FGAF viaja nas visões de Maria Louca em seu enredo para o Carnaval Virtual 2019

A ARESV Arranco da FGAF divulgou a sua sinopse para o Carnaval Virtual 2019. Após o 13º lugar no grupo especial do carnaval passado, a escola buscará o título do Grupo Especial com o enredo “Visões insanas de uma rainha muito louca” de autoria do carnavalesco Fagner Pessôa e colaboração de Bruno Surcin. Escola também apresenta sua logo do enredo, criada por Caio Barcello, carnavalesco da E.S.V. Nobreza da Baixada.

 

FICHA TÉCNICA

Presidente: Bruno Lemos Surcin
Carnavalesco: Fagner Pessôa
Intérprete: Rodrigo Feiju
Presidente de Honra: Ricardinho Delezcluze
Vice-Presidente: Waldecy Aguiar
Apoiador: Barvillar
Departamento de Carnaval:Waldecy Aguiar, Zé Rixa e Jorginho Costureiro
Presidentes da Ala de Compositores: Careca Testa de Empada e Caiçara Parrudo
Presidente do Conselho Deliberativo: Jorginho Costureiro
Presidente da Ala da Velha Guarda:Jorginho Experiente
Coordenadoras da Ala das Baianas:Tia Rocha e Tia Tocha
Rainha de Bateria: Carol Grimião
Musa da Escola: Daniele Cabral

 

“Visões insanas de uma rainha muito louca!!”

 

JUSTIFICATIVA

Texto: Fagner Pessôa
Colaboração: Bruno Surcin

“… A loucura é um simples desarranjo, uma simples contradição no interior da razão, que continua presente…” (George Wilhelm Friedrich Hegel)

Súditos do carnaval virtual! O A.R.E.S.V. ARRANCO DA FGAF neste ano de 2019 comemora 15 anos de sua existência e honrosamente apresenta uma história com a essência de carnaval, intitulado de: “Visões insanas de uma rainha muito louca!!”

Com a proposta de não contar sobre a vida real da homenageada, e sim viajar pelo “irreal” através de suas visões insanas e delirantes, dentro das situações históricas em que viveu. O papagaio sobrevoa um universo paralelo de loucura, misturado a devaneios que expressam o declínio “psico-mental”, trazendo personagens alucinógenos que participaram na elaboração da loucura de MARIA FRANCISCA ISABEL JOSEFA ANTÔNIA GERTRUDES RITA JOANA”, popularmente conhecida como: Dona Maria “a louca”.

 

SINOPSE

“… Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade.” (Renato Russo)

 

A lucidez necessita da loucura para existir, enquanto a razão, define o caminho a não seguir para que se criem os muros de proteção da sanidade. Nossa história se inicia no encontro do papagaio com neurônios de uma mente insana, que cansados do pensamento lógico e do racionalismo se fundem, e assim, com uma licença poética que a arte e a loucura permitem, se transformam em “Paparônios” (Sinapses que é uma junção anatômica especializada entre dois neurônios, onde a atividade elétrica de um influencia a atividade do outro por onde é transmitido o impulso nervoso) e mergulham em um portal para a insanidade, convidando a todos para embarcar nos mais diversos delírios através das visões insanas de uma rainha muito louca.

“… Há momentos que a insanidade se torna tão real que não é mais insanidade…” (Charles Bukowski)

De rainha “Piedosa” e popularmente conhecida como “Dona Maria, a louca”, delira em visões insanas que tem essência carnavalesca de humor, deboche e mistério. Mistura a realidade com a fantasia em um reino louco. Entraremos nesta mente insana e veremos com seus olhos este mundo inconsciente, onde sem censura, a mente humana libera suas emoções.

Maria é diagnosticada com “melancolia degenerada em insanidade”. E a partir de então é afastada de suas funções administrativas como Rainha, passando a coroa para seu filho D. João VI. A “Piedosa”, com um declínio mental profundo começa a viver um transtorno de personalidade totalmente fora dos padrões do que se julga ser normal.

Nessa profusão de delírios, nossa FGAF traz este universo surreal e lúdico de uma das personagens mais interessantes e emblemáticas das páginas de nossa história. Penetramos regiões misteriosas de uma mente insana, que ficam do outro lado do mundo real, na qual desconhecemos. Mas quem é louco conhece perfeitamente bem.

