Em seu sexto aniversário, Império de Niterói apresenta mudanças para 2022

Novo pavilhão da agremiação.

A vermelha e branca de Niterói, que disputará novamente o Grupo de Acesso 1 do Carnaval Virtual, comemora, no dia de hoje, seu sexto aniversário de fundação. E, para sua comemoração, apresenta algumas novidades que preparou para o ano de 2022. Algumas das novidades são a chegada de seu novo carnavalesco, diretor musical e enredista. E, ao final da reportagem, a escola divulgará a sinopse de seu enredo para 2022.

Para 2022, a escola reformulou seu pavilhão, trazendo uma nova roupagem ao desenho de seu símbolo, a coruja. Já as cores seguem sendo às suas tradicionais, o vermelho e o branco. O novo pavilhão é de autoria de Adalmir Menezes, confira:

Novo pavilhão da agremiação.

A escola anuncia também no dia de hoje seu novo enredo, em que abordará e contará as vitórias e conquistas em batalhas pelo único índio a fundar uma cidade no Brasil: Araribóia. Com o enredo: Por Banda D’Além Das Águas Escondidas, de autoria do enredista Marcos Felipe Reis. A Império de Niterói entra numa nova versão visando o melhor para a escola, desfile e parcerias.

Reis desenvolveu o enredo com base na história do grande cobra tempestade, como era conhecido o Araribóia. Seu nome, porém, era Martim Afonso de Sousa, e ele foi um chefe da tribo dos Temiminós, grupo indígena tupi que habitava o litoral brasileiro no século XVI. Araribóia ajudou os portugueses na conquista da baía de Guanabara frente aos tamoios e franceses em 1567.

Pela primeira vez, a escola abordará um tema indígena, e por ter sua sede em Niterói, optou pelo fundador da cidade. O presidente, Thiago Cardoso, sobre o enredo e desfile nos conta que “teremos um desfile diferente do que já apresentamos nos anos anteriores”. Conheça o logo da agremiação, que também é de autoria de Adalmir Menezes:

Logo oficial da agremiação.

Adalmir Menezes, autor do pavilhão e do logo da escola, em 2022 também passa a fazer parte da equipe da agremiação, sendo o novo diretor musical da Império de Niterói. Menezes é presidente da Sociedade Águia Real, escola do Grupo Especial do Carnaval Virtual, e, segundo o presidente da escola, ele foi contratado, pois “tem em sua história no Carnaval Virtual, sambas memoráveis e bem trabalhados, além de belos desfiles”.

Como carnavalesco, a escola aposta na estreia na folia virtual de um novo talento, sendo ele Anderson Maciel.

Foto do novo carnavalesco da Império de Niterói.

Maciel é carioca, possui 28 anos de idade, residente em Duque de Caxias, graduando em Arquitetura e Urbanismo pela Unigranrio.

Aos 15 anos de idade começou a ter as primeiras experiências como figurinista para quadrilhas juninas no Rio de janeiro, e, com passar do tempo, foi expandindo as áreas de criação, desenhando roupas de fanfarras, musas de carnaval, performers e cenografias em geral. Com a popularidade no mundo junino teve seus trabalhos executados até mesmo em quadrilhas do Nordeste. No carnaval, já trabalhou como aderecista em escolas como Acadêmicos do Grande Rio e Unidos do Porto da Pedra, além de ter criado roupas para algumas personalidades do carnaval.

No carnaval virtual, já havia sido convidado para participar em outras agremiações, mas, nesse momento resolveu aceitar este desafio de fazer sua estreia.

Trabalhos desenvolvidos por Maciel.

A nossa equipe do SRzd conversou com Maciel, novo carnavalesco da agremiação para perguntar às expectativas de sua estreia no Carnaval Virtual 2022 e as motivações de seu aceite do convite da Império de Niterói, segundo Maciel, os seus amigos “sempre perguntavam por que eu não participava do Carnaval Virtual. Eu sempre respondia que ainda não era hora, e tinha medo devido à dimensão do trabalho. Até que recebi o Convite da Império de Niterói a participar do Carnaval de 2022, pensei, repensei e aceitei”.

Maciel também nos conta sua expectativa de somar aos trabalhos da agremiação que já conta com alguns desfiles em sua trajetória, segundo ele “Será uma honra dar continuidade no trabalho de maestria que já vem sendo desenvolvido ao longo dos anos por esta escola. Mais um desafio pela frente, muito trabalho acompanhado de muitas expectativas para o ano seguinte, e podem ter certeza que estaremos de cara nova e com um carnaval incrível”.

