Inspirações: Um Guerreiro na UESM

* Por Renato Garcia

Mesmo em tempos de pandemia, seguimos conhecendo um pouco mais sobre os protagonistas da UESM, nossos carnavalescos e presidentes; e na coluna Inspirações de hoje, quem nos falará um pouco de sua experiência com a maior festa popular do país será o Rômulo Avelar, carnavalesco da Guerreiros da Liberdade, sediada em Batatais, interior de São Paulo.
Como todos os envolvidos com o mundo do samba, Rômulo diz que desde os seis anos vive essa loucura , ou vício , como ele mesmo descreve , que é a grande festa do carnaval. Ele conta que nessa época , seu tio o levava junto com sua prima para os ensaios da escola de samba Acadêmicos do Samba na cidade de Batatais, onde ali , como em toda comunidade de samba, eles ajudavam a separar penas, paetês, lantejoulas uma por uma ( que era horrível ), então tudo passou a ser parte da rotina deles, e quando chegava o grande dia, lá estava Rômulo no meio da festa desfilando na ala das crianças. Com dez anos passou a desfilar na ala de bateria, portanto , Rômulo cresceu nesse universo.

Quando perguntado sobre os desfiles que mais lhe interessa, nosso carnavalesco nos fala de três, e por motivos bem peculiares: Sociedade Recreativa Escola de Samba Castelo da minha cidade Batatais, carnaval de 2003, a escola apresentava os cem anos do pintor Portinari, com o enredo Por Ti Candidamente Portinari. Foi um deslumbre de luxo e desfile em uma madrugada fria e neblinada de domingo, onde a escola sagrou-se campeã. Um desfile sem duvida de requinte e com um primor inigualável, foi da Beija-Flor de Nilópolis de 2007 com enredo “Áfricas – Do berço real à corte brasiliana”, desfile campiníssimo e digno de qualquer discussão na minha opinião. Já o terceiro aconteceu em 2018 quando a escola de samba Unidos da Liberdade , da qual Rômulo faz parte, apresentou o enredo Navio da Liberdade, que contava a saga dos negros no Brasil.

Além da pouca verba, sua apresentação foi a única escola que aconteceu sob um vendaval e uma chuva torrencial . A agremiação se apresentou somente para jurados, pois o publico das arquibancadas se escondeu ( cidade pequena); mas foi uma grande festa, pena que ficou em terceiro lugar, perdendo para primeira colocada Castelo por um ponto e meio, e meio ponto de diferença da vice- campeã Unidos do Morro.
De carnavalesco para carnavalesco, ele diz admirar o trabalho de todo e qualquer carnavalesco, pois pesquisar, pensar, criar e desenvolver um enredo, sair da imaginação, colocar no papel e virar realidade é um trabalho exigente e no final gratificante. Como fonte de inspiração, Rômulo cita os trabalhos de Volnei Barbosa, carnavalesco da Unidos da Liberdade ( Batatais ). Outros que o inspiram são Jorge Freitas , pelo rico acabamento, os delírios realistas de Sidnei França, além do conhecimento da veterana Maria Augusta.

Além de fazer carnaval na UESM, onde entrou para brincar e se divertir. Rômulo faz parte da agremiação Unidos da Liberdade, onde desenvolve a pesquisa do enredo, além de construir fantasias e adereços.
Embora rigoroso e cheio de detalhes minúsculos, o resultado dos desfiles da é muito gratificante para nosso entrevistado, e com certeza pode servir de inspiração para outros.
Para encerrar, Rômulo buscou um trecho do samba da Mocidade Independente de 2007 , em que ele acredita definir bem todos os apaixonados pelo carnaval:
(…) Aplausos às estrelas da folia
O sonho se transforma em alegria
Sou eu, tenho samba no pé, sou sambista
Nas mãos, o talento de artista
Eu me orgulho de ser artesão

Saiba mais sobre o Carnaval de Maquete da UESM

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