Vídeo: Tragédia de Capitólio – fatalidade ou negligência?
Dois dias após parte de um paredão rochoso se desprender dos cânions do Lago de Furnas, em Capitólio (MG), matando dez pessoas e ferindo ao menos 24 turistas que visitavam o local a bordo de embarcações, o governador Romeu Zema anunciou nesta segunda-feira (10) que toda a região passará a ser analisada por geólogos e outros especialistas que possam identificar riscos de novos desmoronamentos.
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“Queremos que a região continue atraindo turistas. Por isso, a partir de agora, teremos um cuidado adicional”, declarou Zema a jornalistas, ao visitar Capitólio.
Perguntado se as mortes poderiam ter sido evitadas, o governador disse não ser possível assegurar que nenhuma pedra role das muitas montanhas existentes no país. Ele mencionou o que classificou como ineditismo da tragédia para explicar porque um lugar que atrai tantas pessoas não conta com uma avaliação de risco geológico a fim de prevenir tragédias.
Fatalidade ou negligência?
Em entrevista ao jornalista Alexandre Tortoriello, Airton Bodstein, coordenador e fundador do Mestrado em Defesa e Segurança Civil e Professor Titular da Universidade Federal Fluminense, falou sobre o acidente.
“Não gosto de usar os termos fatalidade e negligência. Geralmente teve uma falha humana, técnica, ou uma falta de percepção de risco, que nem sempre também eu posso caracterizar como negligência, às vezes é até desconhecimento mesmo”, disse o fundador e ex-presidente Associação Brasileira de Redução de Riscos de Desastres (ABRRD), doutor em Química Ambiental pela Université de Rennes I, França.
Questionado se a tragédia poderia ser evitada, Bodstein foi direto em sua resposta, além de propor uma reflexão.
“Você não pode evitar um evento natural mas temos como minimizar danos. A primeira preocupação é evitar mortes. Para isso é preciso proteger as pessoas. O mais importante é a auto proteção e a necessidade de correr riscos. É o primeiro passo, que é muito falho em nosso sistema social como um todo”, explicou o professor.
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