Astro Rei da Folia apresenta enredo para o Carnaval Virtual 2022

Logo oficial do enredo

Pavilhão oficial da agremiação.

A ESV Astro Rei da Folia apresentou o enredo que levará na busca do título de campeã do Grupo de Acesso I do Carnaval Virtual 2022.

A branco e dourado do Rio de Janeiro/RJ cantará o enredo “Dos povos pagãos ao esplendor virtual. Carnaval, Arte Real”, de autoria do seu carnavalesco Ricardo Amarante que divide a função do cargo com Paula Rosa Santana.

Confira abaixo a sinopse do enredo:

Dos povos pagãos ao esplendor virtual. Carnaval, Arte Real.

O Carnaval é uma das festas populares mais conhecidas no mundo, sendo a maior festividade do Brasil. Sua origem remonta à Idade Média e tem associação direta com o cristianismo, mas alguns elementos da festa foram herdados de celebrações pagãs da antiguidade. O Carnaval chegou ao Brasil, durante o período colonial com a família real e os escravos.

Uma série de ritmos e danças passaram a fazer parte do Carnaval brasileiro. Atualmente, ritmos como o samba, o maracatu e o frevo são seus símbolos. O Carnaval transformou-se na principal festa popular brasileira a partir da década de 1930 e, atualmente, conta com os blocos de rua que acontecem nos grandes centros do país, assim como os desfiles das escolas de samba. Elas existem em todo Brasil e tem como principais palcos São Paulo e Rio de Janeiro, os maiores palcos do mundo. Palcos porque são artistas que ali se apresentam numa confraternização de pura arte. São escultores, pintores, músicos, cantores, compositores, bailarinos, coreógrafos e carnavalescos. E o carnaval do futuro? Seria o carnaval virtual? O carnaval virtual já é uma realidade e hoje conta com talentos que transbordam das telas para as passarelas.

Foi a paixão pelo desfile das escolas de samba que fez um grupo de amigos promover na internet, no início dos anos 2000, uma apresentação de carnaval virtual. Atualmente com concorrência acirrada e com mais de 80 escolas de todo o país, aos poucos, vem se transformando num de celeiro de talentos do carnaval real. Guilherme Estevão, Jorge Silveira, Gabriel Haddad, Leonardo Bora, Marcus Ferreira, todos oriundos do carnaval virtual. Isso sem contar os artistas que colaboram nos barracões de escolas de todos os grupos. O carnaval virtual tem como uma de suas funções extravasar a ansiedade daqueles que não conseguem esperar. O Astro Rei da folia vem contar a história da nossa paixão, o Carnaval e as escolas de samba. Dos povos pagãos ao esplendor virtual. Carnaval, Arte Real.

História do Carnaval

O carnaval começou a ser celebrado há muitos anos, entre os membros da Igreja Católica, como uma festa pagã, ou seja, contrária aos preceitos religiosos. Na véspera da quarta-feira de Cinzas, alguns católicos faziam festas e aproveitavam para comer muita carne, beber e se divertir em todos os sentidos porque sabiam que no dia seguinte teriam que se despedir dos prazeres carnais, literalmente: abster-se de carne, e metaforicamente: suspender os desejos sexuais excessivos, retonando-os à rotina até o final da Quaresma. Porque esse grupo de festas foi chamado Carnaval? A origem é controversa. Além da provável influência de ”carrus navalis”, nome dado a um barco que desfilava sobre rodas pelas ruas onde o povo dançava alegremente ao seu lado durante as saturnais na Roma antiga. Desfilar é sair da fila, destacar-se dentre os demais. É possível também que a palavra seja derivada da expressão latina medieval ”carne, vale!”, viva a carne!

O Carnaval é um feriado cristão porque suas origens, como o entendemos hoje, estão diretamente relacionadas ao jejum da Quaresma. Isso não nos impede de traçar as origens históricas do carnaval influenciado por outras festas da antiguidade.

Origem do Carnaval

Mesmo antes de o Carnaval ser incorporado ao cristianismo, já existiam as festas realizadas por antigos povos pagãos, como os gregos, romanos e até mesopotâmicos.

