Astro Rei da Folia conta a história da dança na Edição Especial do Carnaval Virtual

A Escola de Samba Virtual Astro Rei da Folia confirma sua presença para a Edição Especial do Carnaval Virtual e está preparando seu segundo desfile contando a história da arte da dança, com o enredo: “DANÇA – Arte criada pelo corpo”.

A escola informa que decidiu participar da edição especial pois “Acreditamos que essa edição especial de Fevereiro será uma forma dos artistas e amantes do carnaval apreciarem e mostrarem sua arte mais uma vez, provando que nosso amor e paixão pela folia e pela pelo carnaval nunca morrerá. Depois de nossa grande estreia na edição passada ficamos muito entusiasmados em poder nos superar e mostrar um trabalho ainda mais requintado caprichado que com certeza deixara o mundo do samba feliz. Em fevereiro nossa alma carnavalesca estará ainda mais acesa e para matar a saudade faremos um espetáculo inesquecível.”

Com um enredo e samba inédito, a escola está preparando seu desfile com a equipe: Presidente Renê Salazar, autor do enredo Ricardo Amarante, carnavalescos Paula Rosa e Ricardo Amarante, compositor do samba Guilherme Gonçalves e interpretado por Roninho.

A decisão de falar da história da dança partiu da premissa de que a escola é formada por bailarinos profissionais, “Ricardo Amarante , assim como a carnavalesca Paula Rosa e nosso presidente Rene Salazar, são bailarinos profissionais.  Ricardo Amarante um apaixonado por carnaval desde criança e hoje um coreografo internacional sempre teve esse enredo em mente. Achamos que não haveria melhor oportunidade de unir três bailarinos numa escola cujo o nome invoca o astro Rei, ou Rei Sol, precursor do ballet na França e contar a história dessa arte tão completa, a dança, num momento o qual o brasileiro tem sede da festa, vontade de sair por aí e dançar, sambar e cair na folia. Nosso samba foi feito com todo carinho por Guilherme Gonçalves que entendeu perfeitamente a essência do enredo e criou uma obra perfeita pro nosso desfile.”

Confira o samba inédito que a escola levará para sua apresentação na Edição Especial:

 

Confira também a sinopse do enredo:

DANÇA – Arte criada pelo corpo

Autor: Ricardo Amarante

Dançar é mover-se demonstrando sentimentos e emoções. É um estado de espírito em que conseguimos uma conexão mais íntima e profunda com nós mesmos. Uma obra de arte desenhada pelo corpo.

Uma pessoa dançando pode demonstrar um misto de sentimentos: desejos, alegrias, prazeres, gratidão, respeito, temor, poder. Traçando um conjunto de movimentos, configurada por um ritmo, capaz de expressar tanto simples como fortes emoções.

Isso ocorre pelo fato de, ao dançar, os músculos, os sentidos e a mente entrarem em atividade ajustando-se mutuamente transmitindo tais pensamentos, sentimentos e emoções.

Já reparou o que acontece quando você ganha um presente que tanto queria, seu time faz um gol ou recebe uma notícia que lhe deixa muito feliz? Pula de alegria, não é? Você faz isso porque está obedecendo a um ritmo interno, e seu corpo se movimenta para expressar esse sentimento.

Assim surgiu a dança: pela necessidade de o homem pôr para fora suas emoções. Antes de procurar se comunicar com palavras, as pessoas já se expressavam com movimentos corporais.

Por isso, a dança é considerada a mais antiga das artes, e talvez a mais completa também, pois quem dança ao mesmo tempo cria um movimento e o expressa através do próprio corpo.

A dança sempre teve grande presença e importância na vida do homem, pois o acompanha ao longo da sua história.

Os povos primitivos observando os animais, os pássaros, tentavam imitá-los criando, assim, os primeiros movimentos. Faziam rituais para festejar as caças, as colheitas, para expressar felicidade.

A dança sempre esteve presente no mundo inteiro desde os povos primitivos, passando por acontecimentos sociais e religiosos, e influenciando até nas festas dos dias de hoje, como o nosso carnaval, sendo o samba a dança brasileira!!!

Cada país tem seu patrimônio cultural, suas danças típicas mundialmente conhecidas como maior expressão nacional.

 

Sinopse

Logo oficial do enredo.

Por meio das pinturas rupestres, sabemos que homens e mulheres já dançavam desde a pré-história.

Como resultado da observação do mundo exterior, com a tentativa de imitar o movimentos dos animais, surgiam os primeiros movimentos.

