Tragédia para o cinema: Polícia Federal e Polícia Civil vão investigar incêndio na Cinemateca

Incêndio na Cinemateca. Foto: Reprodução/Corpo de Bombeiros

A Polícia Federal e Polícia Civil de São Paulo vão investigar as causas do incêndio que destruiu, na quinta-feira (30), um galpão da Cinemateca Brasileira, na Vila Leopoldina, Zona Oeste na capital paulista.

O fogo teve início por volta das 18h durante a manutenção do sistema de ar-condicionado, segundo a capitã do Corpo de Bombeiros Karina Paula Moreira, que comandou a operação de combate as chamas. De acordo com ela, o incêndio começou em uma das salas do acervo histórico do terceiro andar, enquanto uma equipe terceirizada do governo federal fazia a manutenção do ar-condicionado. Ainda não se sabe a dimensão do estrago.

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O secretário especial de Cultura do governo federal, Mario Frias, divulgou nota dizendo que vai solicitar investigação à Polícia Federal sobre o incêndio. Ele disse que quer entender o que aconteceu. A Cinemateca faz parte da estrutura do governo federal.

Após o controle do fogo por parte do Corpo de Bombeiros, também na quinta, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o local será vistoriado e periciado pelo Instituto de Criminalística (IC). “A Polícia Civil prosseguirá com as investigações para esclarecer as causas do incêndio”, disse, em comunicado.

Representantes do governo paulista criticaram a gestão federal da Cinemateca. Tanto o governador João Doria, quanto o secretário estadual de Cultura, Sérgio Sá Leitão, destacaram a falta de atenção do governo de Jair Bolsonaro com a Cinemateca e a área cultural em geral.

Para Doria, o governo federal não cuida bem da cultura do país. O tucano sugeriu que a administração da Cinemateca seja transferida para a Prefeitura de São Paulo.

“Se São Paulo cuidar da Cinemateca, certamente vai cuidar melhor que o governo federal. O governo federal não cuida bem da cultura, despreza a cultura do Brasil, e lamentavelmente o incêndio na Cinemateca mostra isso”, frisou.

“Quando prefeito da capital, ao lado de Bruno Covas, falamos da importância de transferir a Cinemateca para a prefeitura, e Bruno depois ratificou isso para o governo [Jair] Bolsonaro, e a resposta foi o silêncio”, explicou.

Doria disse que, como governador e ex-prefeito da capital, lamenta “a falta de zelo, a falta de cuidado e a perda irreparável de quilômetros de filmes”. Pontuou ainda que, “se o governo tiver um pouco de apreço pela cultura, deveria transferir a Cinemateca, ainda que com o incêndio, para a gestão da Prefeitura de São Paulo”.

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