Na festa babilônica, as Sacéias, um prisioneiro era escolhido para substituir o rei por cinco dias, com direito a todos os privilégios reais inclusive dormindo com suas esposas. Seria essa a origem do rei momo?

Logo oficial do enredo

A associação entre o Carnaval e as orgias podem estar relacionadas com as festas de origem greco-romana, como os Bacanais. Em louvores a Deus Baco, o Deus do vinho, as pessoas costumavam embriagar-se, comer muito e entregar-se aos prazeres da carne. Festas Dionísicas para os gregos.

A Lupercália, festa romana celebrada em fevereiro que comemorava a passagem de ano enquanto afastava maus espíritos e realizava uma purificação para garantir a fertilidade.

A coisa mais parecida com o atual Carnaval, na Roma antiga, eram as Saturnais. As instituições públicas fechavam as portas e o povo dançava alegremente ao lado de um barco que desfilava sobre rodas pelas ruas, o carrus navalis.
Desfilar é sair da fila, destacar-se dentre os demais.

O Festival de Ísis, chamada de Navigium Isidis ou navio de Ísis, também deixou herança para o Carnaval como o conhecemos. Apesar de ser uma deusa egípcia, Ísis era muito popular entre gregos e romanos e chegou até Roma com suas festas, que incluíam o uso de máscaras com o objetivo de ocultar a identidade dos participantes. Além das orgias e bebedeiras, o festival tinha diversos símbolos pagãos, como o uso de grandes carros que tomavam as ruas anunciando a chegada de Osíris, marido de Ísis.

O Carnaval medieval era marcado por festas, banquetes e muitas brincadeiras.
Durante os carnavais medievais, no período fértil para a agricultura, homens jovens que se fantasiavam de mulheres saíam às ruas e aos campos durante algumas noites. Diziam-se habitantes da fronteira do mundo dos vivos e dos mortos e invadiam os domicílios, com a aceitação dos que lá habitavam, fartando-se com comidas e bebidas, e também com os beijos das jovens das casas.

No fim da Idade Média, tendo controlado todas as festas, menos o Carnaval, o papa Paulo II permitiu que os desfiles fossem feitos em frente a seu próprio palácio, mas com moderação, sem os apelos sexuais. Esse papa, nascido em Veneza, então matriz do carnaval italiano, usava tantas joias e enfeites de metal que num inverno muito frio morreu de pneumonia. Seus costumes peculiares, a vivência veneziana e também sua juventude por certo influenciou sua decisão. Ele rompeu com as famosas condenações feitas ao Carnaval.

No primeiro Carnaval autorizado pelo papa, proliferaram as alegorias, as corridas de corcundas e de anões, os atos de jogar farinha e ovos uns nos outros, etc. A sátira também teve seu lugar. Rainhas, princesas e outras autoridades eram representadas por célebres beldades, como as prostitutas mais conhecidas e devidamente disfarçadas no meio de mulheres virtuosas, sem excluir os bobos da corte, tratados como reis nos desfiles. Até clérigos se misturavam à multidão vestindo suas roupas litúrgicas de trás pra frente, debochando dos superiores, carregando missais virados, desde que com os rostos devidamente disfarçados por trás de máscaras, pois, nos dias seguintes rezariam missas, atenderiam confissões, enfim voltariam a ministrar os sacramentos.

Durante o Renascimento, nas cidades italianas, surgia a Commedia Dell’Arte, teatros improvisados de grande popularidade. Em Florença, canções foram criadas para acompanhar os desfiles, que contavam ainda com carros decorados, os ”Trionfi”. Em Roma e Veneza, os participantes usavam a bauta, uma capa com capuz negro que encobria ombros e cabeça, além de chapéus de três pontas e uma máscara branca.

Com o tempo em Veneza as máscaras e figurinos tentavam reproduzir o estilo dos nobres, ou os modelos apresentados pelos personagens da Commedia Dell’Arte, até hoje tão cultuados, pierrôs, colombinas e arlequins.

Na Italia renascentista, era comun a realização de bailes de máscara durante o Carnaval. O recurso das máscaras permitiu, que os nobres matassem a vontade de se divertir e se misturassem ao povo. Afinal, uma das coisas que o povo sempre fez melhor do que aqueles que o dominaram foi divertir-se.

