TSE descarta parte da ação contra Haddad por shows de Roger Waters

Roger Waters destaca cenário político brasileiro em show em São Paulo. Foto: Reprodução/Instagram

Roger Waters destaca cenário político brasileiro em show em São Paulo. Foto: Reprodução/Instagram

Após aceitar analisar uma ação apresentada pela campanha do presidente eleito Jair Bolsonaro, o ministro Jorge Mussi, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), descartou parte do documento que atribui shows do cantor Roger Waters à campanha do candidato derrotado do PT, Fernando Haddad. A decisão foi tomada na última terça-feira (30).

De acordo com a campanha de Bolsonaro, apresentações do ex-líder do Pink Floyd no Brasil foram “showmícios” — proibidos por lei. Sendo assim, foi pedido a cassação dos registros de candidatura de Haddad e de sua vice, Manuela D’Ávila. A ação pedia, também, que candidatos ficassem inelegíveis por oito anos.

Além de Haddad e Manuela, também foram citados os sócios da produtora de eventos T4F. A campanha de Bolsonaro afirma que “a maior beneficiária da Lei Rouanet do país” se aproveitou da imagem do artista para “ostensiva e poderosa propaganda eleitoral negativa” contra o presidente eleito.

No entendimento de Jorge Mussi, “sanções de inelegibilidade e cassação do registro ou diploma, previstas na Lei Complementar nº 64/90, não podem ser cominadas a pessoas jurídicas”. Desta forma, parte foi excluída da ação. No entanto, os candidatos e a produtora T4F ainda estão sendo investigados.

Roger Waters fez shows políticos no Brasil

Ao longo de sua turnê pelo Brasil, Roger Waters (conhecido pelo seu ativismo pelo mundo) chamou atenção em diversos momentos pela inclusão da política brasileira em suas apresentações. No primeiro show da tour “Us + Them” no país, realizado em São Paulo, o músico incluiu a hashtag “Ele Não” no telão; protesto foi recebido com aplausos e vaias do público. Na segunda apresentação, o nome do candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL), que estava incluído em uma lista de líderes neo-fascistas pelo mundo, foi substituído pela frase “ponto de vista censurado”.

Nome de Bolsonaro é "censurado" em show de Roger Waters. Foto: Reprodução/Instagram
Nome de Bolsonaro é “censurado” em show de Roger Waters. Foto: Reprodução/Instagram

Durante o show no Rio de Janeiro, Waters fez uma homenagem a vereadora Marielle Franco. Ele convidou Anielle Franco, irmã de Marielle; Mônica Benício, viúva da vereadora; e Luyara Santos, filha do casal. A apresentação foi realizada no Estádio do Maracanã, na capital fluminense.

O músico passou por São Paulo, Brasília, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre. Em sua última apresentação, na terça-feira (30), não foram feitas manifestações contrárias a Bolsonaro. Contudo, Waters pediu para que público resista na nova fase do Brasil.

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