Dom João traz a Morte em seu enredo de estreia no Carnaval Virtual

Para seu primeiro desfile no Carnaval Virtual, a Escola de Samba Virtual Dom João falará da Morte com o enredo: “A morte lhe convida para sambar” de autoria de Igor Cesar Cine.

 

FICHA TÉCNICA

Nome: Escola Samba Virtual Dom João
Cidade sede: São Paulo – SP
Data de fundação: 16/02/2019
Cores: Vermelho, preto e branco
Simbolo: Bigode

Presidente: Igor Cesar Cine
Carnavalescos: Joao Perigo e Igor Cesar Cine
Intérprete: Tigana

 

ENREDO

A morte lhe convida para sambar

PRÓLOGO

Na vida temos apenas duas certezas: que um dia iremos morrer e que todos os outros dias iremos viver.

Pode não ser visível à olho nú, mas todos os dias, milhares de guerras são travadas ao nosso redor. Anjos da Guarda e Anjos da Morte circulam diariamente os perímetros da terra cumprindo sua missão, repercutindo em nossas vidas as ações do submundo através de consequências, coincidências, imprevistos, etc.

Todos os dias morremos, sabia? Seja morrendo de sono, fome, medo, amor, ódio, felicidade, tristeza, preguiça, etc. Assim como a vida, a morte nos rodeia 24 horas por dia. Muitos tratam-na como uma vilã, mas poucos param para pensar que a Morte simplesmente faz o seu trabalho.

 

A DESPEDIDA

“Morreu…” é o que ouvimos assim que a Morte termina mais uma tarefa.

Para uma pessoa, o começo da vida termina basicamente no mesmo lugar: uma cama de hospital.

Muitos dizem o “adeus final” com flores e lágrimas nos velórios, enterram ou cremam o corpo, transformando todo esse ritual num grande luto. Outros fazem o contrário, festejam e celebram a morte, como nas terras mexicanas.  Claro que a escolha de como encarar esse momento (em triste ou numa despedida guardando apenas os momentos bons) é dos que ficaram.

Com a partida em vida, muitos mortos continuam presos à este mundo por causa dos que ficaram, que não conseguem prosseguir suas vidas ou pois deixaram coisas interminadas, os chamados “espíritos”.

Outros entram no túnel guiados pela luz Divina.

Pois o corpo pode ter encerrado a longevidade aqui na terra, mas a alma continuará sua jornada …

 

A JORNADA

As almas agora vagam e aguardam a “Barca” (conhecida também como o “Auto da Barca do Inferno” na literatura mundana), na qual irá levá-los pelas correntezas da Eternidade.

Chegou a temível Barca, ancorando sombriamente ao lado do cais e apavorosamente abrindo a escura passagem para as almas embarcarem.

Todos se encaminham para o interior da balsa e se alinham em fronte ao guiador da barca, a Morte.

Na qual, ao longo da viagem pelas correntezas da eternidade, faria sua pergunta principal: Por que você morreu?

 

O PASSADO

Muitas das almas que estavam ali vieram por motivos e ocasiões históricas.

Como em primordes do gênesis da humanidade, tempos de fé, era comum devotos oferecerem sacrifícios como forma de clamor e gratidão, desde seu melhor bezerro ou até mesmo seus filhos.

Como também na idade Antiga, tempos de servidão e das sete pragas mortais lançadas ao povo egípcio.  Ou como na Idade Média, onde altos números de mortes resultaram da peste negra e das duras guerras entre reinos, na qual perdurou até à Idade Moderna, tempos das conquistas de novos territórios, e na era Contemporânea, globalizando e tornando a Guerra um ser de âmbito Nacional, como com militares torturando a liberdade de expressão, e âmbito Mundial, com Nazistas exterminando vidas inocentes.

 

O PRESENTE … E O FUTURO

Nessa viagem também estavam muitas almas “recém chegadas”.

Poucas delas vieram de causas naturais, como idade ou doenças; mas muitas foram mortas por outras razões, dos frutos de uma sociedade doente, mortes que poderiam ser evitadas.

Como as almas que nem forma tinham, pois haviam perdido a vida antes mesmo de tê-las.

Desde o ventre materno estamos vulneráveis à morte, pois não temos contato com o mundo exterior prestes a conhecer, e não sabemos se nossa progenitora foi vítima de um estrupo, se passa por necessidades ou simplesmente se foi imprudente de não utilizar camisinha e optou pelo aborto.

Outras almas vieram com formas cortadas ou retorcidas, essas haviam cometido suicídio. Mesmo o final da vida ter partido do próprio indivíduo, quem o matou foi o outro, as próprias pessoas na qual convivia diariamente.