Na França, a antiga tradição da festa chamada de “Boi Gordo”, era organizada pelos açougueiros às vésperas da terça-feira gorda, antes do início da quaresma.

Foi na cidade de Paris, que surgiu a festa de Carnaval durante a revolução francesa e com a burguesia no poder. Os bailes de máscaras se espalharam pelas camadas populares e a burguesia passeando pelas ruas em carruagens enfeitadas, onde surgiram o confete, a serpentina e as batalhas de confete. Na época, a festa era tão importante que a rainha do Carnaval de Paris era recebida pelo presidente no Palácio do Eliseu.

Na cidade de Nice o carnaval também se desenvolveu com grandes carros alegóricos sempre com a presença do rei e a incrível batalha de flores, típicas do local e também lindas alegorias florais e os componentes atirando flores na multidão.

A lógica que regia as festas da Antiguidade era a mesma para o Carnaval na Europa da Idade Média e Moderna: o mundo de cabeça para baixo. Sendo assim, tratava-se de um período de inversão proposital da ordem, onde as restrições das vidas das pessoas eram abolidas, e os papéis que existiam naquela sociedade, invertidos. Eram festas regadas a vinho, fartura de alimentos, nudez e liberdade sexual. Tratava-se de uma forma de resistência diante das imposições da igreja durante a Quaresma. A troca de papéis sociais no Carnaval, como a escolha de um novo rei, as pessoas se fantasiarem, os carros alegóricos, os homens vestirem-se de mulheres, eram nada mais que um momento de fantasias e ilusões que servia de válvula de escape para as tensões do mundo. Hoje o carnaval brasileiro que herdou essas características, através das escolas de samba continua sendo uma expressão de liberdade, resistência, cultura, informação e sobretudo arte.

O CARNAVAL BRASILEIRO

O Carnaval chegou ao Brasil durante a colonização e transformou-se na maior festa popular do país. Com a chegada da família Real, uma das primeiras manifestações carnavalescas foi o entrudo, uma festa de origem portuguesa na qual os escravos saíam às ruas com rostos pintados, jogando farinha e bolinhas de água de cheiro nas pessoas. No jogo das molhadela usavam recipientes preenchidos com líquido que poderia ser aromatizado, mas também poderia ser malcheiroso e, neste caso, o recipiente era preenchido com água suja de farinha ou café, por exemplo, e até mesmo urina. A brincadeira era tão popular que até mesmo a família real brasileira foi adepta do entrudo.

Enquanto o entrudo era reprimido nas ruas, a elite do Império criava os bailes de carnaval em clubes, teatros e as sociedades, cuja primeira foi o Congresso das Sumidades Carnavalescas, para desfilar nas ruas da cidade.

Mesmo diante dos obstáculos, as camadas populares não desistiram de suas práticas carnavalescas. Buscando adaptarem-se às tentativas de disciplinamento policial, foram criados os cordões e ranchos. Os primeiros incluíam a utilização da estética das procissões religiosas com manifestações populares, como a capoeira e os zé-pereiras, tocadores de grandes bumbos. Os ranchos eram cortejos praticados principalmente pelas pessoas de origem rural.

As marchinhas de carnaval surgiram, destacando-se a figura de Chiquinha Gonzaga, bem como sua música “Ô abre alas”.

O samba somente surgiu, na casa de tia Ciata, uma baiana que havia migrado para o Rio de Janeiro com a abolição da escravatura e promovia em sua casa, rodas regadas a boa música e quitutes. Um dos primeiros registros do samba, a música “Pelo Telefone”, de Donga e Mauro de Almeida, foi composta em sua casa tornando-se, ao longo do tempo, o legítimo representante musical do Carnaval.

Na Bahia, os primeiros afoxés surgiram com o objetivo de relembrar as tradições culturais africanas. Os primeiros afoxés foram o “Embaixada da África” e os “Pândegos da África”. Por volta do mesmo período, o frevo passou a ser praticado no Recife, e o maracatu ganhou as ruas de Olinda.

O Carnaval popularizou-se ainda mais no Brasil e conheceu uma diversidade de formas de realização, tanto entre a classe dominante como entre as classes populares.

