Sidney Rezende: A cada mês, vemos Bolsonaro incorporar mais um militar ao governo

No quadro “Liberdade de Opinião” desta segunda-feira (8), Sidney Rezende comentou o número de militares que atuam no governo do presidente Jair Bolsonaro.

Além de ocuparem cadeiras em ministérios, 91 militares têm cargos de chefia em estatais vinculadas à União. O número é 10 vezes maior do que no governo anterior: Michel Temer encerrou a gestão com nove representantes das Forças Armadas em funções de comando.

Para Rezende, não há problema que militares da ativa ou reserva integrem o governo federal, pois muitos estão nos respectivos cargos “por mérito”.

“Estudos dizem que seriam de 6.500 a 8 mil militares que estariam dentro do governo. É menos de 10 mil, mas a cada mês estamos assistindo o governo Bolsonaro incorporando mais um”, comentou o jornalista. “De fato, depois da redemocratização, é o governo que mais incluiu militares dentro do seu corpo técnico e funcional.”

“Aí vejo um problema, que é se esses militares poderiam influir nos humores do alto comando da ativa. Porque [eles são] um foco de poder, agora passam a ter cargos, indicar pessoas, tomar decisões sob um ideário de toda uma vida baseada nos estudos que tiveram durante o curso da vida militar”, completou Rezende.

“Repare como o presidente Bolsonaro construiu o futuro dele. Primeiro, buscou apoio junto aos EUA. Depois, com Israel, que tem influência grande na área financeira em todo o mundo. Por fim, ele atraiu os militares para si, que é uma força muito grande internamente. (…) O problema não é nem de gestão ou administrativo, é outro: ter uma espécie de falta de compromisso daqueles que estão na ativa com respeito à Constituição”, concluiu o jornalista.

O “Liberdade de Opinião” tem a participação dos jornalistas Sidney Rezende e Alexandre Garcia, de segunda a sexta-feira, ao vivo, na CNN Brasil, às 9h, com reapresentação a partir das 13h e uma versão resumida no jornal das 19h15.

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