Desde o simples “gordinho” “pretinho” ou “viadinho”; o bullyng racismo e preconceito também é uma forma de matar alguém, a vítima sofre como um golpe em cada palavra rude dessas que lê e escuta, vindas de um assassino frio e psicótico, que ataca seja de forma presencial ou escondido covardemente atrás dos teclados.

Atrás delas, haviam almas carregadas de energias negativas. Traziam guardado dentro do peito muito sofrimento. Em suas respostas, todas revelavam que dormiam lado a lado todas as noites com o seu próprio assassino. O cenário muitas das vezes era seu próprio lar.

A pessoa em quem amou, confiou, que prometeu ser fiel e protege-la lhe matou aos poucos, desde humilhações verbais até agressões físicas resultados de ciúmes possessivos e um relacionamento abusivo.

Em muitos casos, homens como esses maridos assassinos se escondem dentro da multidão de um estádio de futebol, lotado de “torcedores” que desde cedo foram treinados como cachorros, criados para atacar o “inimigo”. Enquanto os donos se tornam famosos e milionários, os cãozinhos gastam seu dinheiro suado para acompanhar seus atletas correndo atrás de uma mísera bola. Porém, não foram treinados para lidar com a derrota – que também faz parte da vida – e tornaram muitos “clássicos” e decisões no cenário de muitas mortes de vítimas que só queriam poucos minutos de lazer.

Por falar em futebol, em volta da Barca pairou uma cortina de fumaça. Desta vez não eram sinalizadores desses insanos torcedores não! Era porque tinha chegado a vez de interrogar as almas vítimas de incêndios; eles eram jovens, diziam ter vindo de uma boate chamada Kiss; depois chegou um número pequeno de garotos do recanto da ave de estimação dos guardiões da morte, seu cenário de morte se chamava Ninho do Urubu. Alguns nem sabiam que tinham morrido, pois dormiam na hora do acidente.
Nesse último caso, o “acidente” era inteiramente doloso, pois havia o risco de desastre, idêntico ao caso de Brumadinho, cujo assassino é a empresa Vale. A cobiça e a ganância humana tapou os olhos desses “poderosos” que se aproveitaram de bens da terra, e na tentativa de terem sempre mais optaram pelo “barato”, na qual pagaram muito caro no final. Aliás, não só eles, mas como a de todas essas almas inocentes presentes na Barca.

O “mundo dos vivos” está ficando cada vez mais perigoso, prova como as almas que estavam ali na qual morreram simplesmente porque foram comprar pão ou porque foram buscar seus filhos na escola. Eis que chegamos na grande questão dessa viagem: NÃO PODEMOS TER MEDO! Assim como falar sobre sexo, homossexualidade, racismo ou igualdade de gênero se tornaram “normais” no dialeto social, a “morte” precisa perder essa “polêmica”, esse medo, e ser discutida também. E entender que a morte apenas faz seu trabalho, que o grande vilão da história somos nós mesmos, seja matando à si próprio por não fazer aquilo que nasceu pra fazer ou seja matando aos outros através de palavras, agressões, etc. As pessoas precisam aprender como é a lei da vida para nascer nas futuras gerações o sentimento de mudança.

 

O DESTINO

“E assim, chegamos ao final da nossa viagem!”, anunciou a Morte.

A barca parou.

Todas as almas que embarcaram naquele dia se calaram. Descubrirão agora a continuação de suas jornadas.

Céu, inferno, purgatório, reincarnação …?

Quer fazer suas apostas?

MORTE – FIM.

 

INFORMAÇÕES DA DISPUTA DE SAMBA

Para abrilhantar um grande desfile como esse, claro que tem que ser ao som de um sambão!

A nossa recém-nascida escola convida você que também se sentiu inspirado para escrever o seu protesto em forma de samba, e tornar ele no nosso hino na avenida virtual!

Ficou interessado?

Então ative o botãozinho da “criatividade” e se liga nas datas:

– Parcerias serão aceitas com limite máximo de até 8 compositores;
– Cada parceria ou composição única pode concorrer com no máximo de 3 sambas;
– A gravação pode ser feita apenas com voz. Não é obrigatório instrumentos;
– O áudio deverá ser enviado em formato MP3 juntamente com a letra em formato word ou PDF, ambos devem ser enviados em e-mail único para o e-mail [email protected] ou [email protected] contendo as informações básicas do/dos compositores (nome completo);
– Será criado um grupo no WhatsApp para a tirada de dúvidas dos compositores, contato pelo número (83)987516834 falar com Carlos Lira;
– A data limite para o envio do samba é no dia 13/04/19.

BOA SORTE PARA TODOS NÓS!

A DOM JOÃO
ESTÁ MORRENDO …

DE ANSIEDADE

 

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