Colorados do Samba reedita enredo e samba clássico dos Imperiais do Samba para o Carnaval Virtual 2020

O B.C.V. Colorados do Samba decidiu inovar e a agremiação apresentará para no Grupo de Acesso do Carnaval Virtual 2020 a reedição do carnaval desenvolvido pelos Imperiais do Samba em 2004, “O Cio da Terra”, de autoria de Wellingthon Imperial, com releitura de Mauricio Lanner e Mauricio Vianna.

 

FICHA TÉCNICA:

Presidente: Maurício Vianna
Carnavalesco: Lucas Santoro e Wuerley Lima.
Intérprete: à definir

 

ENREDO:

 

O Cio da Terra – O Que Se Plantou, Deu; E O Que Não Deu, Dará!

 

Ao se passar 16 anos desse belíssimo desfile da imperiais do samba, a colorados do samba tem a honra de reapresentar a ao Carnaval Virtual esse enredo magnifico contando o Cio da Terra. Abordando a história da agricultura, desde o inicio dos tempos, a chegada ao novo mundo, a importância para o brasil, os sem terras e a busca pelo seu pedacinho de chão, a importância da preservação do meio ambiente para um cultivo sustentável, a guerra dos índios por suas terras até chegarmos na no agronegócio e sua importância em nossa economia. Essa é uma singela homenagem a nossa principal semente, a Imperiais do samba, que brotou e gerou nosso carnaval virtual.

 

Setor 1 – A mãe da humanidade, o fruto da semente.

“Terra, mãe da humanidade
O meu coração brotou, no seio da antiguidade.
O homem te fez, eterna morada
Cultivou a mais bela semente
De alma valente, propicia estação
Semeou o amor pelo chão”

O solo é fértil, a semente brotou, o cio da terra traz o alimento sagrado na majestosa África, berço da humanidade. O homem domina o cultivo, a fertilidade sagrada é expressada na arte. Os grãos selvagens foram coletados e consumidos, o farro, o trigo, a cevada, a ervilha, a lentilha, a ervilhaca, o grão-de-bico e linho são cultivados no Levante. O homem primitivo, dá o alvorece o plantio, deixando de ser nômade, agora as tribos se fixam em territórios, a evolução humana se inicia. Terra, solo fértil, a estação da primavera faz brotar, a propicia estação, um grande coração, que cultiva o amor alimentando a mente humana.

“O gigante espalhou
Esperança no deserto
A desigualdade não apagou
A luz do progresso.”

O gigante do deserto corta o Egito. O rio Nilo é a mais importante fonte para que brote a semente da humanidade. A água é fundamental para a agricultura e é a suas margens que brota uma das mais belas civilizações antigas. As cheias fertilizavam a terra, e fazia brotar a mais pura semente em um oásis de fertilidade. Mas o homem se mostra cruel. Os filhos de Abraão são escravizados no solo sagrado. A mão de obra hebraica foi utilizada na colheita, a ganancia egípcia manchou nossa história. Mais tarde o povo se liberta e na terra prometida, reconstroem sua vida, a luz do progresso não pode apagar.

 

Setor 2 – Alvoreceu um novo mundo.

“Um novo mundo, alvoreceu
Natureza visão do infinito
Na guerra do plantio, o desafio
O cultivo no solo bendito”

O homem cresceu, se desenvolveu, criou novos rumos, novos cultivos e conquista os mares. Das conquistas surge o novo mundo, terras descobertas por Colombo, mas já havia habitantes. O povo Inca, Asteca e Maia já cultivava o sagrado milho e a batata, alimento sagrado de Quetzalcóatl que criou junto com o homem para que o alimentasse. Solo fértil, o que se planta dá, no Brasil brota a mandioca, alimento indígena, algumas espécies de arroz também eram cultivados por tribos. Em plena harmonia com a natureza, assim viviam os povos pré-colombianos, sem maldade, apenas cultivando e vivendo da caça, a comunhão com a mãe terra.