“… A insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes.” (Albert Einstein)

A Dona Morte abusada pede passagem. E ao bailar da dança de um minueto no Palácio de Queluz, leva em sua carruagem de corvos (pássaros da morte), parentes próximos da rainha, que após isso mergulha profundamente nesta loucura em um luto total. Acredita-se numa “Praga da Casa dos Braganças”, ou seriam apenas boatos?

Religiosamente fanática, se “agarra” na fé para não ser “agarrada” pela serpente endiabrada do tinhoso que queria (segundo a alucinação acentuada) levar a Rainha para ser queimada no fogo ardente do inferno. O Diabo era uma das visões fluentes que Maria tinha. Ela o via em tudo quanto fosse lugar, fazendo a Rainha gritar e uivar toda a noite de pavor.

Para o pecado não a pegar, mandou construir a Basílica da Estrela em Lisboa, onde tinha visões de anjos que traziam recados de Deus para ela. A mesma acreditava que assim sua alma se libertaria do pecado e as portas do paraíso estariam abertas para recepcioná-la.

A loucura cria um mundo de fantasias visionárias, onde a força de seus apelos interiores faz a Rainha enxergar uma “realidade” que a vida real não lhe dá.

“… Nos chamam de loucos, num mundo em que os certos fazem bombas.” (Bob Marley)

“… Aqueles que são loucos o suficiente para achar que podem mudar o mundo, são geralmente os que mudam.” (Steve Jobs)

Cada vez mais envolta em seus devaneios, Maria não queria perder a cabeça para a afiada lâmina da guilhotina francesa. Reis estavam sendo decapitados a mando de Napoleão, que na visão delirante de Maria, via ele como a materialização do Diabo. O Imperador também mostrou ser um manipulador, pois queria o poder tendo todos em suas mãos para começar sua política expansiva. Maria se via em um grande palco dos horrores como uma marionete humana nas mãos do então “Pequeno Imperador” que queria sua cabeça para colocar emoldurada em sua coleção.

Assim a Família Real Portuguesa e membros da Corte fugiram para o Brasil se aventurando no “grande oceano lendário”.

“Ou ficam todos ou todos se vão… Devagar para não parecer que estamos a fugir…” (falas de Maria)

“… Nunca existiu uma grande inteligência sem uma veia de loucura.”(Aristóteles)

Nos devaneios de vossa alteza, visões de um louco Brasil. O local onde D. João e seus “nobres frangos assados” inventaram para se refugiar e fugir das tropas Napoleônicas era considerado como o próprio inferno segundo a Rainha.

A travessia do mar era tenebrosa, tormentas violentas com raios e trovões que apareciam em fortes clarões no céu apavoravam a visão da Rainha. Quando as embarcações não eram atacadas por piratas e corsários, naus e caravelas eram engolidas por criaturas marinhas monstruosas e gigantescas, que sobressaltam de mapas segundo relatos de navegadores da época.

Sendo forçada a embarcar, Maria viaja em delírios profundos onde visualizava estes monstros e já se imaginava debaixo das águas profundas, além da imaginação, usando uma coroa de tentáculos.

“… A loucura é uma ilha perdida no oceano.” (Machado De Assis)

“… Não é o medo da loucura que nos levaram a largar a bandeira da imaginação.” (André Breton)

No meio destes delírios, a Rainha tinha visões insanas da terra “maldita” que estavam a caminho. Terra esta onde Tiradentes foi morto com ordens da própria, e em seus declínios alucinógenos imaginava que o fantasma de “Xavier” iria assombrar e a perseguir, fazendo com ela o que ela mandou fazer com ele. Seu decreto atormentava sua mente…

“Mandem matar a todos, os descendentes também, um traidor não pode ficar para semente!”

Ela também imaginava selvagens indígenas e bichos com suas vergonhas a mostra, africanos feiticeiros que aprisionavam almas com suas ervas venenosas e batuques de tambores com evocação aos seus deuses pagãos. Sua mente criou uma floresta alucinógena, onde animais gigantescos e horripilantes faziam verdadeiras atrocidades e plantas de dentes afiados que devoravam nobres.