O homem primitivo também pintava, nas paredes das grutas e pedras, cenas de caça e rituais que representavam a caçada. Dançavam de forma alegre, como forma de agradecimento, em torno de fogueiras ou invocando divindades.

Os indígenas adoravam os pássaros e seus movimentos na dança do cortejo, na qual o macho dança de forma a seduzir e conseguir atenção das fêmeas. Até os pássaros dançam.

A dança também é usada em festas ou na preparação para a guerra. É utilizada, ainda, nos rituais de passagem, como o início da vida adulta ou na chegada de uma estação do ano.

Nas civilizações antigas, como a egípcia ou a mesopotâmica, a dança tinha um caráter sagrado, sendo mais uma forma de honrar os deuses. Esse tipo de dança sobrevive até hoje em países como Índia e Japão.

Na Grécia antiga, a dança também tinha um caráter ritual, sendo usada nos cultos aos deuses. Uma das danças mais descritas na Antiguidade era aquela que se usava para as festas do Minotauro ou do deus do vinho, Baco.

Com a expansão do cristianismo na Europa, a dança perde seu caráter sagrado. A moral do cristianismo colocava o corpo como fonte do pecado e, por isso, precisava ser controlado.

Assim, ao contrário das outras artes, a dança não entra nas igrejas e se restringe às festas populares e às celebrações nos castelos. Basicamente, podemos diferenciar dois tipos de dançar na Idade Média: em pares, em roda ou formando cadeias. Será este tipo de baile que dará origem às danças cortesãs e, mais tarde, ao ballet.

Foi na Itália que a palavra “balleto” surgiu. Através do casamento da princesa florentina Maria de Médici com o rei da França, Henrique IV (1553-1610), este tipo de dança chegou à França. Maria de Médici introduziu o “balleto” na corte francesa.

Posteriormente, na corte do rei Luís XIV o rei Sol, começavam os primeiros balés dramatizados, com coreografia, figurinos e que narravam uma história com início, meio e fim, dando origem ao minueto, à gavota, à sarabanda e à giga, as danças da corte. Enquanto isso o cancan se tornava popular nos salões e cabarés franceses.

Depois, com a influência russa e compositores como Tchaikovsky, surgiram os grandes ballets como o Lago dos Cisnes, o Quebra-Nozes e a Bela Adormecida. Ao mesmo tempo, na Áustria e Alemanha surge a valsa e os grandes bailes.

No final do século XIX, as antigas colônias americanas começam a criar sua própria reinterpretação da música e da dança europeias. Desta maneira, surge o canto gospel, nos Estados Unidos e os primeiros musicais.

Assim como várias danças originam outras, o tango é fruto da combinação das celebrações do candomblé rioplatense, da habanera hispano-cubana e da milonga argentina. O tango era praticado com frequência nos bordéis e bares dos portos. Da Argentina para o mundo o tango se torna popular.

Na Espanha, o flamenco teve origem nos bairros pobres ciganos. A castanhola, o violão, os tacones e os leques deixam essa dança forte e sensual ser uma marca espanhola e sevilhana.

A dança no Brasil é o resultado da fusão entre os costumes indígenas, africanos e portugueses. A maneira de movimentar-se dos indígenas e africanos era bem diferente daquela que os europeus conheciam. Os africanos escravizados dançavam para honrar seus orixás e aquela forma de mover o corpo escandalizava os portugueses. No Brasil, a influência da cultura negra é enorme, por conta da vinda forçada de milhares de africanos que vieram ao Brasil para ser escravizados.

Dessa forma, foram surgiram diversos gêneros musicais e estilos de dança no país com grande influência africana. A capoeira mistura música, dança, luta e jogo; o congado possui caráter mais religioso; o maracatu enche os olhos com colores e ritmos elaborados.

O jongo no sudeste e o samba de roda na Bahia são ritmos e danças que tiveram bastante influência na criação do samba. E no Rio de Janeiro, onde tudo se mistura com influência de vários ritmos, na casa de Tia Ciata, a baiana precursora, surge o samba que daria origem às escolas de samba, celeiro de emoções que se tornaria o maior espetáculo da terra. As Baianas, em homenagem a Tia Ciata, dançam e giram em cada escola, assim como os passistas e cada componente.

Nós dançamos, como num ritual, religião e sentimentos de emoção à flor da pele. Sambamos, nossos músculos e mente trabalham juntos como numa dança e geram movimentos que expressam nossa maior alegria, nossa maior emoção: sambar e dançar. Uma paixão e patrimônio cultural do Brasil.

Nosso desfile, uma arte criada pelo corpo.

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