Alegria falha em diversos quesitos com enredo em homenagem a Beth Carvalho

O G.R.E.S. Alegria da Zona Sul foi a segunda agremiação a desfilar na Marquês de Sapucaí nesta sexta-feira (24), primeiro dia de desfiles da Série A do Carnaval 2017. A passagem da escola do Pavão-Pavãozinho e do Cantagalo iniciou oficialmente às 22h50, dentro do planejado pela Lierj, liga organizadora dos desfiles do grupo de acesso. Com o enredo “Vou festejar… Com Beth Carvalho, a Madrinha do Samba”, em homenagem a uma das principais cantoras de samba do país, a vermelho e branco falhou tecnicamente em diversos quesitos e concluiu o seu desfile em 53 minutos.

Alegria. Foto: Juliana Francioni

Comissão de Frente

Para representar a infância e adolescência de Beth Carvalho e sua paixão pelo ballet e pela múscia, os coreógrafos Jorge Teixeira e Saulo Finelon selecionaram 15 dançarinos. Vale lembrar que para este Carnaval, a Lierj permitiu que as comissões de frente da Série A utilizem elementos alegóricos em suas apresentações. Os coreógrafos da Alegria aderiram à ideia e levaram um violão sobre rodas. No primeiro módulo de julgamento um ‘LP’, utilizado pelos bailarinos para formar o nome da homenageada, caiu.

Casal de mestre-sala e porta-bandeira

Ele, o malandro, que frequentava as noites e apreciava a boemia das rodas de samba. Ela, a cabrocha, a musa inspiradora dos malandros. Wanderson Orelha e Bárbara Falcão, primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Alegria da Zona Sul, se apresentaram de forma correta no primeiro módulo com graciosidade e boas expressões faciais. Este é o segundo ano da parceria deles. Na cabine dupla, o pavilhão encostou no rosto do mestre-sala no momento da despedida.

Bárbara e Wanderson, Alegria. Foto: Juliana Francioni

Harmonia e Evolução

A escola da Zona Sul tem coordenando esses quesitos uma comissão de harmonia. Ela é formada por Carlos Jorge, André Jales e Uilliam Esteves e contou com o apoio de alguns diretores distribuídos pelos quatro setores da escola. Esses foram dois quesitos muito prejudiciais no desfile da escola.

Foram poucos os componentes que cantaram o samba-enredo em sua totalidade e com energia. Não faltou incentivo por parte da harmonia. Por vezes, a escola ficou muito tempo parada para a entrada das alegorias, ocasionando diversos problemas em evolução. Não foi uma passagem dinâmica e estável como pede o regulamento do quesito. Devido à correria, a bateria não entrou no segundo recuo.

Alegria. Foto: Juliana Francioni

Samba-enredo

A obra foi composta por Pixulé, Rafael Tubinho, James Bernardes, André Kaballa, Marcelão, Marco Moreno, José Mário, Pedro Miranda e Victor Alves e defendida pelo intérprete Igor Vianna. Segundo Cláudio Francioni, a obra não funcionou.

Bateria

Mestre Claudinho assumiu o comando da bateria da Alegria da Zona Sul durante o processo para o Carnaval 2017 após uma demissão repentina de mestre Capoeira. Neste desfile foram 230 ritmistas, duas paradinhas e um andamento de 148 bpm – batimentos por minutos. O músico Cláudio Francioni comentou o desempenho da “Show de Ritmo”:

“A bateria foi prejudicada pela evolução e não conseguiu entrar no recuo. Fez uma apresentação com muita superação, pois Claudinho assumiu a bateria em novembro. Cometeram pequenos erros nas batidas de caixa”, opinou Francioni.

Alegria. Foto: Juliana Francioni

Alegorias e adereços, fantasias e enredo

O carnavalesco Marco Antônio Falleiros dividiu o enredo “Vou festejar… Com Beth Carvalho, a Madrinha do Samba” em quatro setores. A primeira parte do desfile contava com a comissão de frente, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, a ala “Malandros e Cabrochas”, a musa Priscila Paulo (representando “As Cores da Alegria”) e o carro abre-alas: “O Samba é a Nossa Alegria”. O segundo setor foi denominado de “A Descoberta do Dom – Amores e Poesias” e contou em sequência com quatro alas, baianas, mais uma ala, a musa Kuani Santos (“Musa dos Poetas”) e a segunda alegoria representou o encontro de Beth com compositores e sambistas do morro da Mangueira (“Mangueira… Dos Amores e Poesias”). Já a terceira esfera do desfile, intitulada de “O Rio de Janeiro e o Subúrbio te chamaram pra Cantar” contou com três alas, a bateria (representou o bloco Cacique de Ramos), mais três alas e a musa Kelly, cuja fantasia simbolizou “Nas Garras da Onça”. O terceiro carro alegórico representou o “Doce Refúgio”. A quarta e última divisão da Alegria, batizada de “Vou Festejar… A Consagração do Jubileu”, dispôs de três alas, o segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira (Léo Thomé e Amandah Rodrigues) e mais três alas. Para concluir sua passagem em 2017, a Alegria da Zona Sul levou para a Marquês de Sapucaí o carro “A Consagração no Templo das Artes”, onde veio a homenageada, Beth Carvalho.

A plástica foi um dos pontos mais baixos de todos os nove quesitos da Alegria da Zona Sul. Faltou bom acabamento em todas as alegorias. As fantasias das alas eram muito simples e também apresentaram mal acabamento e outras com concepções confusas. O enredo, por sua vez, não foi claro em alguns momentos. Beth Carvalho veio no último carro com esculturas de Deuses do Olimpo.

Veja fotos do desfile:

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