Campeã do Acesso II, Bambas de Ouro lança enredo para 2022

A Bambas de Ouro, escola campeã do Grupo de Acesso II em 2021, apresenta o enredo que levará para a avenida virtual em 2022.

Presidida por Maurício Vianna, a agremiação azul e rosa cantará “Os Heróis da Independência”, de autoria de Maurício Lanner.

Pavilhão oficial da agremiação.

Confira abaixo a sinopse e as regras do concurso de samba-enredo da escola:

Sinopse:

Nasce o sol ao 2 de Julho,

Brilha mais que no primeiro!

É sinal que neste dia

Até o sol, até o sol é brasileiro.

Nunca mais, nunca mais o despotismo

Regerá, regerá nossas ações!

Com tiranos não combinam

Brasileiros, brasileiros corações!

“Hino do estado da Bahia”

Salvador, 16 de fevereiro de 1822.

Motivados por uma onda revolucionária separatista, soldados brasileiros se rebelaram contra Portugal. Um general, Madeira Melo, é enviado de Lisboa para conter a onda separatista. Ele chega à Bahia e imediatamente promove uma onda de destruição e perseguição aos rebeldes. É nesse cenário que se inicia a maior revolução separatista do Brasil, que se tornou um dos principais eventos da independência, mas, por ser um levante popular, ficou pouco conhecido na história nacional. As histórias que iremos narrar, fazem parte de um evento épico que desencadeou a expulsão dos últimos portugueses do Brasil. Em comemoração ao bicentenário da independência, mostraremos histórias de pessoas simples que lutaram por sua liberdade e pela liberdade do nosso país.

Ato 1 – A fé e a coragem de Joana Angélica.

As tropas de Madeira Melo caçavam os rebelados, invadiam e incendiavam casas, causando destruição por onde passavam. Ao chegarem no convento da Lapa, avistaram a Madre Joana Angélica fechando a porta do templo. Lá dentro, suas irmãs e alguns refugiados se escondiam dos soldados portugueses. Os soldados opositores, intransigentes, queriam entrar no santuário com as piores das intenções, mas Joana Angélica, resoluta, bradejou:

“Para trás, bandidos. Respeitem a casa de Deus. Recuai, só penetrareis nesta casa passando por sobre o meu cadáver.”

Joana Angélica foi ferida mortalmente. Sua morte salvou a vida de suas irmãs e desencadeou uma revolta ainda maior na população de Salvador. Com isso, essa guerreira, que deu a vida por seu ideal, torna-se nossa heroína, lutadora pela independência, e jamais deve ser esquecida na história. Sua Bravura se torna um grande exemplo.

Ato 2 – A Marisqueira Maria Felipa, a surra de cansanção.

Acuada pelas tropas portuguesas, a população de Salvador e os rebeldes migram para as cidades do recôncavo, Itaparica e Cachoeira, que se tornam o centro de refugiados. No dia 7 de setembro de 1822, Dom Pedro I declara a independência do Brasil. As tropas brasileiras se reúnem em uma praça para comemorar. Porém, Madeira Melo arma uma emboscada: envia uma fragata armada e ataca os rebeldes na praça pública. Os rebeldes vencem a batalha. Isso provoca grande ira em Portugal, que envia uma esquadra de 40 navios fortemente armado para Salvador. Eles não queriam perder sua mais forte colônia para os brasileiros. Dom Pedro se une aos ingleses e envia tropas que cercam Salvador, o cerco foi armado em Itapuã, Cajazeiras, Pirajá e pelo mar; a esquadra portuguesa ficou escondida próxima à ilha de Itaparica para ser usada como um trunfo. É nessa ilha que vive uma bela marisqueira, filha de escravos, chamada Maria Felipa. Essa marisqueira rapidamente percebeu a presença dos navios portugueses e com muita astúcia bolou um plano para acabar com eles. Em uma noite, Maria juntou 40 mulheres e foram para os navios; elas se despiram e atraíram os soldados inimigos para a praia. Ali próximo, soldados brasileiros já se encontravam escondidos, aguardando o sinal. Então, conforme o plano, despiram os soldados e, após o sinal, os soldados brasileiros invadiram e queimaram os navios portugueses. Os soldados portugueses ainda tomaram uma surra de cansanção (planta que arde ao contato com a pele) das mulheres. Essa mulher, negra, guerreira, entra na história como uma das grandes heroínas, por desarticular uma esquadra de navios portugueses. 

Logo oficial completa da agremiação.

Ato 3 – Brava, forte, guerreira, Maria Quitéria, a pioneira.

Outra mulher que se destaca nessa história é Maria Quitéria. Ainda em 1821, proibida de alistar no exército, fugiu da fazenda onde morava com sua família para unir-se às tropas pela independência. Mulheres não eram aceitas no exército, porém, Maria Quitéria assumiu a identidade de seu cunhado e se alistou no Batalhão de Voluntários do Príncipe Dom Pedro, conhecido como batalhão dos periquitos. Assumindo o nome de soldado Medeiros, logo foi desmascarada, mas sua dedicação era tanta que acabou por se tornar a primeira mulher a alistar no exército brasileiro, assumindo de vez sua identidade e ganhando uma farda feminina. Sua bravura incentivou outras mulheres a se juntar ao batalhão, recebendo o comando de Maria Quitéria – a digna chefe, sendo a primeira tropa feminina da história do Brasil. Elas participaram de diversas batalhas pela independência, tendo seu batalhão alocado na barreira de Itapuã, que fazia o cerco a Salvador. Maria Quitéria também foi a primeira mulher a receber de Dom Pedro a honra de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro − maior honraria do exército Brasileiro. A força e a coragem da mulher se tornam presente na batalha pela independência do Brasil e a bravura delas ajudaram a expulsar os portugueses de Salvador.