Os corsos surgiram com carros conversíveis da elite carioca desfilando pela Avenida Central, atual Avenida Rio Branco no Rio de Janeiro.

Entre as classes populares, surgiram as escolas de samba, na década de 1920. Considera-se que a primeira escola de samba teria sido a “Deixa Falar”, fundada em 1928, que daria origem à escola Estácio de Sá. Outra escola de samba pioneira foi a “Vai como Pode”, que atualmente é conhecida como Portela. As escolas de samba eram o desenvolvimento dos cordões e ranchos, e a primeira disputa entre elas ocorreram no Rio de Janeiro, em 1932.

De lá pra cá, a festa evoluiu numa constante crescente. A figura do carnavalesco foi ganhando força e atraindo cada vez mais artistas renomados que pouco a pouco foram revolucionando e deixando a festa cada vez mais bonita. O palco dos desfiles foi também trocado varias vezes buscando se adaptar a grandeza da festa. Fernando Pamplona, Arlindo Rodrigues, Maria Augusta oriundos da escolas de belas-artes deram um toque especial e foram ficando conhecidos, pois, os desfiles passaram a ser transmitidos pela televisão para todo Brasil. Joãozinho Trinta fez os desfiles crescerem e virou um dos mais famosos artistas do carnaval. As escolas ganharam um palco definitivo e logo se tornaram o maior espetáculo da terra, despertando a paixão de muitos brasileiros que se emocionam com tanta arte da mais pura qualidade. Em São Paulo, também houve o desenvolvimento do desfile de escolas de samba.

Atualmente, as maiores campeãs dos desfiles das escolas de samba no Rio de Janeiro são a Portela (22 títulos) e a Mangueira (20 títulos). Já na cidade de São Paulo, as maiores campeãs são a Vai-Vai (15 títulos) e a Nenê de Vila Matilde (11 títulos).

O Carnaval do Futuro

Foi a paixão pelo desfile das escolas de samba que fez um grupo de amigos promover na internet, no início dos anos 2000, uma apresentação de carnaval virtual. O carnaval virtual tem como uma de suas funções extravasar a ansiedade daqueles que não conseguiam esperar até fevereiro.

Talento transborda das telas para a passarela

O Carnaval virtual, carnaval do futuro, assim como o carnaval real cresceu muito e é outro palco no qual se exibem muitos artistas, artistas apaixonados com muito talento que fazem o maior espetáculo da tela, dando oportunidades a carnavalescos de todo Brasil de mostrar sua arte e sonharem com o desfile real.

Para alguns, o sonho se tornou realidade, no ano de 2022 apresentaram seus carnavais, Jorge Silveira (Dragões da Real), Gabriel Haddad e Leonardo Bora (Acadêmicos do Grande Rio), Marcus Ferreira (Unidos do Viradouro), Guilherme Estevão (Império da Tijuca) dentre outros, todos oriundos do carnaval virtual. Isso sem contar os artistas que colaboram nos barracões de escolas de todos os grupos e em todas as partes do Brasil. Jorge Silveira, foi responsável por dar “corpo” ao primeiro carnaval virtual que foi para a avenida em 2018, o “Academicamente popular”, contando a história da escola de belas-artes, na São Clemente.

 “Claro, que todo mundo quer ganhar. Mas o que acho mais importante é que o carnaval virtual mostra que essa paixão, a cultura do carnaval está viva. E se modernizando (Jorge Silveira)”.

Marcus Ferreira foi campeão do carnaval real em 2020 com a Viradouro, Gabriel Haddad e Leonardo Bora foram campeões do carnaval em 2022 com a Grande Rio.

Como dizemos aos artistas, BRAVO!

Bravo a todos envolvidos desde a antiguidade nessa tradição, festa, palco, passarela, espetáculo que emociona.

Bravo ao carnaval e as escolas de samba!

Bravo ao carnaval virtual!

Bravo aos grandes artistas carnavalescos!

O Astro Rei da Folia vem contar a história da nossa paixão, o carnaval e as escolas de samba.

Dos povos pagãos ao esplendor virtual. Carnaval, Arte Real.

Astro Rei da Folia 2022.

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