Brotos da Flor homenageará Arlindo Rodrigues reeditando enredo da Flor de Lótus em sua estreia no Carnaval Virtual

O GRESMV Brotos da Flor, primeira escola de samba mirim do Carnaval Virtual, homenageará Arlindo Rodrigues com reedição de enredo de sua escola de samba mãe GRESV Flor de Lótus de 2013. A escola decidiu reeditar o enredo e definiu que um samba concorrente da Flor de Lótus de 2013 será o utilizado para a escola, a iniciativa tem o intuito de valorizar os sambas concorrentes do virtual que por vezes não são escolhidos mas possuem excelente qualidade defende os carnavalescos da escola Guilherme Lima e Netto Gomes. A escola apresenta seu enredo: “Brasilianamente, Arlindo dos Arlequins” repaginado pelo enredista Marcos Felipe Reis. O logo do enredo foi um presente do carnavalesco do GRESV Mocidade Jorge Silveira.

 

 

FICHA TÉCNICA:

Escola: Grêmio Recreativo Escola de Samba Mirim Virtual Brotos da Flor
Cidade sede: Florianópolis SC
Data de fundação: 07/09/2019
Cores: Roxo, preto e branco
Símbolo: Flor de Lótus

Presidente: Márcio Santana
Carnavalescos: Guilherme Lima e Netto Gomes
Intérprete: Márcio Santana
Enredista: Marcos Felipe Reis

 

ENREDO:

Brasilianamente: Arlindo dos Arlequins

Autor: Marcos Felipe Reis

Se um dia alguém duvidou do poder da inspiração, mal pode esperar para ver do que ela é capaz. Da mente humana, tudo pode acontecer. O tempo parar, o destino mudar, a história fazer valer. Qual é o auge da vida de um artista? Ter sua maior obra reconhecida, receber homenagens por isso e ver seu legado espalhar? Pois bem, hoje ao ouvir a sirene tocar algo mágico vai acontecer, o carnaval vai parar para ver de perto o traço ganhar vida – mais do que antes – para ver quem um dia foi cantado, cantar.

Se achegam também uma gente de alma pura, que pinta o corpo, se enfeita de pena. Que bate o pé no chão e toca taquara e maracá. Num toque de magia, o grande Uirapuru separa sua mais linda canção, enquanto Netuno aprontava um “novo mundo” para o navegante das histórias dessa terra. Daí descobriu-se “Vera Cruz”, “Santa Cruz”, seu maior tesouro. Que mais tarde virou Brasil, e “querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo”.

O grande tambor marca o passo, e no compasso gira a saia da calunga. Nesse Porto-Seguro, ergue-se o símbolo de um novo tempo. Reza-se a missa, ronca o trovão e baixam os orixás. Vem o negro rei e a negra rainha do reinado andante, vem o nobre maracatu elefante. Na terra do preto velho feiticeiro, quando roda a barra da saia rendada, tem samba de roda e batucada. Se ela vai marcando o passo da procissão, roda com jarros de flores e panos brancos pra ornar, água de cheiro para lavar e perfumar a casa do seu pai Oxalá. Roda com tabuleiro na cabeça, baiana quituteira, vem ofertar aos devotos do teu Senhor do Bonfim. Juntam-se a festa Zumbi dos Palmares, imortal guerreiro e por sua luta por liberdade e igualdade do povo negro, os alfaiates baianos e os inconfidentes mineiros, que ousaram lutar por um Brasil sem injustiças. Lá das bandas de Minas Gerais desembarca a negra realeza: Chico, que com ousadia tirava da cabeça o que não dava pra tirar do bolso trazia junto de si a corte festeira da negra Chica.

Parecia tudo um sonho dourado de alforria do Rei da Costa do Marfim, onde todos visitam esta “Holanda Tropical” do bom Nassau, dançando um minueto para agradecer. Evoca sol e lua para abençoar. Paraíso fantástico de um pequenino rei, uirapuru. Nasce feito caudaloso riacho e vira rio, de novo imensidão. Imensidão que vem e vai. A mando da cobiça “Del Rey”, singrar, descobrir, conquistar. Bonito é ver a peregrinação dos fiéis dos Santos Reis. Segue a folia viajante o rastro da estrela-guia, vai seguindo até encontrar o bom Jesus que nascia. Quem por acaso folhear essa história, verá também que foi escrita com luta e bravura. Lembremo-nos dos mascates de Recife, evoca sol e lua para abençoar. Desbrava-se então por dentro dessas terras.  Veio cobra grande, boto e caipora presenciar o milagre de todas as vontades, que brota da terra. É singeleza de planta e flor, é floresta, imensidão. Nasce feito caudaloso riacho e vira rio, de novo imensidão.

E quem Há de duvidar da beleza do nosso carnaval? E lá vem Zé Pereira com seu bumbo o romantismo dos ranchos e cordões. No brilho da fantasia somos todos da lira, ninguém pode negar. Abre a roda, baiana festeira, Ciata imortal, pois Rosa de Ouro é quem vai ganhar! E que toque o jongo, o lundu, skindô skindô.

Carioca da gema, sua imaginação que por muito tempo fez desfilar pela avenida nossas belezas naturais, folguedos, acontecimentos e figuras da história brasileira hoje mal poderia deslumbrar o que estamos prestes a ver: A mais pela prova de respeito e devoção: quem fora um dia homenagem, hoje aclama para homenagear seu grande mestre: És tu, Arlindo! Entre arcanjos e querubins, pierrôs, colombinas e arlequins, o carnaval chega ao céu. Descerro as cortinas, do meu, do seu, do nosso passado que é tão presente em nosso dia a dia. Entre as mais doces estrelas o nosso anjo talhado em barroco, nosso querido querubim a Brotar em Flor.

 

INFORMAÇÕES DA DISPUTA DE SAMBA

– Escola reeditará o samba concorrente do GRESV Flor de Lótus de 2013 de autoria de Willian Tadeu.

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