Ato 4 – A corneta da vitória.

No campo de batalha, os conflitos eram cada vez mais brutais e o combate se tornava furioso. Os recursos já não chegavam mais para os portugueses devido ao cerco. Era necessário derrubar uma das barreiras. A mais enfraquecida era a barreira de Pirajá. Em 8 de Novembro de 1822, as tropas de Madeira resolveram avançar contra o cerco − eles eram muito mais numerosos e mais bem armados que os brasileiros. A vitória lusitana era iminente. A batalha se estendeu por horas, não havia mais como segurar a derrubada; então, o general da tropa brasileira ordena ao corneteiro Lopes o toque de retirada. Mas, contrariando as ordens de seu comandante, Lopes soou o toque de “CAVALARIA, AVANÇAR E DEGOLAR”, deixando os soldados inimigos confusos, pois eles não sabiam que não havia sequer um cavalo na tropa brasileira. Os portugueses, virando-se de um medo para o outro, bateram em retirada, dando assim a vitória aos brasileiros, que já haviam perdido as esperanças. A bravura do Corneteiro Lopes e a sua ousadia deram a vitória e o mantimento do cerco contra os portugueses, que ficaram ainda mais acuados em Salvador.

Ato 5 – A vitória dos caboclos.

As tropas portuguesas perderam todas suas forças. Não havia mais suprimentos na cidade, a população e os soldados passavam fome. A derrota estava clara. Em 2 de julho de 1823, Madeira de Melo reúne suas tropas e declara rendição, embarcando em navios de volta a Portugal. Dizem que uma chuva muito forte castigava a cidade, mas ao baterem em retirada, o sol voltou a raiar em Salvador. As tropas brasileiras pegaram uma velha carroça de canhão, colocaram um barco sobre e alguns soldados em cima e desfilaram pelas ruas de Salvador sendo ovacionado pela população pela grande vitória sobre os portugueses, assim findando as batalhas pela independência do Brasil. A verdadeira independência do Brasil. Depois disso, todos os anos, a população de Salvador refaz sobre uma ótica cívica o desfile dos soldados vitoriosos. Uma carroça foi encomendada para representar a improvisada pelos soldados, a escultura de um caboclo com uma lança matando o dragão representa cada soldado de todas as etnias do Brasil: negros, índios e brancos que lutaram nas batalhas pela independência. A cabocla representa todas as mulheres que lutaram bravamente no exército de Maria Quitéria. O cortejo segue sua romaria pelas mesmas ruas onde bravos brasileiros deram suas vidas pela nossa liberdade, tornando-se assim o festejo cívico mais emblemático ainda existente no estado da Bahia.

A história e a honra desses bravos brasileiros e brasileiras jamais devem ser esquecidas. Nosso cortejo carnavalizado vem vindo como que do horizonte para exaltar com pompa as caboclas e os caboclos que bravamente lutaram por um ideal de libertação, como símbolo de toda uma nação aguerrida e lutadora que bravamente combateu a tirania portuguesa. Hoje, 200 anos depois, esses guerreiros vivem dentro de cada brasileiro. Seus filhos − os filhos do Brasil −, se tornaram muitos; dispostos a lutar contra a desigualdade, contra a intolerância, contra toda forma de opressão que ainda existe na nossa sociedade. E são esses bravos heróis que temos como orgulho, como nosso povo. Salve a nossa pátria, salve nossos heróis, salve o 2 de julho, salve a nossa independência.

Com tiranos não combinam

Brasileiros, brasileiros corações!

Cresce! Oh! Filho de minh’alma

Para a Pátria defender!

O Brasil já tem jurado

Independência, independência ou morrer!

Nota aos compositores:

Buscamos um samba menos didático, mais voltado a exaltação do heroísmo, sem se
afundar muito na história em si, reserve o final para a exaltação do povo em forma de caboclo.
No mais, tenham total liberdade de composição. Sambas serão aceito até dia 14 de Maio de 2022. Cada compositor ou parceria podem enviar quantos sambas quiserem. Boa sorte a todos.

Revisão: Raoni Dantas

Referências e pesquisas:

Youtube:

– Os Heróis do Brasil – Animação sobre a Independência da Bahia

https://www.youtube.com/watch?v=ucubtT9R4IA&ab_channel=osheroisdobrasil

– O Corneteiro Lopes – Curta metragem do diretor Lazaro Faria

https://www.youtube.com/watch?v=53-6216AVK0&ab_channel=XenoVeloso

– Independência da Bahia

https://www.youtube.com/watch?v=JofuM0EJqVs&t=117s&ab_channel=DaianeSantana

– Dois de Julho – Um Sonho de Liberdade – Fundação Gregório de Matos

https://youtu.be/WSpiabg4vKA

– Maria Felipa – Cordel Animado

https://youtu.be/zqY0oFUT6DM

– A INDEPENDENCIA NA BAHIA | EDUARDO BUENO

https://youtu.be/zjhZyNmYXvE

Textos:

Wikipedia:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAncia_da_Bahia

https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Quit%C3%A9ria

https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Felipa_de_Oliveira

https://pt.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAncia_da_Bahia

Uol – Escola Brasil:

https://brasilescola.uol.com.br/biograia/maria-quiteria.htm

https://brasilescola.uol.com.br/historiab/independencia-bahia.htm

Governo do Estado da Bahia:

http://www.fpc.ba.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=232

Exercito Brasileiro:

http://www.eb.mil.br/web/noticias/noticiario-do-exercito/-/asset_publisher/znUQcGfQ6N3x/content/id/10116877

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