E, finaliza, agradecendo à agremiação, como ele coloca: “Agradeço desde já aos diretores pelo convite e confiança depositada. Estamos juntos, e bora trabalhar”. 

Confira a sinopse da escola para 2022:

Abertura: As terras indígenas de Guanabara
A Baía paradisíaca, que mais tarde se tornaria a famosa Guanabara, era povoada por índios da tribo Temiminó ou Maracá. Os Temiminó eram um povo que dançava sua alegria por entre suas tabas, cultivavam sua sobrevivência, alimentando-se de mandioca, abóbora, feijão. Fabricavam sua própria cerâmica, seus artefatos e armas. Com a chegada dos portugueses, muitos foram escravizados para ajudarem a abrir estradas para Minas Gerais, construir canoas, feitorias, engenhos e fortalezas para a expansão da Coroa por essas terras.

Setor 2: A França Antártica e a batalha de Araribóia
Nicolau Durand Villegaignon, navegador da corte francesa, visando ao controle do comércio com as Índias, dominou toda a Baía de Guanabara, instituindo a França Antártica (1555 a 1567). O governo português então reagiu na tentativa de colocar um fim à invasão francesa ao Brasil, porém não teve êxito em nenhuma tentativa. Nesse período os Tamoios, aliados dos franceses, permitiram a invasão francesa e criada a Confederação dos Tamoios para guerrear contra os portugueses.
O grande Arariboia, conhecido como “cobra tempestade”, então retorna do Espirito Santo e se depara com sua tribo catequizada pelos franceses. Calado, quieto, ouvindo as matas e todo seu redor – como um bom índio guerreiro do fundo da mata – recebe a visita de Estácio de Sá, sobrinho do governador do Brasil, Mém de Sá. Ele foi tentar convencer que Arariboia e sua tribo de voltarem para o Rio para ajudar os portugueses a expulsar os franceses. Em seu retorno, trouxe consigo centenas de guerreiros para se unirem aos lusitanos no combate, junto do cacique Maracajá-Guaçu. Houve muito terror durante a batalha, com tiros de canhões e muito incêndio por toda a região. Muitos chefes indígenas pereceram e os Tamoios foram dizimados pela união de portugueses e Temiminós. Querendo impor segurança na Baía de Guanabara, Estácio de Sá concedeu ao cobra-tempestade o poder de escolher qualquer uma das regiões da Guanabara para viver. O cacique Temiminó, então, mostrou o outro lado da baía e disse que queria aquela região de “águas escondidas”, o local era conhecido como “Band’Além” e foi para lá que Arariboia levou sua tribo.

Setor 3: A fundação e a expansão
Araribóia recebeu, também, do rei de Portugal, um traje do próprio uso de sua majestade, Dom Sebastião, o hábito de Cavaleiro da Ordem de Cristo e o posto de Capitão-Mor da Aldeia. Vencidas as batalhas, os Temiminós partiram para a terra de São Lourenço dos índios para viverem um novo momento. Lá, como de costume, dançaram pela noite adentro sua vitória, juntando toda a tribo para festejarem sua nova terra. E tão logo o grande cacique foi atravessar a linha do mar com o horizonte para se encantar. Sua terra se transformou na única cidade do Brasil fundada por um índio, e começou então a crescer e ganhar espaço na Província do Rio de Janeiro. São Lourenço ganhou igreja para que os habitantes pudessem agradecer e pedir bênçãos para sua terra. A cidade posteriormente foi elevada a status de “Imperial Cidade”, abrindo espaço por entre os mares de Nictheroy a partir das barcas a vapor que atracavam pelos portos. Nem mesmo a eclosão da revolta armada de Floriano Peixoto impediu a cidade, que voltaria a ser capital, de mostrar sua bravura tempestuosa, inaugurando avenidas, estradas para bondes e a ponte que conectava a cidade maravilhosa. A arquitetura ergueu-se de forma rápida e imponente, para fazer jus ao status de sede da província.

Setor 4: Niterói é nosso Império
O cacique lendário ganha, então, um largo na memória da cidade e de seu povo. De legado, deixa sua grande tribo Niterói. O niteroiense herda o gênio inquieto de seu fundador, de lutar pelo que acredita e de se orgulhar das conquistas de seu chão. Herda também a alegria de dançar suas conquistas virando noites batendo papo pelos bares e em carnaval. Grandes filhos temiminós nascem e se orgulham até hoje dessa aldeia moderna e sempre atraente, daquelas “bandas do além”, terras que em um tempo foram cidade imperial e hoje são o lar do nosso Império de Niterói.

Comentários

 




    gl