Chatfolia: Batida do funk invade a passarela de maquete

Acadêmicos da Estrela Imperial aposta em fusão musical e Raphael Khaleb, presidente da Estrela Imperial, promete uma fusão bem popular para o enredo deste ano da agremiação. O funk e o samba são parte da cultura das comunidades e são responsáveis pela representatividade e superação de muitos jovens e famílias. Agora, basta saber como os ritmos vão se tornar um só para o sucesso do desfile.

UESM: Como surgiu a agremiação?
A Agremiação surgiu em 2014, depois de um vizinho ver o primeiro desfile da GRESM Barões da Pedra, escola que eu presidia na época. Ele gostou tanto que quis fazer parte dessa loucura. Para o carnaval seguinte, ele queria uma escola que fosse das cores da sua agremiação, a São Clemente e tivesse os símbolos que ele mais gostava: A coroa da  Imperatriz, os louros da Mangueira e a estrela da Vila. Porém, no processo de preparação pro primeiro desfile, o Gabriel, que criou a escola, com 10 anos veio a falecer e aí resolvi tocar o projeto, sendo campeã no primeiro ano de fundação (Primeira campeã do Grupo de Acesso em 2015)

UESM: O que muda na equipe para este ano?
Do carnaval de 2019, muda apenas a vontade de crescer, porque a equipe é a mesma, os problemas são os mesmo, os fatores externos pioraram. Porém, dessa vez o que muda são os amigos. O apoio dos amigos, a ajuda com material, mão de obra, essas coisas.

UESM: Explica como vai funcionar o enredo e a motivação para ter sido escolhido!
Então, Eu resolvi falar sobre o Funk. A historia do funk do início aos dias de hoje. FUNK-SE surgiu depois de ouvir um programa da FM o Dia, FUNK You e achei o trocadilho engraçado. Muitas as pessoas recriminam o funk por ter apologia às drogas ao sexo e a violência (Os chamados proibidões), mas esquecem que é esse mesmo ritmo que já denunciou muitas violências, já fez declarações de amor, já deu basta em preconceitos e principalmente se tornou a voz de minorias. Eu, particularmente amo enredos divertidos, onde a gente possa brincar de ser feliz, onde abuse das cores e das formas.

UESM: Qual samba será utilizado?
Vou usar o samba da Unidos da Vargens quando subiu pro grupo B de 2016. O samba, composto por André Kabala, Thiago Meiners, Rafael Tubino, Victor Alves, Igor Viana e tem como intérpretes Gago e Nino Sambashow. A escola, dois anos depois, se fundiu com a Flor da Mina do Andaraí e enrolou bandeira.

UESM: Para a criação do enredo, quais materiais estão sendo utilizados?
A escola sempre usa materiais alternativos. Usamos folhas de arvore, papelão, doces ( em 2017, fizemos uma porta bandeira de bala fini), fios coloridos, linhas de novelo. Ano passado usei cabelos de milho para fazer a peruca da Velha Guarda e ficou lindo. Esse ano, temos materiais como embalagem de bis, palha de aço, hastes flexíveis e outros mais que serão segredos na avenida.

UESM: Quais as dificuldades?
Tempo. Pra mim continua sendo tempo, apesar da pandemia, eu não parei. Continuo produzindo para a faculdade e trabalho. Alem disso, tenho que me virar em 20 mil pessoas pra dar conta do desfile.

UESM: Com a pandemia, qual a situação encontrada para continuar?
Eu sempre fiz meu desfile alternativo, ou seja, eu sempre busquei materiais mais baratos e de efeito para fazer os desfiles, porem, o problemático são materiais que a gente usa para fazer esses desfiles, tipo cola, cola quente e os próprios bonecos. Os demais a gente vai dando um jeito daqui, um jeito dali e vamos alternando.

UESM: O carnaval de maquete deveria ser mais valorizado? Como?
Sim. É um trabalho enorme com equipes por trás e muita gente acaba não vendo. Ou se vêem não dão os créditos que merecem. Isso tem mudado. Vemos os carnavais sair das telas e ganhando espaços. Tem escola que fez exposição, tem escola que entrou na academia. A mídia que conseguimos nos ajuda um pouco com isso. A mudar esse rótulo preconceituoso. Se é um trabalho lindo, porque não falar? Se não podemos ajudar com verba, que seja com carinho e apoio!

UESM: Qual o seu recado para quem quer entrar na competição?
Persistir. Muitos vão dizer que você é louco. Outros vão dizer que não vai te levar a nada, mas o combustível que nos move a montar um desfile inteiro e o amor. E pensa que estamos a 7 anos, incentivando outras pessoas a montar e dar o seu melhor não é a toa. Cada escola faz porque ama e se você ama essa festa que é o carnaval, aqui é a sua casa! Venha! Venha e mostre ao mundo que você é mais um louco, insano que busca apenas ser feliz.

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*Por Alessandro Valentim em colaboração voluntária ao SRZD