Anitta e Paulo Freire in Honório

Divulgação Netflix

MATÉRIA ESCRITA POR JOYCE PONTEIRO (@joyponteiro)

A série “Anitta: Made in Honório” ,da Netflix, ensina como uma das teorias defendidas por Paulo Freire está presente na luta contra o machismo. Por meio de seu comportamento, a cantora mostra que, mesmo sem perceber, o oprimido torna-se o opressor. Bem como pauta o educador em sua obra mais citada no mundo, Pedagogia do Oprimido.

Larissa de Macedo Machado revela no documentário que tornou-se uma mulher de muitos namorados para que não pudesse ser machucada. O estilo de vida “pegadora” pode parecer uma arma contra a má conduta masculina. Mas na verdade, ele é apenas uma repetição dos costumes antigos já consumados na sociedade.

Divulgação Netflix

“Pega, mas não se apega”

Segundo estudos, ao longo da vida, os homens possuem mais pares sexuais do que as mulheres. Além disso, eles são os responsáveis pela prática “pega, mas não se apega”. Assim como pelas culturas machistas de objetivar o sexo feminino e de agregar a elas unicamente a função do prazer.

Quando uma mulher passa por uma relação traumática e resolve permitir que qualquer um usufrua de seu corpo, é por medo, não por desejo próprio. Ela está apenas imitando e propagando atitudes machistas. Logo, ela passa de oprimida para opressora.

Isso ocorre, pois as moças muitas vezes são instruídas a portar-se igual ou a perdoar os erros, para que não haja alteração no sistema. Tal qual acontece no campo da educação, de acordo com os ensinamentos passados por Freire onde diz “as escolas são formuladas para manter a realidade atual do país”.

Divulgação Netflix

Dessa forma, elas deixam de ser criteriosas na escolha do parceiro, ficando assim, suscetíveis as relações com homens que têm histórico de agressor, pedófilo, abusador, sonegador de pensão, etc. Além disso, as mulheres passam a compreensão de que o comportamento masculino está correto. E assim, aliam-se a eles direcionando seus corpos para uso temporário de prazer.

Anitta e Paulo Freire ensinam juntos que é necessário agir diferente para quebrar ciclos prejudiciais. Todas precisam sentir que são livres para ter quantos parceiros julgar necessário. Mas é preciso fazer isso por vontade própria e não como uma solução a um problema. Ademais, não se pode deixar os filtros de lado. Conhecer o passado do cara antes de autorizar a entrada do mesmo em sua vida é lutar contra o machismo e deixar de ser o oprimido para ser o revolucionário.

Comentários

 




    gl