Conheça o enredo e samba da Cravo de Ouro para a Edição Especial do Carnaval Virtual

Para a Edição Especial do Carnaval Virtual, convidamos as campeãs do Grupo Especial e Grupo de Acesso da liga Carnaval & Arte para confraternizamos juntos em forma de desfile nas noites de desfile de nossa edição especial.

O GRESD Cravo de Ouro, atual campeã do Grupo Especial da liga Carnaval & Arte, apresenta seu enredo e samba que irá embalar sua apresentação. A escola cantará o enredo: “Barranquilla – O Eldorado do menino Gabriel” de autoria do enredista Giovanni Ferreira.

 

FICHA TÉCNICA:

Grêmio Recreativo Escola de Samba de Desenho Cravo de Ouro
Fundação:  18 /10/1989
Fundador: Hélio B Ferreira
Cores oficiais: Vermelho, roxo e dourado
Símbolo: Cravo de Ouro
Presidente: Hélio B Ferreira
Carnavalesco: Hélio B Ferreira
Auxiliar: Pablo Mendonça
Enredista: Giovanni Ferreira
Auxiliar: Eduardo Castro

 

Confira abaixo o samba que embalará o desfile da escola:

 

Confira também a sinopse do enredo da escola:

 

Barranquilla – O Eldorado do menino Gabriel

O enredo do Cravo de Ouro para o carnaval 2020 da Liga Carnaval & Arte presta uma grande homenagem ao povo de Barranquilla/COL e ao seu mais ilustre morador: o colombiano Gabriel José García Márquez (1927-2014), último grande escritor do século XX e ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1982. Um dos escritores mais admirados e traduzidos com mais de 40 milhões de livros vendidos em 36 idiomas.

A partir das memórias afetivas da infância de “Gabo”, como era conhecido o escritor, o GRESD Cravo de Ouro retratará na avenida a religiosidade, as danças, as músicas e a maior festa folclórica e cultural da Colômbia: O Carnaval de Barranquilla – Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela UNESCO.

O Cravo de Ouro se junta a El Torito misturando samba com cumbia nos dois maiores carnavais do mundo. Mesmo já na fase adulta, Gabriel García Márquez foi sempre um menino que vivera uma infância à qual voltou muitas vezes e que o transformou em um dos maiores escritores de todos os tempos. Vamos fazer um tributo ao menino Gabriel García Márquez ao relembrar sua infância nos dias de festa e homenagear seu povo, seus legados e as tradições que transcendem ao tempo.

Quando o povo de Barranquilla está em festa, brota de seu interior a paixão pela sua cultura, um rito misturado com o prazer e a plenitude onde se expressa os valores e se reafirma a força, a perseverança de um povo sofrido, mas que usa a alegria como antídoto contra a tristeza. Vamos recriar o procromo Carnaval de cores, sons e ritmos!

Viva ao Carnaval de Barranquilla!
Viva a Gabriel García Márquez!
Quien lo vive es quien lo goza!
Arriba Cravo de Ouro!

“O Carnaval de Barranquilla é a manifestação folclórica e festiva da cultura popular do Caribe colombiano, a mesma que alimenta minhas imagens e minha literatura.” – MÁRQUEZ, Gabriel García.

 Giovanni Ferreira
Salvador, 04 de Janeiro de 2020.

(OBS.: Este enredo não segue obrigatoriamente uma ordem cronológica dos fatos, podendo avançar e recuar na sua linha temporal desde que respeitando a proposta apresentada na justificativa).

(OBS.: A narrativa que se segue utiliza elementos do gênero literatura de memória, podendo ou não utilizar a primeira e/ou a terceira pessoa. Valoriza-se a função autor-narrador-personagem, bem semelhante à utilizada nas obras do homenageado).    

 

SINOPSE

Ah Gabriel
Muchacho travesso
Com nome de anjo
Aquele que traz as mensagens do céu…
Gabriel
Sentia a brisa do mar e as areias da praia a bailar resplandecente como poeira de luz
Lembranças de um Eldorado tropical, do colorido da cidade, do procromático carnaval.

Logo oficial do enredo

Vivia do ócio entre Barranquilla e Cartagena das Índias, embalado pelas histórias fantasmagóricas que vovó Tranquilina lhe contava debaixo das imensas plantações de bananeiras.

Na “Puerta de Oro” do Mar do Caribe onde desemboca o rio Magdalena, ficava a aldeia de casas de barro e taquara, onde seus ancestrais aruaque e mocaná um dia se estabeleceram.

Aprendeu desde cedo a recordar os esplendores de outros tempos, o universo de gente grande. Olhava com curiosidade e ao mesmo tempo com  temor para o empoeirado livro do velho coronel Márquez, seu avô, que tinha respostas para tantos enigmas. Escreveram romances e crônicas em que personagens e lugares de ficção eram retratos fiéis da sua realidade.

Via no dia a dia, lá na ribeira, nas ruas apertadas, nos barrancos do Bairro Baixo, a simplicidade de seu povo, herdeiros de uma tradição, frutos da mistura dos povos aborígenes, africanos, caudilhos e peninsulares.

