Arautos do Cerrado celebra Cora Coralina em seu enredo para o Carnaval Virtual 2019

Em busca da ascensão ao Grupo Especial, a Arautos do Cerrado anuncia seu enredo para o Carnaval Virtual 2019 que disputará no grupo de acesso: “Quebrando pedras e plantando flores: Arautos celebra Cora Coralina”. A escola aproveitou a ocasião para divulgar seu novo pavilhão reformulado, veja abaixo:

Novo Pavilhão – GRESV Arautos do Cerrado

 

ENREDO:

Quebrando pedras e plantando flores: Arautos celebra Cora Coralina

A voz do samba hoje chama Cora

Coralina.

 

A voz do samba é o arauto das pedras
As pedras que sustentam sua casa sobre o Rio Vermelho
As pedras de Goiás e do Brasil inteiro
Que te chamam para nosso desfile.

 

Volta, Cora Coralina! Vem abrilhantar nosso carnaval!
Vem ser a diva da Arautos
Como és a de Goiás Velho, como você bem retratou

 

Vem celebrar, com seu coração vermelho, seus 130 anos de existência
Você já não é mais “aquela menina feia da casa da ponte da Lapa
Você é a grande Cora Coralina
Tesouro do Cerrado
Tesouro da Arautos do Cerrado

 

E a voz do samba é a voz das pedras que um dia você ouviu
Volta…volta…volta

 

Ouve “o chamado das pedras
O chamado do samba

 

A Arautos te chama
e cria o ambiente
para você se sentir em casa…

 

A voz do samba também é das pedras que você carregou pela vida
Nasceste Ana, tal qual a padroeira de sua cidade,
Porém, desde pequena pensava:

 

Sem carinho de mãe, sem proteção de pai, melhor era nunca ter nascido

 

Não, Cora, você estava enganada!
Eram só as pedras que começavam a ser ajuntadas.

 

Com as irmãs, achava que ocupava o pior lugar
E, emparedada em casa pelos rígidos preceitos familiares, já deixava a mente viajar

 

E a comum Aninha, inventou, aos 14 anos, seu famoso pseudônimo
Cora, de coração, Coralina, de vermelho.
Cora Coralina.

 

Mas Aninha, “menina feia, mal amada e inzoneira
Assim que cresceu, partiu dali, ligeira,
Grávida,
Com um chefe de polícia.

 

Em diversos lugares do estado de São Paulo ela morou
Seis filhos lá gerou
Mas apenas quatro, por conta da morte de dois, criou
Sua escrita estava empedrada pelo machismo do marido
E pela vida atribulada

 

Dedicou-se plenamente à eles
Apagando seus desejos para a vida
Como foi, desde criança…

 

Ajuntou pedras, pedras e mais pedras

 

Mas 25 anos depois de fugir de Goiás, enviuvou
E tudo mudou…

 

Sem as amarras que a prendiam
Com ímpeto de liberdade
Se transformou

 

Ingressou em conventos, vendeu livros, tecidos
gravou discos declamando poesias e escreveu para jornais

 

Recomeçou…
Removeu as pedras, plantou roseiras e fez doces

 

Ah! os doces!!

 

Seus doces deliciosos foram a receita perfeita para a descoberta de si mesma
Se antes ela era um “bolo inteiro, quase intangível,
Guardado bem guardado em cima do armário alto”
Nessa retomada, virou um doce,
como seu doce de mamão vermelho,
Prazeroso e para o bem de todos!

 

A voz do samba é uma pedra no meio do caminho
É o teu caminho de volta para sua cidade, de volta ao seu cantinho
Cantinho esse que com seu retorno você pôde conhecer
Finalmente.

 

Para a casa às margens do Rio Vermelho, sua herança,
Você precisou retornar para transformar em flores as pedras colhidas em vida.

 

E passeando por essa cidade, foi se reconhecendo
E se apresentando para cada pedacinho de pedra:

 

“Eu sou aquela mulher
que ficou velha
esquecida,
nos teus laguinhos e nos teus becos tristes
contando estórias,
fazendo adivinhação,
cantando teu passado,
cantando teu futuro.
Eu vivo nas tuas igrejas
e sobrados,
e telhados,
e paredes…”

 

E assim foi…
Descobrindo sua urbanidade
Convivendo com seus conterrâneos
E se descobrindo através dos becos que se revelavam sobre suas caminhadas
Aliada à fama de seus doces

 

Cora Coralina, aos 76 anos de idade, publica, então, seu primeiro livro:

 

“Poemas dos becos de Goiás e estórias mais”

 

A voz do samba é uma pedra no meio do caminho
E no meio do caminho de Cora Coralina, tinha Carlos Drummond de Andrade,
Que descobre nossa querida poetisa quando ela tinha 90 anos de idade
E coloca suas pedras no caminho de todos os brasileiros

 

Por conta dele,
Cora “virou patrimônio de nós todos, que nascemos no Brasil e amamos poesia

 

A voz do samba quebra as pedras e planta as flores
Como ela mesma nos lembra:

 

Entre pedras que me esmagavam
Levantei a pedra rude
dos meus versos”

 

O samba te relembra e te desabrocha
Como os seus versos te desabrocharam para o Brasil

 

Seus versos retratam sua própria vida
Suas pedras e seus aprendizados

 

A menina feia da casa da ponte que não queria ser uma Aninha qualquer
Que usou e abusou da simplicidade
Dos becos da cidade que lhe deu abrigo
Às doces glórias do desabrochar das flores incrustadas nas pedras

 

Vieram então mais dois livros em vida:
“Meu livro de cordel”
e
“Vintém de cobre – meias confissões de Aninha”

 

E mais flores, mais sucesso.
Em vida, colheu muitos títulos e premiações
Até o fim dela, em decorrência de uma pneumonia,
Em 10 de abril de 1985,
Aos 95 anos.

