Inspirações: O Guardião do Carnaval da Estrela Imperial

*Por Eloah Mota

Acadêmicos da Estrela Imperial – Maricá/RJ

A coluna “Inspirações” entrevista integrantes da União de Escolas de Samba de Maquete sobre os processos da produção da arte do efêmero, buscando registrar suas trajetórias e as grandes influências. Hoje vamos desmentir quem duvida da complexidade que executar carnaval em miniatura exige, com o convidado Raphael Khaleb.
Reduto de produções inspiradoras, a liga é uma grande entusiasta da arte carnavalesca por todo país. Seu nascimento coincide com o início de muitas trajetórias de produtores da manifestação cultural brasileira mais popular em todo mundo, com o presidente da Acadêmicos Estrela Imperial não foi diferente. “Achamos a UESM que estava começando e resolvemos entrar. Em 2014 fui o primeiro campeão, com a minha primeira escola, a Barões da Pedra. De lá para cá, fundei mais 3 escolas para a mesma liga (Segredos do Vaticano, Acadêmicos da Estrela Imperial e Meninos de Pelotas)”.

Foto de Raphael Khaleb com a Equipe de Guardiões da Ac. do Grande Rio.
Foto: Acervo pessoal

O encanto pelos desfiles começou ainda na infância, despertado pelos enredos que representavam o mundo da fantasia. Raphael Khaleb nos contou sobre a memória de uma de suas primeiras referências do universo do samba: “Eu tinha 05 anos e me lembro da parte do samba da Mocidade que falava ‘Sonhar não custa nada, o meu sonho é tão real’ e ali eu comecei a me apaixonar. Achava que todos os anos alguém falava sobre o sonho e cada escola tinha o direito de sonhar.” Mais velho, passou a acompanhar carnavais de outras cidades e formatos, além de ver desfiles antigos com frequência. Hoje, com auxílio das redes sociais, se conecta a foliões de todo canto superando distâncias geográficas “Rio de Janeiro, São Paulo, Santos, Vitória, Belém, Uruguaiana, Porto Alegre, Cruz Alta, Manaus… Se tem vídeo na internet, tô assistindo”, completa.
Seu caminho também é trilhado dentro do carnaval real. Já coreografou alas e guardiões de casais de mestre-salas e porta-bandeiras, na Renascer, São Clemente, Cubango, Em Cima da Hora e Grande Rio. Hoje está Mestre Sala do Arrastão de Cascadura e da Mocidade Unida da Cidade de Deus. Questionado sobre suas maiores referências, o representante da Amarelo e Preto da UESM responde:

Alexandre Rangel e Raphael Torres seguem na Cubango. Foto: Divulgação

“Sou completamente apaixonado pela forma em que trabalha a dupla Alexandre Rangel e Rafael Torres, atuais carnavalescos da Cubango. Posso trabalhar com eles diretamente desde 2015 e sei como são talentosos demais. Vejo como conseguem transformar o lixo em luxo e o luxo em mais luxo ainda.”
Após 1 ano afastado das atividades da Liga, um dos componentes tradicionais da disputa está de volta com o objetivo de resgatar sua essência primordial para fazer carnaval: estar entre amigos. “Já viu o tamanho das artes que fazemos? São minúsculas. Difícil, né! Como já cantou a Porto da Pedra, “No reino da Folia, cada louco com sua mania” – pontuou em tom descontraído. Khaleb acredita transmitir com sua “loucura” o valor de ter paciência, controlar ansiedade e principalmente a entender os limites pessoais.

 

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*em colaboração voluntária ao SRZD

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