Corações Unidos evoca as Princesas da Encantaria em seu enredo para o Carnaval Virtual 2020.

O GRESV Corações Unidos apresenta para a disputa do Grupo de Acesso do Carnaval Virtual 2020 o enredo “Ajuremadas – Salve as princesas da encantaria!” de autoria do enredista Lucas Bereco. A logo do enredo da escola é de Thiago Miranda.

 

FICHA TÉCNICA:

Presidente: Jefferson Couto
Carnavalesco: Jerlânio Souza
Intérprete: Reinaldo Coelho

 

ENREDO:

Ajuremadas – Salve as princesas da encantaria!

Autor: Lucas Bereco

Introdução:

Para o carnaval virtual 2020, a GRESV Corações Unidos trás para avenida a história de 3 princesas Turcas que se tornaram entidades importantes na encantaria presente no “tambor de mina”, religião de origem afro-ameríndia muito popular nos estados do Maranhão, Pará e Amazonas. A aventura mística de Mariana, Herondina e Jarina se inicia com as princesas saindo de suas terras em busca de asilo em um novo continente, mas, passando pelo “encantamento”, a viagem toma um rumo diferente. Chegando no Brasil, no primeiro contato com a pajelança, as irmãs se transformam em caboclas, personagens com grande força dentro das manifestações nos terreiros de Mina. Assim, a Corações Unidos busca exaltar a expressiva religiosidade brasileira, valorizando a pluralidade do nosso povo, respeitando as nossas raízes indígenas e a ancestralidade africana cruciais na formação da nossa história. Enaltecer essa diversidade é buscar visibilidade e pedir respeito pelo direito de exercer a sua fé independe do seu crédulo.

 

Sinopse:

Outrora terra santa, Jerusalém é agora resquícios de um antigo âmbito Turco. As cruzadas cristãs, por direcionamento sacro, fizeram do Sultanato de Dar es Salaam palco de uma guerra sangrenta e devastadora. O Sultão, embora em desvantagem, não desanimou-se diante das circunstâncias. Ainda há uma heróica esperança de reerguer o que um dia foi um reino próspero. Sua única inquietação era causada pelos esmeros necessários para a segurança de suas 3 filhas: Mariana, Herondina e Jarina.

As princesas são a maior riqueza da vida de Dar es Salaam. Nada que ele possuía na terra estimava valor suficiente para comparar ao imenso amor que à elas era dedicado. É aflitivo cogitar a possibilidade de que, de alguma forma, as moças sofressem pela violência da batalha que estava acontecendo entre Cristãos e Mouros. Foi então que o Sultão Dar es Salaam tomou a decisão de refugiar as suas princesas na África, em um reino aliado na Mauritânia. As 3 irmãs logo embarcam em uma viagem cujo elas ainda não sabem, mas o destino era diferente do qual lhes foi planejado.

No Estreito de Gibraltar, cruzamento entre o mar mediterrâneo e o oceano atlântico, a comitiva das princesas adentra em um submundo paralelo ao plano terrestre, porém, diferente de tudo que elas já haviam visto. No paraíso perdido de Atlântida, em meio a sereias, tritões e outras criaturas aquáticas, o portal se abre, e os mistérios das águas revela uma aventura enigmática que transporta as filhas do Sultão rumo ao destino que a elas foi predestinado. Os Turcos já não fazem mais parte deste mundo. Transcendendo todas expectativas, eles agora são seres encantados. Não passaram pela experiência da morte, ou se tornaram espíritos reencarnado. A côrte Turca apenas foi escolhida para habitar uma nova morada mística.

Após 400 anos de um sono profundo, as princesas e seus súditos despertam longe de casa, na praia dos lençóis, o reino encantado de D. Sebastião. Já nas tormentas da pororoca, foz do rio Amazonas, elas encontram a velha índia lamentando pelas terras invadidas e pelos seus filhos que foram levados para longe. Essa velha índia é Tapuia, entidade que se intitula protetora da natureza e que tem a missão de manter distante todos os inimigos que o mar lançaria contra o seu povo tupinambá. A sacerdotisa permite que as moças e seus seguidores façam parte daquele novo reino encantado, mas, para que isso acontecesse, as princesas têm que aceitar a missão que a elas foi determinada.

Após o encontro de boas vindas, a caravana Turca segue viagem até o âmago da floresta amazônica  a  fim  de  entender  quais as novidades que este novo mundo reservava. Recebidas pelo caboclo velho, as filhas de Dar es Salaam chegam a ilha de Parintins, um dos encantes da amazônia. Em meio a cânticos, chacoalhadas de maracá e murmúrio dos espíritos ancestrais sorrateiros por detrás das moitas, as princesas, nos mínimos detalhes da sua existência, consentem em fazer parte do curioso ritual de transição. No primeiro contato com a pajelança, a forte ligação com os elementos da natureza fez Herondina, Mariana e Jarina passarem pela ajuremação. Quando juremadas, as princesas perdem todas as suas vestimentas Turcas e se tornam entidades da encantaria amazônica.

Com arco e flecha nas mãos, espinhos na pele e facão entre os dentes, Herondina é cabocla guerreira, guardiã das matas de Oxossi. Tem a força luta de uma felina e o senso de justiça guiado por Iansã. Trabalha para purificar o ambiente de vibrações negativas e mantém distante os mal intencionados e os inimigos invisíveis. Toya Jarina, a irmã mais nova e mais tímida, é linda como uma flor de laranjeira. Sempre está acompanhada da serpente que é a representação da sua feminilidade. No fundo dos rios, igarapés e cachoeiras, a índia flecheira se abriga na pedra da mãe d’água, a sereia da Amazônia, Oxum refletida no adedé. É dotada de amor e guia os seus filhos pelo caminho da prosperidade e dos bons relacionamentos. Dona Mariana foi morar nas águas de Yemanjá.

É graciosa como o vôo de uma arará e feroz como as ondas do mar em noite de lua cheia. Quando  solicitada,  trabalha  pela  cura,  proteção  e  bem  estar  dos  mais  humildes  e desprovidos. Quando gira, trás toda a beleza da mistura entre índios, negros e Turcos.

As três irmãs seguem caminhos diferentes, mas quando o tambor soa, elas se reúnem nos terreiros. Mariana pode vir de cigana ou de marinheira, Herondina e Toya Jarina podem ser uma índia amazona ou lavadeira ribeirinha. Independe da forma, as Turcas encantadas são autoridade no tambor de Mina.  Acompanhadas de orixás, voduns, flecheiros, caboclos de pena, gentis, nobres e santos, as Turcas encantadas encontraram em solo Brasileiro, no meio da pajelança e da mediunidade africana, uma nova pátria e uma nova família regida por Tupã e Oxalá.

Salve as princesas da encantaria! Salve o tambor de Mina! Salve a fé do povo brasileiro!

 

INFORMAÇÕES DA DISPUTA DE SAMBA:

– Escola encomendará a obra.

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