Vendedor que gravou Damares Alves é demitido de loja em Brasília

O vendedor Thiego Amorim, que gravou um vídeo no qual questiona Damares Alves sobre as cores e os gêneros em um shopping em Brasília foi demitido. Através das redes sociais ele informou que não faz mais parte do quadro de funcionários do estabelecimento que é franquia da marca de roupas Cantão.

“Amores, venho atrás desse post informa lo que não faço mas parte do quadro de funcionários da marca. Ali ficou pequeno demais pra mim. Agradeço o apoio de todos e já tô pronto pra próxima batalha. Obrigado pelo apoio e carinho do Brasil inteiro. Eu não vou desisti, nunca desisti e não vai ser agora. Estamos juntos bjs, amo vocês”, postou o vendedor.

Nos comentários da postagem original, Thiego havia escrito que, caso precisasse de um novo emprego, alertaria na publicação: “Meu nome é Thiego. Se eu precisar de um novo emprego vou pedir aqui nos comentários”.

A confusão com a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos ocorreu no dia 3 de janeiro, logo depois da afirmação de que o Brasil entrou em uma “nova era”.

Vestindo uma blusa azul, Damares foi questionada pelo vendedor: “E aí, ministra, você é menino ou menina?”. Na sua conta de Instagram, ele ainda convidou o presidente Jair Bolsonaro para visitar a loja.

Thiego contou que a assessora que acompanhava a ministra teria dado um tapa na sua mão para tentar impedir o início da gravação. Ele também afirmou que após o ocorrido, registrou ocorrência na Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos em decorrência de uma série de ameaças que recebeu na internet, muitas delas contendo injúrias raciais.

Loja se posicionou

No dia 4 de janeiro, a loja Cantão usou sua página no Facebook para comentar o ocorrido. Leia na íntegra:

“Nenhum tipo de preconceito ou falta de respeito é aceito por nós. Prezamos que todos os nossos clientes, sem distinção, sejam atendidos com respeito, simpatia, prestatividade e educação.  Assim como prezamos que os nossos colaboradores sejam respeitados dentro e fora de seu ambiente de trabalho. Estamos resolvendo essa questão de forma clara e humana com os envolvidos, buscando compreender melhor todo o contexto (não publicado) do vídeo. Esclarecemos ainda que o ocorrido já está sendo usado como uma oportunidade para reforçar, ainda mais, nossos valores com todos os funcionários. Levantamos a bandeira da paz, do amor e do respeito. Agradecemos o contato, esse espaço é democrático e aberto à opiniões. Qualquer dúvida, seguimos à disposição”.

O que disse a ministra

Além de ser compartilhado nas redes sociais, o vídeo foi divulgado em uma página do Twitter que se intitula apoiadora da ministra.

Devido a repercussão, ela reagiu e disse que seu objetivo foi, de fato, fazer uma declaração contra a “ideologia de gênero”, referindo-se à sexualidade das crianças: “Fiz uma metáfora contra a ideologia de gênero, mas meninos e meninas podem vestir azul, rosa, colorido, enfim, da forma que se sentirem melhores.”