Viúva de Marielle Franco diz que foi perseguida e ameaçada de morte

Mônica Benício conversa com jornalistas. Foto: Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil

Mônica Benício conversa com jornalistas. Foto: Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil

Após ter encaminhado pedido de proteção à Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), a arquiteta Mônica Benício, viúva da vereadora Marielle Franco do PSOL, confirmou nesta segunda-feira (6), durante quase três horas de depoimento na polícia, que há quatro meses sofre ameaças – pessoalmente e também pela internet.

O depoimento foi prestado na Delegacia de Homicídios, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.

Mônica foi ouvida pelo delegado titular, Giniton Lages. A arquiteta contou que, em dois momentos diferentes, foi acompanhada por um carro em situação estranha e que também foi alvo de  constrangimento na rua. Em um deses momentos, Mônica disse que um homem repetiu que ela estava “falando demais” e “precisava ter cuidado para não morrer”.

A arquiteta revelou ainda que recebeu mensagens raivosas em seu perfil na rede social Twitter.  Ao deixar a delegacia, Mônica afirmou que, inicialmente, não pretende pedir para ser incluída no programa de proteção a testemunhas, mas Lages disse que há disposição para dar mais segurança a ela.

Mônica informou que, ao longo desta semana, pretende buscar alternativas para evitar o incômodo em que vive há quatro meses. “Isso tem que ser negociado ainda, porque precisam ser apresentadas algumas soluções. Tudo isso vai ser discutido e não tenho muitas informações.”

Mônica Benício e Marielle Franco. Foto: Reprodução
Mônica Benício e Marielle Franco. Foto: Reprodução

Por motivo de segurança, a arquiteta disse que não poderia fornecer detalhes do depoimento na polícia. Porém, demonstrou tranquilidade a partir do pedido feito à Corte da OEA.

“Isso significa que a OEA cobra do Estado brasileiro que garanta minha segurança e proteção para que eu continue exercendo o trabalho de defensora dos direitos humanos, porque eu venho ocupando, cada vez mais, os espaços de fala que eram de Marielle”.

Para Mônica, a iniciativa da OEA, de atender a seu pedido, é uma demonstração de que o caso Marielle faz parte das prioridades do Estado. A vereadora foi assassinada em 14 de março deste ano, na região central do Rio de Janeiro, ao lado do motorista Anderson Pedro Gomes, mas o crime ainda é objeto de investigação e aguarda desfecho.

Para a arquiteta, a morte da vereadora foi um crime politico, e esta foi a razão de não ter procurado a Secretaria de Segurança do Rio para assegurar a sua vida. “Eu estaria pedindo ajuda e proteção ao Estado que matou a Marielle, então, pedi direto à OEA”, explicou.

Polícia ainda não descobriu mandantes, assassinos e motivação do ataque

No próximo sábado (11), a morte de Marielle Franco completará 150 dias. A vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram mortos a tiros no dia 14 de março deste ano, na região central do Rio, depois de saírem de um evento no bairro da Lapa.

Mais de quatro meses após o crime a polícia ainda não descobriu os mandantes, os assassinos e a motivação do ataque.

* Com informações da Agência Brasil

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