 

“Morta… serei árvore,
serei tronco, serei fronde
e minhas raízes
enlaçadas às pedras de meu berço
são as cordas que brotam de uma lira.

 

Enfeitei de folhas verdes
a pedra de meu túmulo
num simbolismo
de vida vegetal.

 

Não morre aquele
que deixou na terra
a melodia de seu cântico
na música de seus versos.

 

E, por isso, Cora não morreu…

 

Diferente de um alimento que se guarda e cria bolor
Os poemas e histórias de Cora Coralina,
foram guardados com muito amor
e publicados após sua morte
Para continuarmos nos deliciando de suas criações
E fazendo ela permanecer viva em nossos corações.

 

Livros de poemas,
Livros infantis e
Livros sobre a sua vida

 

Essa grande mulher brasileira deixou essa belíssima obra poética,
Quatro filhos,
Quinze netos e
Dezenove bisnetos.

 

Cora é um grande orgulho para o país!

 

Sua vida e seu legado
Pode ser revisitada
No museu na cidade de Goiás,
Em filmes, peças, livros, documentários
E, orgulhosamente, no desfile da Arautos do Cerrado.

 

Plantando pedras e colhendo flores
A voz do samba hoje clama Cora Coralina.

Comissão de carnaval: Fabio Granville, Taynara Senra, Danilo Guerra Couto e Robert Mori

 

REGRAS DISPUTA DE SAMBA

Regulamento para a escolha do samba-enredo para o Carnaval Virtual de 2019 do GRESV Arautos do Cerrado

1 – O presente regulamento diz respeito ao concurso que será realizado para a escolha do samba-enredo do GRESV Arautos do Cerrado, escola de samba virtual que desfilará no Grupo de Acesso do Carnaval Virtual de 2019;

2 – O desfile do Grupo de Acesso ocorrerá nos dias 23, 24 e 25 de agosto de 2019;

3 – O enredo apresentado pela escola possui como título “Quebrando pedras e plantando flores: Arautos celebra Cora Coralina”.

4 – A sinopse está disponível na página da escola no Facebook: https://www.facebook.com/Arautosdocerrado/?fref=ts e no site SRZD: https://www.srzd.com/carnaval/carnaval-virtual/

5 – O samba deverá ser composto conforme o conteúdo da sinopse disponibilizada e deverá ser inédito, tanto no que se refere à letra quanto à melodia;

6 – Poderão concorrer sambas compostos por um ou mais compositores;

7 – Os sambas enviados deverão conter a letra em Word e o áudio em MP3, além de constar nome do(s) compositor(es) na letra;

8 – Os sambas deverão ser enviados para o e-mail: [email protected] – com o assunto “Samba + nome do(s) compositor(es)”;

9 – Os sambas deverão ser enviados até as 23h59m59s do dia 19/03/2019;

10 – A escolha do samba ocorrerá nas “Maratonas de Finais de Samba-Enredo”, em evento transmitido ao vivo na página do Carnaval Virtual, em data a ser agendada e divulgada na página da escola;

11 – Os sambas que forem recebidos e que não estejam com a letra, nome dos compositores ou áudio em qualidade aceitável (e em mp3), serão reenviados para que possam ser adequados ao regulamento. O prazo para que o(s) compositor(es) reenvie(m) a obra para o e-mail de inscrição é de 48 horas a partir da comunicação feita pela comissão julgadora;

12 – Entretanto, ficará vedada qualquer tipo de modificação da letra ou melodia após o primeiro envio do samba-enredo;

13 – Haverá a divulgação dos sambas conforme a ordem de chegada das obras com o áudio;

14 – A comissão julgadora será composta pelo presidente, intérprete e pelos carnavalescos da escola de samba virtual. Poderá compor também a comissão julgadora pessoas convidadas pela direção da escola a serem anunciadas na semana da data da escolha do samba;

15 – Poderá haver a junção de sambas (2 ou mais) caso a comissão julgadora ache pertinente;

16 – A comissão julgadora poderá solicitar modificações pontuais na letra do samba-enredo escolhido;

17 – A participação se dará automaticamente mediante o envio dos sambas e é gratuita; não haverá nenhum tipo de pagamento ao(s) compositor(es) cujo samba for o escolhido pela comissão julgadora;

18 – Qualquer dúvida relativa à sinopse poderá ser sanada enviando uma mensagem para a página da escola no Facebook ou para o e-mail: [email protected]

19 – Os casos omissos serão resolvidos pela presidência da escola;

 

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