e necessidade de se ligar ao outro; o Tartaro criatura que era tanto deus como lugar, e outros seres remanescentes da escuridão original, como Nix e Erébo.

A partir desses seres, a historia começa a se desenvolver, Gaia dá a luz ao Céu (Urano) e ao Oceano (Ponto) e com eles gera outros filhos.

É com Urano que nasce a forma sangrenta e violenta de agir. Este se recusa a interromper o coito com sua Amada Gaia, aprisiona seus filhos no interior da própria mãe, e se diverte com o sofrimento de todos.

Nesse momento, dentro da Gaia, seus filhos, os Titãs, se recolhem de medo, excluindo é claro, Cronos, o Próprio Tempo, e o mais terrível dos Titãs, que junto com sua mãe arma um plano para ferir e expulsar o pai. No processo, ele corta as genitálias do pai (que acaba gerando, a partir de sangue e do sêmen  as ondas do mar, Deusas da Vingança e até mesmo a bela Afrodite) e se coroa o novo governante do mundo, vivendo como senhor, tomando uma de suas irmãs, Reia, como esposa e promulgando eras de gloria. Nessa época também surgiu o homem, que, considerado tão inferior na ordem universal, não tem muitos contos sobre o seu surgimento.

Como toda boa história Grega, nada é o que parece. Cronos acaba por repetir os mesmos erros do pai, e com medo do Destino e de uma profecia dos Oráculos, que dizia que ele iria ser destronado pelos filhos como seu pai o foi, engole todos os filhos que nascem de sua esposa.

Novamente com intermédio da Mãe Reia, um filho vence o pai. Dessa vez, o filho era Zeus, poderoso e reconhecido Deus dos Deuses grego, que foi salvo pela mãe ao ser trocado por uma pedra logo após ao nascimento e posteriormente ser escondido, que retorna anos depois, crescido, para vingar o pai. É ele que liberta seus irmãos da barriga de Cronos, e junto dos irmãos, gigantes de Cem Braços, e Ciclopes começa a Titanomaquia, guerra que durou séculos e terminou com a vitória dos Olimpianos e a reedivisão do universo entre os grandes irmãos: Zeus, Poseidon e Hades.

 

Do Esplendor da Grécia nasce a Era dos Deuses

Com a vitória de Zeus e a instituição do Governo Olimpiano Divino, nasce a era onde ocorrem a maioria dos contos conhecidos. É sobre o a batuta de Zeus que Prometeu é castigado ao levar o fogo aos homens, um dos mitos mais conhecidos da história humana.

É também sob o poder do Olimpo que nasce Perseu, que Atenas amaldiçoa Medusa, que Midas prova o sabor da moral dos deuses ao ter sua dadiva corrompida. É na sombra do Governo Olimpiano que Ariadne é amaldiçoada após ajudar Teseu no Labirinto do Minotauro, onde Ícaro cai dos seus por conta do orgulho. É aqui que Faetonte se queima na carruagem do pai, Apolo, e onde Orfeu parte em direção ao tártaro para buscar a amada Eurídice.

Inúmeros contos tratam também da natureza humana, como o de Eco e Narciso, os contos dos Argonautas e tantos outros.

E na época dos deuses antigos, opressores e reis, que se ambienta também dois dos mais belos poemas épicos da história humana: Ilíada e Odisseia, criados por Homero. Tais poemas tratam da histórica guerra de Troia, aqui ocorrida por conta de uma mulher, Helena, a mais bela das mulheres, que gerou o amor de homens e a fúria de Deusas, e do seu posterior final e volta pra casa de um de seus heróis, Odisseu.

Tão ricas de detalhes, sentimentos e auto reconhecimento, essas histórias se firmaram no imaginário popular e se juntaram com tantas outras, como o conto dos Trabalhos de Hercules, numa só pagina de entendimento da realidade grega, mas é importante lembrar que entre uma e outra aventura, existem dezenas de anos, as vezes molhares, compreendendo um período desconhecido pela raça humana, onde a falta de conhecimento cientifico, recheava essa era de seres além da imaginação.

 

A lenda de monstros e criaturas, reis do desconhecido

Os homens não tinham só os raivosos e orgulhosos deuses para temer, no imaginário popular grego, mares desconhecidos, florestas escuras e montanhas aterradoras, eram lar de monstros famintos, furiosos e repulsivos.

