Tribunal manda soltar militares que fuzilaram carro de músico no Rio

Militares do Exército dispararam 80 tiros contra carro. Músico e segurança, Evaldo (detalhe) morreu na hora. Foto: Reprodução

Militares do Exército dispararam 80 tiros contra carro. Músico e segurança, Evaldo (detalhe) morreu na hora. Foto: Reprodução

Por maioria de votos, os ministros do Superior Tribunal Militar (STM) decidiram nesta quinta-feira, 23, libertar nove militares presos pelo assassinato do músico Evaldo dos Santos Rosa, de 46 anos, que estava em um veículo alvejado com mais de 80 tiros no dia 7 de abril, em Guadalupe, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O catador de recicláveis Luciano Macedo, baleado ao tentar ajudar a família que estava no carro, também morreu, cerca de 10 dias depois.

Os militares acreditavam que se tratava de um carro semelhante conduzido por criminosos. De acordo com as viúvas de Evaldo e Macedo , os militares “debocharam” dos pedidos de socorro. Os envolvidos na ação foram denunciados pelo Ministério Público Militar (MPM) na Justiça Militar em 11 de maio.

Foram dez votos pela liberdade de todos e dois pela imposição de algum tipo de medida cautelar. Houve também um voto para manter apenas a prisão do tenente Ítalo da Silva Nunes Romualdo, único oficial envolvido na ação, soltando os outros. Dos 14 ministros, apenas Maria Elizabeth Rocha votou para manter a prisão de todos. O STM tem 15 ministros, mas o presidente, Marcus Vinicius Oliveira dos Santos, vota apenas em caso de empate.

Os ministros entenderam que a prisão preventiva (por período indeterminado) não caberia porque os militares ainda não foram condenados na ação penal e que tal manutenção seria ilegal. Alguns dos ministros também mencionaram que todos os militares possuem residência fixa.

Deixarão a cadeia o tenente Ítalo da Silva Nunes Romualdo, o sargento Fábio Henrique Souza Braz da Silva, o cabo Leonardo Oliveira de Souza e os soldados Gabriel Christian Honorato, Matheus Santanna Claudino, Marlon Conceição da Silva, João Lucas da Costa Gonçalo, Gabriel da Silva de Barros Lins e Vítor Borges de Oliveira. Os nove, além do cabo Paulo Henrique Araújo Leita e os soldados Wilian Patrick Pinto Nascimento e Leonardo Delfino Costa, são réus em uma ação na Justiça Militar sobre o caso.

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