“… A lucidez me leva as raias da loucura.” (Elis Regina)

Em um “mar de piolhos sugadores de sangue”, a Rainha e as damas que a acompanhavam no desembarque em terras baianas sem querer ditaram moda com suas roupas volumosas e turbantes enormes. Para esconder as carecas em decorrência da epidemia de piolhos que sofreram na viagem, o povo enlouqueceu com a tal visão e passaram a usar tais vestimentas, que são usadas até os dias de hoje. Já em terras cariocas, “Maria vai com as outras” se banhar na Bica da Rainha, o que se tornou um hábito durante a época.

Cada vez mais insana, entrou de vez em um mundo onde o que é normal não tem permissão para transitar. Em demência profunda, se joga ao mar acreditando que a nado voltaria para Lisboa. E enfim o que mais Maria temia, que era o passamento para o reino “dos pés juntos”, de fato aconteceu. À sombra da Dona Morte em sua barca (Caronte é o barqueiro que carrega as almas dos recém-mortos) leva a Rainha louca a navegar no mar do desconhecido obscuro até os portos do paraíso…

“Se a canoa não virar
Olê, olê, olá
Eu chego lá…”

“… Há uma loucura e prazer que só os loucos conhecem.” (John Dryden)

“… A loucura é vizinha da mais cruel sensatez, engulo a loucura porque ela me alucina calmamente.” (Clarice Lispector)

Assim, Maria ao chegar no paraíso descobre que desembarcou no “Reino de Momo”, que é o Rei da folia carnavalesca! Afinal de contas, suas visões na verdade são a própria essência da arte foliã, um universo louco onde todos são iguais e na qual podem ser o que quiserem. Envoltos de confetes e serpentinas, cada um é louco pelos sagrados pavilhões das escolas de samba.

A louca entrega a Coroa ao Papagaio, que agora como Rei e com as chaves da cidade em suas “asas”, manda todos caírem na folia!

E lá vamos nós! A louca Maria vira musa do nosso bloco! A Rainha requebra as cadeiras no carnaval, o nosso paraíso de ilusões, onde a real fantasia é permitir não ser normal e se acabar “Maluco- beleza” nesta cultura de arte popular!

Ao nosso amor maior: FGAF, somos loucos por você! Seu pavilhão me alucina e suas cores me fazem delirar, assim como a Rainha. São 15 anos de glórias! Vamos comemorar em eterna alegria insana e navegar para o futuro desta louca folia virtual.

A bateria que enlouquece e arrepia de intenso êxtase. Somos reis, rainhas, cabrochas e malandros, pierrôs, arlequins, colombinas, bate-bolas, negas malucas, palhaços e tudo que a gente quiser se transformar. No meio deste Reino da folia, todo o delírio a leva em uma visão derradeira: um “Oásis tupiniquim-batuqueiro”.

Convidamos todas as co-irmãs nesta festa para nos entrelaçar, e unidos lutarmos com a essência louca e carnavalesca de “Maria Louca” que temos dentro de cada um de nós, a favor do carnaval contra loucos governantes e intolerantes.

A loucura é um sonho de uma única pessoa, e a razão final disso tudo é que: nós, os loucos da folia, temos de estar juntos e defender sempre o que tanto amamos. A loucura nossa de cada dia, que nos tira da rotina por 4 dias e nos leva ao paraíso!

Até porque de carnavalesco e louco todo mundo tem um pouco!

#ALOKA

 

SÍNTESE

Através das visões insanas de uma louca rainha chamada Maria, o Arranco da FGAF comemora 15 anos de existência e homenageia esta personagem emblemática, que através de suas visões delirantes, traz a essência do espirito de carnaval.

Viajamos por esta mente louca e conhecemos através de seus olhos um mundo paralelo e alucinante em declínio mental profundo, onde a realidade e fantasia se misturam e fazem brotar personagens-ícones que participam destas visões insanas da piedosa louca rainha.

Ao chegar no paraíso do reino louco da folia, o papagaio convida a todos para comemorar seus 15 anos de existência, trazendo a mensagem que a união de todos os sambistas loucos pela arte foliã salvará esta cultura popular de reconhecimento mundial.

Com a essência de Maria Louca que temos dentro de cada um de nós, chegamos a conclusão de que a nossa loucura dos 4 dias de folia é de fato nosso paraíso celestial e energético!

Pois de carnavalesco e louco todo mundo tem um pouco!

 

INFORMAÇÕES DA DISPUTA DE SAMBA

– Escola encomendará a obra.

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