Em meio a um cenário de persistente crise, com inflação alta e outros problemas que assustam os brasileiros diariamente, controlar as finanças neste fim de ano é imprescindível para garantir a tranquilidade no Natal e principalmente em 2022.
É bom lembrar que no início do ano já se tem as contas de início de ano, como IPTU, IPVA e matrícula escolar, que se acumulam com os gastos de presentes, festas e viagens e pegam muitas famílias despreparadas.
Contudo, com um bom planejamento financeiro, feito com antecedência, é possível amenizar os impactos desses gastos no orçamento e assegurar o cumprimento dos objetivos estabelecidos para 2022, lembrando que temos que aprender com a crise foi vivenciada em 2021.
Seguindo alguns passos básicos, as chances de estar em situação de endividamento – ou pior, inadimplência – diminuirão substancialmente.
O primeiro deles é fazer um diagnóstico financeiro e saber exatamente em que situação se está: endividado, equilibrado ou investidor. A partir daí, fica mais fácil definir o que deverá ser feito para melhorar a situação – ou continuar, se já estiver no caminho certo.
Deve-se, então, anotar todas as despesas durante 30 dias, separando-as em categorias (alimentação, combustível, etc.). Com uma visão mais ampla dos gastos, é hora de cortar os supérfluos e excessos e poder redirecionar esse valor para a realização dos sonhos, que, por sua vez, devem ser bem definidos.
É importante pensar em, pelo menos, três: um de curto (até um ano), outro de médio (até dez anos) e ainda um de longo (acima de dez anos) prazo, e orçar cada um, para saber quanto custam e quanto poderá ser poupado por mês, sabendo, assim, em quanto tempo eles serão realizados.
Então, é só começar a guardar dinheiro, lembrando que essa ação deve ser feita imediatamente após receber o salário, pois, se deixar para o final do mês, certamente, não sobrará.
Comprar por impulso é uma das práticas que oferece maior perigo ao orçamento financeiro das famílias. No entanto, as facilidades, boas condições de pagamento e promoções acabam estimulando esse comportamento. Uma dica é fazer lista dos presentes que se quer comprar e o valor que se deseja/pode gastar com cada um deles.
Outro conselho é sempre se fazer algumas perguntas, antes de abrir a carteira: “estou comprando por necessidade ou apenas para me satisfazer momentaneamente? Se não adquirir esse produto/serviço agora, terei algum problema? Consigo pagar à vista? Se parcelar, terei o valor necessário nas datas de vencimento?”.
Para quem recebe 13º, o dinheiro pode, e deve, ser usado para esses gastos de fim de ano, uma vez que o objetivo dele é – e sempre foi – o de oferecer uma gratificação aos trabalhadores, ou seja, é um dinheiro extra, que deve ser utilizado para despesas não fixas, como é o caso das compras de fim de ano. É um erro muito comum as pessoas comprometerem esse valor com dívidas, devido à falta de educação financeira da população.
O planejamento financeiro para o ano que começa é frequentemente comprometido por conta dos parcelamentos feitos no fim do ano. Por isso, a recomendação é que sempre se poupe ao longo do ano para que possa comprar à vista e ainda obter bons descontos.
Caso não se tenha conseguido guardar dinheiro e tenha que parcelar, avalie o diagnóstico financeiro feito anteriormente e veja quais são os gastos que estão por vir, para que se compre ciente do valor que terá que dispor mensalmente. Feito isso, com certeza se estará muito mais preparado para um 2022 mais próspero, mesmo que a crise ainda perdure por algum tempo.
* Artigo de autoria de Reinaldo Domingos – educador e terapeuta financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira, Abefin e Editora DSOP, autor do best-seller “Terapia Financeira”, do lançamento “Por que enfrentamos crises e não estamos preparados”, dentre outras obras.
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