Sobrevivente desabafa: ‘Peguei Covid-19 sem nunca ter saído de casa’

Sabrina Lavor. Foto: Reprodução de Internet

Assim que começou a pandemia, a professora Sabrina Tainá Lavor Monteiro, de 32 anos, moradora de Santarém, no Pará, foi passar a quarentena na casa de uma amiga. As duas não saíam do local para nada, só recebiam entregadores de máscara e luvas e higienizavam tudo que chegava de fora. Ainda assim, ambas foram infectadas pelo novo Coronavírus.

Em relato publicado na revista “Marie Claire”, Sabrina contou que elas estavam sobrevivendo à quarentena assistindo a séries e lives, quando, no dia 22 de abril, Larissa apresentou os primeiros sintomas de Covid-19.

“Eu não me conformava. Como ela poderia ter sido infectada tomando tantos cuidados, seguindo todas as orientações? Vacilar era a única coisa que eu não podia. Além de usar máscara e luvas, ainda desinfetávamos todas as embalagens que recebíamos de supermercados e deliveries”, contou a paraense.

Como o vírus é altamente transmissível, Sabrina também manifestou os sintomas poucos dias depois. Mas, ao contrário de sua anfitriã, que melhorou em um intervalo razoável, ela passou 35 dias em estado grave. Uma tuberculose que teve meses antes agravou a situação.

“Ambas testamos positivo. Recebemos também a tomografia que mostrava um aspecto de vidro fosco, característico desse vírus, em pelo menos 15% do meu pulmão. Larissa estava um pouco melhor. Fiquei arrasada, rezando sem parar com medo de ter que voltar ao hospital”, desabafou a professora.

Depois de mais de um mês sentindo cansaço extremo, fortes dores no pulmão e entrar em desespero diversas vezes, Sabrina venceu a Covid-19 e garante que a situação lhe fortaleceu.

“Sabe aquele ditado que diz que ‘o que não te mata, te fortalece’. Faz todo sentido para mim agora. Sou portadora de fibromialgia, sobrevivente de um AVC, já passei por um zika vírus, tive recentemente uma tuberculose e agora também venci a Covid-19. Vi a morte de perto”, relatou.

Apesar de não ter certeza, ela acredita que a contaminação possa ter ocorrido durante a entrega de um lanche.

“Tínhamos pedido um bolo de chocolate e Larissa recebeu o entregador. Ela usava máscara e luvas, mas ele estava completamente desprotegido. Lembro bem disso porque comentamos o fato de ele estar exposto assim.Trabalhando na rua diariamente, sem qualquer amparo. Desinfetamos toda a embalagem com álcool gel, conforme manda o protocolo, mas acredito que alguma coisa escapou ao nosso controle”, finalizou.










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