Temendo boicote, Paulo Guedes não participa de audiência sobre Previdência

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) começa a analisar nesta terça-feira (26) a proposta de reforma da Previdência, sem a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes, primeiro convidado especial para as discussões.

A desistência aconteceu após um aviso de aliados do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de que a audiência seria boicotada por líderes de partidos independentes ao do governo.

Ainda sem definição do relator, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/2019 está parada no Congresso desde 20 de fevereiro, completando 34 dias nesta terça-feira.

Segundo nota oficial do Ministério da Economia, “A ida do ministro da Economia à CCJ será mais produtiva a partir da definição do relator”.

O líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon do PSB, afirmou que o objetivo era escutar do ministro os argumentos para se aprovar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que endurece as regras de aposentadoria.

A presença de Guedes na CCJ poderia ser uma demonstração de que o tema segue sendo prioridade, e, apesar da dificuldade em construir a base, poderia ser possível aprová-la na Câmara e no Senado. A desistência, em contrapartida, sinaliza para possíveis novos desafios ao governo. Hoje o cenário de aprovação é menos positivo do que fora no início do mandato de Jair Bolsonaro, e, segundo o vice-presidente da Câmara, deputado Marcos Pereira, o governo não tem “nem 50 votos” para aprovar a reforma.

O líder do governo na Câmara, major Vitor Hugo, qualificou como “um erro” a decisão de Guedes em não comparecer à audiência: “Já havia manifestado para membros da Presidência e da equipe econômica a minha avaliação do erro que seria o ministro não participar. É importantíssimo que o ministro participe da CCJ, na medida que houve compromisso assumido pela liderança do governo e pela presidência da CCJ”.

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