Inspirações: Um Arco Íris de Norte à Sul

* Por Eloah Mota

Uma das produções da Arco-íris, por Eduardo Wagner em 2019.

O carnaval é a maior manifestação cultural do Brasil, pois mesmo com as dimensões continentais e a diversidade entre habitantes a folia se faz presente por todo território do país, seja nas ruas ou na mídia. A coluna “Inspirações” registra trajetórias e grandes influências de foliões de Norte à Sul – entrevistando Presidentes e Carnavalescos da União das Escolas de Samba de Maquete – mostrando o poder transformador que essa festa tem. Hoje, vamos conferir que não é só o eixo Rio-São Paulo que sabe fazer carnaval!

À frente da Arco Íris, Eduardo Wagner está na produção do carnaval real de Belém do Pará, há 20 anos. Conta que começou fazendo fantasias de destaques e a desfilar pela Acadêmicos da Pedreira e em 2010 experimentou o primeiro campeonato pela escola Bole Bole. Nos últimos dois anos, trabalha na Deixa Falar, agremiação tradicional que faz parte do grupo principal do carnaval da capital paraense. “Pretendi trabalhar com o carnaval real a partir de 1989! Isso se realizou no ano 2000, quando comecei a fazer fantasias de destaques (e usá-las também).No seguinte já assinaria três carnavais. E daí não parei mais!”, afirma.

Arco Iris – Belém/PA

Herdado de sua mãe, o amor à folia manifestou-se desde cedo. A primeira lembrança do paraense sobre a festa do momo é de assistir ao desfile na Avenida Visconde Souza Franco, onde acontecia o carnaval da época, aos sete anos de idade. Tal momento transformou a vida do presidente da Arco-Íris. “De lá para frente a vida mudou. Antes eu queria ser médico ou arquiteto. Depois do carnaval eu queria fazer aquilo. E eu não sabia o que era aquilo, mas queria. Então, meus desenhos começaram a incluir fantasias e alegorias, além dos super heróis dos gibis”, descreve em relato.

Eduardo e MIguel Sata brigida: Uma das fontes de inspiração Foto: Arquivo Pessoal

Todo processo artístico de criação é dotado de diversas referências e capacidade de contagiar o público. Questionado sobre suas referências em profissionais da área, Eduardo aponta que grande parte são carnavalescos conterrâneos. “Cláudio Rego de Miranda, que para mim, é um dos maiores do carnaval de Belém. Miguel de Santa Brígida, Néder Charone e Bichara Gaby. Grandes!”. E completa com nomes marcantes do carnaval nacional, como Joãosinho Trinta, Rosa Magalhães e Renato Lage, quais considera como mestres das criações e formas de criar.
Foi a saudade da infância que levou Eduardo a entrar na UESM em 2017, para relembrar quando criança e depois adolescente, fazia carnaval em miniatura. Mas não imaginava os impactos em seu futuro a partir dali. “Os rumos se multiplicaram, até o ponto de o desfile de 2019 ter se tornado a ilustração de minha tese de doutorado. Eu não tinha dimensão desses desdobramentos que surgem com nossa participação na UESM. É um trabalho artístico de grande porte e volume que é exposto ao mundo virtual ”. Além de ser inspirado para sua vida pessoal, profissional e acadêmica, Eduardo Wagner diz que também serve como inspiração para outros colegas. Por isso, para o artista trabalhar com toda dedicação é essencial. “Nos tornamos inspirações para outros que sonham com esse mundo de escolas de samba. Alguns colegas que entraram na UESM depois de mim disseram que meus desfiles eram inspirações para eles. Isso é ótimo, claro, mas dá uma carga de compromisso ainda maior”.

Saiba mais sobre o Carnaval de Maquete da UESM

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*em colaboração voluntária ao SRZD

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