Inspirações: Império Dourado é resistência

Por: Eloah Mota

O carnaval é palco para sonhos e fantasias e projetá-lo e executá-lo, mesmo que em miniatura, é um enorme desafio. Mais nova coluna da União de Escolas de Samba de Maquete, “Inspirações” registra as trajetórias e as grandes influências de Presidentes e Carnavalescos das co-irmãs da liga. Ao contrário do ditado “nada se cria, tudo se copia”, mostramos que todo processo artístico de criação é dotado de diversas referências e capacidade de contagiar o público.

Hoje, a coluna recebe o alagoano William Alves, presidente e carnavalesco da Império Dourado, que desde novo é apaixonado pelo carnaval. Seu primeiro contato com os desfiles das escolas de samba do Rio está marcado para sempre em sua memória, como contou em detalhes: “Lembro que estava com minha mãe assistindo os desfiles de 2009, tenho a imagem daquele luxuoso abre alas da Beija-Flor todo dourado com uma enorme Cleópatra e águas jorrando. Um luxo! Depois desse desfile me apaixonei!”

Em 2015, William decidiu entrar de vez no mundo do carnaval e encontrou em grupos de WhatsApp amigos para compartilhar informações e “trocar figurinhas”. A partir disso, passou a pesquisar e acompanhar mais de perto as escolas de samba. Os dias da folia agora tem um gosto mais que especial, o presidente ainda destaca o carnaval de 2018: “Foi muito marcante! Foi a primeira vez que fui ao Sambódromo, no Rio, e ver a minha Portela de perto foi emocionante. Essa imagem sempre ficará em minha memória!”.

Multitarefa, William é o típico artista da UESM. Junto à equipe da Império Dourado, colabora em praticamente todos os processos da produção dos desfiles, em especial a pesquisa. Para esta tarefa vem aprendendo muito com sua maior inspiração: o carnavalesco Leandro Vieira. Para 2020, a escola traz o enredo que conta a história de Luiza Mahin, personagem importante para a luta por emancipação de negras e negros. Mahin também foi homenageada no campeonato de 2019 da Mangueira, com carnaval assinado por Leandro. A Império Dourado segue o embalo de muitas escolas do carnaval real que optaram por enredos que exaltam a força das raízes afrobrasileiras, de acordo com o que essa manifestação representa para William: “Resistência”.

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