Conheça a sinopse do GRESV Estrela Guia para o Carnaval Virtual 2020

O GRESV Estrela Guia divulgou na manhã desta sexta seu enredo para a disputa do grupo de acesso do Carnaval Virtual em 2020.

 

Chiclete com banana

Autoria: Thiago Santos  e Fanny Teixeira

Introdução

Em 2020 a Estrela revive a inusitada história que aconteceu no nordeste do Brasil durante os anos da segunda grande guerra. Fato que mexeu com a vida de muitos mas chegou até nosso tempo com o conhecimento de poucos. Nos anos de 1940 enquanto os primeiros movimentos da guerra que dividiria o mundo aconteciam, a Broadway vivia o que viria ser o grande era de ouro dos musicais. Nos aproveitamos dessa correlação entre acontecimentos na linha temporal do mundo para dar o tom do nosso carnaval. A mistura da América e do Brasil, que em nosso terreiro ficou imortalizada pelos novos baianos em Brasil pandeiro e por Jackson do Pandeiro em chiclete com banana que deu nome ao nosso enredo, agora será contada por nossa gente bronzeada num grande musical virtual.

 

Sinopse de enredo

Anos de 1940.

A brisa, como que fazendo carinhos, tocava o arenoso chão das imensas dunas e mudava o lugar de cada pequeno grão de terra, transformando de tempos em tempos a paisagem. E parecia ser a única coisa em movimento naquelas bimbocas ao nordeste do Brasil.

O povo que vivia naquele caritó, sob um calor insistente do cabrunco e que levava a vida a muito trabalho e fé, mal podia imaginar que do outro lado do planeta um fuzuê, armado por um cabra que decidiu ser o dono do mundo, acabaria com a tranquilidade da capital potiguar.

 

Hello amigos!

Com receio que as ideias do capiroto alemão caíssem naquele terreiro, os norte-americanos já estavam arrodeando o sul do continente, desenvolvendo a tal da “política da boa vizinhança”. Foram se chegando, conheceram a batucada, se “animaram” com o malandreado do papagaio e “notaram” a ginga da “pequena” baiana. Desse encontro de culturas tão diferentes surgiu a inusitada mistura do “chiclet” com banana.

Mas, para Natal havia um objetivo específico. Estudaram sua geografia pelo mapa e entenderam que a região tinha uma posição estratégica na segunda grande guerra. Seria ali uma espécie de trampolim para a vitória da tropa americana na África e na Europa: Parnamirim Field – a maior base militar fora do território americano, que abrigou 10 mil militares e suas arretadas máquinas de guerra, que se moviam entre céu e mar.

 

Um “forrobodó for all”

Claro, que todos esses movimentos foram grandiosos demais para que tudo permanecesse do mesmo jeito. Em pouco tempo a vida modesta de Natal foi ganhando ares cosmopolitas, causando um tremendo “forrobodó “. Desde a dificuldade de entendimento entre os idiomas a alta nos preços, respingando em todos os outros setores da sociedade.

A especulação tomou conta de toda a cidade, chegando inclusive a faltar mantimentos básicos, que eram reservados aos que pagavam mais caro. Os treinamentos de guerra fizeram com que os natalenses convivessem com os “black-outs”. O povo tinha que ficar na escuridão e viver com o medo de uma possível invasão alemã.

Mas, o clima não era só de insegurança e preocupação, havia também muito encantamento e passionalidade. A relação entre os varapaus americanos e as raparigas natalenses foi de muito fogo e paixão, já com os “homis” locais foi ao contrário, as disputas pelas “cabritas” terminavam em traições, chifres e brigas.

Já as noites enluaradas em Natal nunca foram tão animadas. No alumiar dos néons, cinemas, restaurantes e bailes fervilhavam em um arrasta pé embalado ao som de muito jazz e blues. Nos bordéis, prazeres fugazes entre drinks, cigarros e doenças venéreas. Tudo sob as ordens da cafetina Maria Boa, a grande vedete da casa de tolerância mais famosa da cidade.

Além da prosperidade do dólar, os americanos levaram e mudaram outras “cousas” por aquelas bandas. Se vestir de forma mais informal, o uso do jeans, a inclusão de palavras inglesas no vocabulário local, se barbear com mais frequência, beber cerveja no gargalo da garrafa, mascar chiclete e aproveitar melhor o ensolarado balneário potiguar, repleto de praias paradisíacas – uma delas foi batizada de Miami Beach. E também se refrescar com uma saborosa bebida, que ganhou sua primeira fábrica no Brasil, a Coca-Cola.

Foi assim que a cultura americana, que no pós-guerra dominaria o mundo, chegou primeiro a Natal e depois se espalhou pelo resto do país. E por anos, a cidade seria a capital mais moderna desse “Brasilzão” de meu Deus.

 

Prólogo do “bye bye“ 

E de uma pequena cidade de pouco destaque, localizada no Nordeste do Brasil, Natal passou a ser reconhecida por pessoas de todo o mundo, tendo desempenhado um papel importante no mais amplo conflito da História.

Mas, a guerra tinha chegado ao fim e os americanos partiram. Como “Os Retirantes”, de mestre Vitalino, se foram tristes e com suas trouxas, deixando em Natal os ares de modernidade e a saudade daqueles dias movimentados.

E com olhar atento e testemunha ocular de todos esses acontecimentos estava Câmara Cascudo, o mais importante folclorista potiguar. Que pôde presenciar a força de tantas mudanças e atestar a resiliência da cultura popular local, que resistiu às misturas de pessoas tão diferentes, e ainda assim mantendo vivos seus festejos, os “causos” de mistério ao luar, a gaiatice brejeira, tudo que identifica como potiguares, nordestinos e brasileiros. Continuando tudo como era antes…

 

Compositores, interpretem nossa história de forma leve e divertida. Sintam-se a vontade criar sobre o que propomos sem a preocupação descritiva. Contamos com a criatividade de vocês.

Carnavalesco Thiago Santos
Presidente Rafael Colaço

 

INFORMAÇÕES DA DISPUTA DE SAMBA:

  • O prazo para a entrega dos sambas é até dia 29 de fevereiro de 2020
  • Não há limites de obras por compositor, podendo inscrever mais de um samba;
  • A gravação pode ser caseira (gravação pelo celular, computador, etc…), com apenas a voz e o cavaco ou somente a voz do compositor, desde que possa compreender a letra e melodia;
  • Os sambas devem ser enviados para o e-mail [email protected] ou mandar através da nossa página da Escola no facebook (https://www.facebook.com/ESVestrelaguia/), contendo a letra, áudio e nome dos compositores.

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