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Superintendente preso no Rio autorizou compra de respiradores que nunca chegaram

O superintendente da Secretaria Estadual de Saúde, Carlos Frederico Verçosa Duboc, foi preso na manhã desta quarta-feira (17) no Rio de Janeiro. Ele foi o responsável por autorizar o pagamento adiantado de R$ 9,9 milhões na compra de respiradores que nunca chegaram. É o que aponta a investigação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).

O pagamento foi destinado a empresa A2A Informática, uma das três que contratadas pelo governo do Estado do Rio para o fornecimento de respiradores. Na proposta apresentada pela A2A havia a exigência de que 50% do valor deveria ser pago no pedido. Até hoje, nenhum dos 300 respiradores comprados com a empresa foi entregue.

Duboc, que comandava a superintendência de Orçamento e Finanças da pasta, foi preso em Pendotiba, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, em uma operação conjunta do MP-RJ e da Polícia Civil. Essa é a terceira fase da Operação Mercadores do Caos, que investiga supostas fraudes na compra emergencial de respiradores pelo estado para o combate à Covid-19.

O contrato com a empresa foi cancelado em maio. No site da Receita Federal, a empresa aparece como sendo de pequeno porte e tendo como função principal o comércio varejista de equipamentos de informática. Na compra dos respiradores, a Secretaria Estadual de Saúde não orçou valores com nenhuma outra empresa – apenas com a A2A.

Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde anunciou que vai exonerar Duboc do cargo que ocupa e que desde o dia 3 de junho todas as ordens de despesa da pasta foram delegadas somente para o secretário Fernando Ferry e acrescentou que está à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos sobre os fatos.

Na primeira da operação Mercadores do Caos foram presos o dono da A2A Informática e o ex-subsecretário Executivo da Secretaria Estadual de Saúde, Gabriell Neves, que era o chefe de Carlos Frederico Duboc, o ex-superintendente de Logística e Patrimônio da pasta, Gustavo Borges da Silva, além dos donos das outras duas empresas contratadas pelo estado: Cíntya Neumann e Glauco Otaviano Guerra.

Na segunda fase foi preso o homem apontado como controlador de outra empresa que deveria ter fornecido respiradores, a Arc Fontoura, Maurício Monteiro da Fontoura.

Dois mil equipamentos comprados pelo estado, apenas 52 tinham sido entregues e, ainda assim, eles não serviam para os pacientes com Covid-19.

Depois das denúncias, o governo do Rio rescindiu os contratos e o Ministério Público apreendeu e entregou ao poder estadual outros 97 equipamentos da empresa MHS, que só chegaram ao Brasil no começo do mês.

Os promotores calculam que mais de R$ 18 milhões foram desviados dos cofres públicos. Na ação desta quarta, também foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão. Quatro no Estado do Rio de Janeiro e cinco em Brasília.







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