No mar, existia Caríbdis e Cila, seres gigantescos e com enormes dentes que engoliam os barcos. Havia também as sereias, lindas mulheres-peixe que enfeitiçavam homens para impedir a volta dos mesmos para suas famílias.

Nas florestas, era melhor ter cuidado, pois nas sombras se escondiam Centauros, Faunos Aranhas gigantes, enganadoras Ninfas ou astutas Quimeras.

Nos altos montes, você podia dar de cara com famintos Ciclopes, Furiosos Gigantes ou quem sabe um deus menor, pronto para te pregar uma peça ou te fazer passar por alguma lição de moral.

Além desses, dezenas de outras criaturas habitavam o imaginário coletivo, servindo com aviso para o desconhecido e também como forma de explicar o inexplicável.

 

O caminho para o submundo

Para chegar ao submundo, mortos, e algumas vezes ate mesmo os vivos, pediam a licença ao asqueroso barqueiro Caronte, que pago com um Dracma(moeda grega) entregue a você na sua cerimonia de despedida, te levava pelos amaldiçoados rios do submundo, numa viagem tanto de auto- observação, como de despedida da vida mortal.

 

Terras Profanas

No caso de você não sobreviver ao aterrador mundo grego, você nem mesmo podia agradecer por conseguir fugir de tantos perigos em vida, pois na morte, as coisas eram muito piores.

No submundo grego, governado pelo impassível Hades, criaturas horrendas torturavam os pecadores, Fúrias chicoteavam os maus, maldições atormentavam aqueles que haviam ido contra os deuses, e Cérberos, um cachorro gigante de 3 cabeças vigiava para que ninguém pudesse se salvar.

Sua única opção em vida era adorar os deuses irracionalmente, e viver uma vida de gloria, para que houvesse a chance de você habitar o mais maravilhoso dos lugares gregos, os Campos Elísios, terra de fartura, festas e bençãos.

 

Festa para um povo Grego.

Em 2020 são essas as histórias que a Império vai contar na avenida, com muito glamour e alegria, vamos fazer uma ode ao povo grego e suas riquíssimas histórias. Abençoados pelos deuses gregos que nos reencontram na avenida, a historia e tradição de um povo que foi tão importante para a humanidade será contada e celebrada.

COM AS BENÇÃOS DE ZEUS
E A FORTUNA DE NICE
PEDIMOS PASSAGEM AOS PODEROSOS OLIMPIANOS
PARA CONTAR SEUS AMORES E HUMORES, NA MAIOR FESTA DO MUNDO
EVOÉ! IEPA

Ouça-me, oh, Deuses, vós que governais o leme
Da sagrada sabedoria, e que, acendendo nas
Almas dos homens a chama do desejo do retorno,
Os atraís até os Imortais, dando-lhes,
Pelas indizíveis iniciações dos hinos,
O poder de escapar da escura caverna
E de purificar-se. Ouça-me, poderosos liberadores!
Concede-me, pela compreensão dos livros divinos
E dissipando a névoa que me rodeia, uma luz
Pura e santa afim que possa compreender com claridade
Ao Deus incorruptível e também ao homem que sou.
Que um Daimon perverso jamais,
Assediando-me dos males, me retenha,
Eternamente cativo nas ondas do esquecimento,
Afaste-me dos Deuses!
Que jamais, uma expiação aterradora,
Me acorrente na prisão da vida (do corpo)
Caindo minha alma nas geladas ondas da geração
E nas que não quiseram falhar demasiado tempo!
Ouça-me, vos, oh Deuses, soberanos de deslumbrante sabedoria,
Revelai aos que se apressam no caminho ascendente
Do retorno, aos santos êxtases e as iniciações
Que residem no coração das sagradas palavras!

BIBLIOGRAFIA:

Hinos Orações e Trechos: https://sites.google.com/site/helenismo/Home
O Grande Livro dos Mitos Gregos. Graves, Robert
Contos e lendas da mitologia grega. Pouzadoux, Mansot, Brandão
O Livro de Ouro da Mitologia – Histórias de Deuses e Heróis. Bulfinch, Thomas
Dicionário de mitologia: Grega e romana. Kury, Gama
Os Deuses do Olimpo. Stephanides, Menelaos
Ilíada.  Homero
Odisseia. Menelaos

 

INFORMAÇÕES DA DISPUTA DE SAMBA:

– Escola encomendará a obra.

 

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