“No cio, a fé sustentou
A voz da mata se manifestou
Viver em plena harmonia
Sem maldade e tirania,
Mas o Tom da covardia tingiu
De sangue o meu Brasil”

Mas o homem branco conquista o solo bendito. A harmonia é ameaçada. A ganancia tomou as terras indígenas, o solo é dividido em capitanias, o negro é escravizado para trabalhos forçados no plantio. A cana de açúcar da o sabor da riqueza ao brasil, holandeses e portugueses adoçavam o mundo com a fertilidade das terras tupiniquins, o ciclo do açúcar adoça e enriquece, além disso, o tabaco e o algodão eram amplamente cultivados pelos senhores da terra. Mais tarde o café se torna o ouro negro, influenciando a política da nova república, o café desenvolve nosso país, enriquecendo grandes nobres e trazendo o progresso. O índio perde seu espaço, os pobres não podem comprar terra, o outro lado da moeda é terrivelmente desigual.

 

Setor 3 – Agricultura é o progresso

“Lida, poder devastação
No horizonte, vem a renovação
Dos trilhos um novo caminhar
Agricultura a prosperar”

O café entra em crise, o Brasil mais produz do que vende, a indústria começa a ganhar destaque na economia. Pelos trilhos do trem chega a industrialização, matéria prima é a nova necessidade, a agricultura agora produz algodão para vestir, o alimento industrial ganha as prateleiras do comércio, diversos novos cultivos ganham forma, é o agro se tornando pop. Mas com o progresso a desigualdade aumentou. Os donos da terra não são mais os índios, negros que outrora eram escravos agora não tem onde morar, a distribuição de terras no Brasil é só para quem tem muita grana.

A esperança está nas mãos dos protetores da terra. Dorothy Stang, Chico Mendes são a voz da natureza, clamando por socorro. O movimento sem terra parte para a luta, os oprimidos querem igualde e distribuição de terra para plantar, o movimento ambientalista se destaca e a agricultura ganha uma nova cara, mais sustentável. A luta não foi em vão. O mundo escutou os gritos de apelo da mãe terra e o agronegócio se renovou. Surge assim a agricultura sustentável, a tecnologia aliada a preservação, produtos orgânicos ganham destaque na nossa mesa.

Hoje o Brasil se encontra na contramão da sua própria história. Outrora orgulhoso de sua trajetória em favor da defesa do ambientalismo, a ganancia volta a assombrar nossas terras. As queimadas na Amazônia abrem campo para a agricultura com sangue indígena. Agrotóxicos que eram proibidos agora são liberado para uso, matando pássaros e abelhas, que é um seres vivos mais importante para manter viva nossas matas. Nossa história sangra mais uma vez.

 

Setor 4 – Vem colher um futuro melhor, eterno celeiro de bambas.

“Na batida do meu coração
O me sonho se espalha no ar
O que não deu, só o grande Deus dará
Vem colher um futuro melhor
Ó eterno celeiro de bambas
Imperiais teu povo te ama”

Vem colher um futuro melhor, essa é a nossa mensagem. A tecnologia se associa ao agro, a riqueza do Brasil, principal fonte de riqueza e desenvolvimento do nosso país, um celeiro para o mundo.

O agronegócio reconhece a importância da preservação, a maioria dos produtores é a favor de manter os investimentos em preservação, a Amazônia é quem irriga as lavouras no sul, sustentabilidade para podermos sempre ter o que comer. O mundo agora aponta seus ouvidos a novos ambientalistas como Greta Thunberg e o Brasil não se levará pela vertente da destruição, porque nosso agronegócio entende a importância de se preservar, pois o que não deu, dará.

Celeiro de agronomia e celeiro de cultura, floresce nessa terra onde tudo que se planta dá, uma nova forma de fazer carnaval. A semente plantada pela Imperiais do samba, a 16 anos, brotou. O que era apenas uma brincadeira, floresceu. O Carnaval Virtual é o fruto que brotou e cresceu durante esses anos. Frutos como Jorge Silveira, Guilherme Estevão, Diego Araújo, Isac Ferreira, Raphael Soares e outros tantos que se destacam no carnaval Brasil a fora e outros tantos que ainda germinam e a qualquer momento podem florescer. Nosso agradecimento as sementes dessa história que deram frutos tão belos. Imperiais teu povo te ama.

 

INFORMAÇÕES DA DISPUTA DE SAMBA:

– Escola reeditará o samba dos Imperiais do Samba de 2004.

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