O casal Jorge e Tatiane Timi acusa a cafeteria Sturbucks do bairro Jardins, em São Paulo, de racismo contra a filha de 11 anos. A menina, que é adotada, foi confundida com uma pedinte quando saiu do banheiro do estabelecimento. Um segurança pediu que ela se retirasse.
“Discriminação racial na #Starbucks
No sábado passado na #Starbucks da Alameda Santos, o segurança tentou retirar nossa filha negra de dentro da loja, pois eles não aceitam pedintes. Disse que foi por ordem da gerência. Esta justificou que seguia a orientação da empresa.
Agradecemos à Policia Militar pela presteza do atendimento para registrar a ocorrência e as pessoas ficaram solidárias e se prontificaram a testemunhar na ação penal já em andamento.
Não podemos tolerar a discriminação racial em nosso país. Pedimos aos amigos que compartilhem e divulguem. Isto não pode e não ficará assim”, escreveu Jorge em rede social.
O segurança comentou que chegou a olhar para o lado para ver se tinha algum casal de negros que poderia ser pais da criança, mas não viu ninguém.
Tatiane contou em entrevista ao site da rádio “Banda B” que a filha ficou em choque. “Nossa filha nasceu do nosso coração e você não imagina a dor que sentimos com esta atitude de racismo e preconceito. O segurança pegou no braço da nossa filha e disse que ela tinha que sair e que o lugar não admite pedintes. Imagine como nossa pequena ficou. Em choque, não conseguia se mexer”.
A mãe conta ainda que a menina está muito abalada. “Na hora, ela primeiro ficou em choque, depois chorou muito e, por fim, ficou com medo, assustada. Estamos tentando distraí-la, mas ela está com dificuldades para dormir e comer. Pergunta o tempo todo por que fizeram isso comigo?”, conta a mãe.
Tatiane relatou também que o funcionário disse que estava “cumprindo ordens”. “Ele nos disse que um cliente reclamou dizendo que pedinte não podia entrar. Falei que era nossa filha e perguntei quem era o cliente. Ele mudou e falou que foi a gerente e que estava cumprindo ordens. Comentou, inclusive, que chegou a olhar para o lado para ver se tinha algum casal de negros que poderia ser pais da criança, mas não viu ninguém”.
Incidente é quando você queima a língua no café quente. Isso é racismo.
Ao “Banda B”, Tatiane disse que o Starbucks entrou em contato lamentando o “incidente”. “Isso não foi incidente. Incidente é quando você queima a língua no café quente. Isso é racismo. Vamos até as últimas conseqüências. É para que isso não se repita que estamos divulgando o caso agora”.
Em nota ao site “Banda B”, a empresa informou que “a acusação realizada é muito séria e não condiz de forma alguma com os valores e princípios que guiam a nossa caminhada. Não descansaremos até esclarecer os fatos e, se constatado algum desvio, identificaremos os responsáveis e tomaremos as providências cabíveis”.
“Nós da Starbucks entendemos que nosso propósito vai muito além de fornecer aos nossos clientes uma bebida preparada de forma perfeita. Nossa atividade, na verdade, mexe com a conexão humana. Nossos partners são preparados para se envolver com nossos clientes, dialogar e rir com eles, ainda que por apenas alguns minutos.
É com esse envolvimento mútuo que nos orgulhamos de ter criado um ambiente em que nos sentimos à vontade para encontrar amigos, familiares ou parceiros comerciais e onde certamente somos tratados com o respeito e a dignidade merecidos, independentemente de gênero, raça, etnia, orientação sexual, religião ou idade.
Prezamos pela ética, integridade e transparência em tudo o que fazemos. Nossa missão é inspirar e nutrir o espírito humano – uma pessoa, uma xícara de café e uma comunidade de cada vez.
A acusação realizada é muito séria e não condiz de forma alguma com os valores e princípios que guiam a nossa caminhada.
Tudo isso se reflete em nossas ações de responsabilidade social, nossos projetos de inclusão, de contratação de minorias, de desenvolvimento de jovens aprendizes e diversas horas de treinamento investidas em nossos partners para reforçar ainda mais os valores éticos e o padrão de excelência de nosso atendimento.
Em relação ao incidente relatado pelos clientes Jorge Ribas Timi e Tatiane Timi, tivemos a oportunidade de, pessoalmente e por telefone, lamentar pela experiência que a família teve em uma de nossas lojas. Esforçamo-nos muito para trazer momentos agradáveis a nossos clientes. É esse o sentimento que nos move, dia a dia, a sempre tentar melhorar o nosso atendimento e os nossos produtos.
Se existe, por parte da família, o sentimento de que a experiência não foi agradável, sem dúvida alguma, nós não atingimos o que era esperado e, por isso, estamos realizando uma apuração completa do ocorrido. A acusação realizada é muito séria e não condiz de forma alguma com os valores e princípios que guiam a nossa caminhada. Não descansaremos até esclarecer os fatos e, se constatado algum desvio, identificaremos os responsáveis e tomaremos as providências cabíveis.
Será bem-vinda a oportunidade de trabalhar com a família nessa causa – para fazer da forma correta e contribuir para uma comunidade cada vez melhor.
Ao nosso público em geral reafirmamos que a Starbucks tem um comprometimento de longo prazo com a diversidade e inclusão e não tolera qualquer desvio desses valores e princípios que guiam o nosso negócio.
Nosso canal de atendimento seguirá à disposição de todos.”
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