Gabo como era chamado, nascido em Arataca e criado em Barranquilla, assim que despertou para mocidade se tornou um ilustre apreciador da boêmia barranquillera, no Bar da Cueva não perdia um jogo do Tiburón e ao som da Cumbia relembrava com seus amigos os tempos de criança em que se entregava ao pandemônio carnaval que transbordava na praça central em uma barulhenta explosão de alegria.

No sábado de carnaval, o menino respirava folia, afinal pensava o ele, pra que serve tamanha burocracia se nesse dia reis viram escravos e homens se transverte em Marias?

A noite de “Guacherna” iniciava e os bonecões gigantes se juntavam ao rei momo e aos “diablos arlequins” que bailavam com toda malemolência exalando um cheiro de rum no ar. No dia de São Sebastião flautistas com seus “millos” cadencia os foliões ruas abaixo.

Disfarçado entre máscaras, confetes e serpentinas brincou com a colombina, viveu sua primeira paixão de carnaval, tão repentina que nem se deu tempo de perguntar o nome da “Negra Soledad”.

Suado e animado na “Batalha das Flores”, gira com a baiana de saia rodada, num “mapalé” o menino pega no ganzê na festa de coroação do rei do “Congo”, admirado com a dança de quilombo e os corpos das mulheres negras vibrando ao som frenético dos tambores africanos.

Fantasia e realidade se mistura pelas ruas da cidade. Homens descabeçados e a morte rondando os foliões por todos os lados, quem será que conseguiria escapar? O vapor já ia subindo rio acima, quando Gabriel percebeu a chegada do terrível inimigo: a quarta-feira. Vestida de cinza ao invés de tecido colorido.

Foliões chorosos e um mar de carpinteiras vinham surgindo. Gabriel se sentia perdido entre tantas pessoas, sons e ritmos. Chorava a terça-feira gorda no cortejo fúnebre de Joselito Carnaval cantando:

– “Ay José, te fuiste para siempre. No te vayas José, no te vayas, Joselito Carnaval”

Diz a lenda que o pobre morreu  bêbado no último dia da folia, era o momento de enterrar o Joselito e assim e encerrar os dias de folia, confiantes de que um dia Joselito renasceria em algum outro carnaval.

Essas lembranças são de um enamorado por uma jovem donzela entre o rio e o mar, com sua estranha brisa, sua esmerada lua e seu policromo carnaval….

Para Barranquilla com amor,

Gabo.

 

 

SETORIZAÇÃO

1° Setor: AVENTURAS DE UM MUCHACHO TRAVESSO NO ELDORADO ENCANTADO

O setor marcar o despertar do menino Gabriel para as suas origens. As histórias que vovó contava debaixo das plantações de bananeiras sobre os seus ancestrais, ressalta sua diversidade cultural. É nesse momento que o olhar do muchacho Gabriel se volta para as referências históricas que formavam o contexto da sua própria infância: o processo de povoamento, das línguas, costumes e tradições que formaram e enriqueceram culturalmente Barranquilla.

 

2° Setor: PARA BARRANQUILLA, COM AMOR.

Destaca o realismo mágico, a imaginação e os pensamentos de Gabriel que tanto marcaram suas obras e serviram para amadurecimento intelectual do autor. A vivência em Barranquilla funcionou como uma ponte entre a imaginação fantástica do escritor e a realidade do Caribe.

 

3° Setor: RUGE A SELVA AFRICANA

Apresenta a riqueza cultural e a tradição africana nas manifestações do povo barranquillero. A herança e as raízes africanas que se manifesta nos ritmos, danças, religiosidade e na força dos afrocolombianos que desembarcaram em Barranquilla ficaram gravadas nas obras de Gabriel. Em Do amor e outros demônios o escritor colombiano remonta ao período da escravidão, o culto as divindades iorubas como Olokun e outros orixás e muitas contribuições sociais e culturais africanas  para a sociedade colombiana, as quais perduram até os dias atuais.

 

4° Setor: HISTÓRIAS DO MEU POVO

Setor que representa as manifestações folclóricas, festivas e artísticas de Barranquilla que alimentou a imaginação e a literatura de Gabriel García Marques. O autor alegoricamente transformou Barranquilla na fictícia cidade Macomdo onde se desenrola a trama principal de seu maior sucesso literário: Cem Anos de Solidão.

 

5° Setor: SE VAI PARA O CANAVAL, SE VÁ PARA BARRANQUILLA!

Apresenta o espírito festivo do povo barranquillero na maior festa do Caribe Colombiano: o Carnaval de Barranquilla. Durante os dias de festa, a cidade se converte num espetáculo a céu aberto. Em cada rua um espetáculo de fantasias, máscaras, músicos, danças e alegorias. A exaltação de formas e cores transformada por Gabriel García Márquez em um procromático carnaval e que o Cravo de Ouro tem a honra de unir com a nossa festa brasileira.

 

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