A Império do Progresso desvendará as quimeras do inconsciente em 2021

Logo oficial da agremiação.

Atual campeã do grupo de Acesso do Carnaval Virtual, a Império do Progresso retorna ao Grupo Especial apresentando o enredo Quimeras de um Quixote à brasileira inspirada pelo trabalho da Doutora Nise da Silveira, médica psiquiatra responsável pela humanização do tratamento de pessoas na área da psiquiatria. O enredo é de autoria de seu também presidente, Diego Araújo.

Confira abaixo a justificativa e a sinopse da agremiação:

Justificativa

“Eu não me atrevo a definir a loucura”.
(Dra. Nise da Silveira)

Quais mundos fantásticos podem existir escondidos na mente humana? E destes mundos, quais figuras fantásticas aguardam para se vestir de fantasia, e mais uma vez, transmutar-se em “Ser-Carnaval” através deste cortejo de cores, brilhos e magia? Liberte o inconsciente!

Logo oficial completo da agremiação.

A S.R.E.S.V. Império do Progresso, inspirada no trabalho da Dra. Nise da Silveira, orgulhosamente retorna à passarela do samba e apresenta o seu enredo para o Carnaval Virtual 2021. Em 1944, esta mulher inesquecível, alagoana de nascimento, retoma sua luta contra métodos aplicados no tratamento contra a esquizofrenia e que eram considerados agressivos e desumanos por ela.
Na trajetória da busca por um tratamento mais humanizado, Nise assume no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II a “Seção de Terapêutica Ocupacional”, onde através da arte consegue libertar as quimeras, visões fantásticas, aprisionadas no inconsciente de cada um dos seus “clientes”. Desta forma, os pinceis, as tintas e os lápis de cor passaram a transformar o branco das telas em portais imagéticos que libertavam a expressão de homens e mulheres.
A loucura talvez seja o ponto de equilíbrio entre o real e a imaginação ou o romper das amarras contra o “concreto careta” que acinzenta o nosso dia a dia. A loucura é o mundo de Dom Quixote, o cavaleiro delirante e seu fiel escudeiro, Sancho Pança, e são eles que nos conduzirão para fazerem reinar as quimeras: Dos pincéis e suas cores mágicas, da arte modelada nas mãos, da poesia na linha da razão. Visões de Deus, seus anjos, arcanjos e querubins na luz infinita.
Permita se entregar a beleza da loucura!
Abra os olhos e veja!

Sinopse

Ele virá, feito estrela cadente,
Da poeira da memória, poeira estrelada.
Delirante cavaleiro quixotesco,
Veste tua armadura, é tempo de batalha,
Traz consigo o seu fiel escudeiro!

Escancara o “Portal da Loucura”,
Dissipa as trevas que dominam a mente,
Devolve a luz, sem dor, só o brilho da ternura.
Desfaz as amarras do corpo da gente,
Liberta as quimeras, resplandece em arte,
Imagens do inconsciente.

Nas suas aventuranças de cavalaria,
Dança com pinceis mágicos pelo ar,
Faz com o branco valsa das cores,
Sem temores é lápis e giz a bailar,
Com mitos, mandalas e memórias,
Aquarela multidões, fogueiras e balões,
Íris da verdade, olhos do coração.

Entrelaça fios coloridos nas mãos,
Com os dedos modela a pureza,
Borda o êxito do artista desconhecido.
Transborda simbologia além da razão,
E mesmo que seja “fraca figura”,
Confia em seu indomável corcel,
Vencendo moinhos, temíveis gigantes,
A vitória são flores de papel.

Enfrenta a dureza da linha concreta,
Da musa do amor, senhora do céu cor-de-rosa,
Poema de mil existências, prosa da emoção.
Palavras, sarau de saudade e paixão,
“Loucura Suburbana”, “Lara laiá…”
“Dona” canção, batucada, revolução,
No espelho da verdade, visão e ilusão.
Mansamente se refaz na jornada,
Poética da beleza, espírito de bravura.

É longa a estrada do desatino, sem destino,
Cavaleiro no clarão da “Branca Lua”,
Duelo derradeiro, finda a caminhada, adormece o ser.
Alado em fantasias, a Barca do Sol ao infinito,
Planetário de Deus, prisma tão lindo, raio de luz,
Asas de anjo, alma de arcanjo, querubim divino.

Ele voltará, feito estrela ascendente,
Pra poeira da memória, poeira estrelada,
Artista, artífice, artesão e aprendiz,
Utopia sonhadora, “Rosário” da eternidade.
Alumia cruzeiro do sul, nova era mais humana,
Eterna Nise nas asas da águia altaneira,
Quimeras de Um Quixote à brasileira.

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