Sem insumos, Fiocruz adia de fevereiro para março entrega de vacinas da Oxford

Com atraso na chegada de insumos vindos da China para produzir a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que produz a vacina no Brasil, adiou de fevereiro para março a previsão de entrega das primeiras doses do imunizante.

Isso dificulta a vacinação nacional uma vez que a única vacina que se encontra no Brasil, a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, também apresentou incertezas quanto à importação dos insumos para fabricar o imunizante chinês.

Em nota, a Fiocruz explicou que ainda aguarda a confirmação do insumo-base para a fabricação das vacinas.

“Embora ainda dentro do prazo contratual em janeiro, a não confirmação até a presente data de envio do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) poderá ter impacto sobre o cronograma de produção inicialmente previsto de liberação dos primeiros lotes entre 8 e 12 de fevereiro”, informou a Fiocruz.

Segundo a fundação, o cronograma de produção será detalhado assim que a data de chegada do insumo estiver confirmada. “Ainda que sejam necessários ajustes no início do cronograma de produção inicialmente pactuado, a Fiocruz segue com o compromisso de entregar 50 milhões de doses até abril deste ano, 100,4 milhões até
julho e mais 110 milhões ao longo do segundo semestre, totalizando 210,4 milhões de vacinas em 2021″, diz o comunicado.

Diante da falha comunicativa entre o governo de Jair Bolsonaro e o governo da Índia, o país ainda não foi buscar as 2 milhões de doses prontas da vacina da Oxford/AstraZeneca no Serum Institute. No final de semana passada, o avião fretado pelo governo federal se preparou para voar, mas teve de ficar no aeroporto de Recife (PE) após o governo indiano anunciar que as entregas só iriam começar após o país iniciar sua vacinação.

A Índia começou neste final de semana a vacinar sua população. Nesta semana, o país deve começar a exportação de vacinas para o mundo. A prioridade de exportação, porém, é para países próximos, inicialmente, como Butão e Bagladesh. Enquanto o Brasil ficou no fim da fila.

Segundo a Fiocruz, o primeiro lote de matérias-primas oriundas da China deverão chegar no dia 23 de janeiro, “ainda aguardando confirmação”, e que as primeiras doses produzidas com essa matéria-prima deverão ser entregues ao Ministério da Saúde somente no início de março.

A Fiocruz justifica ser necessário mais de um mês para o fornecimento das doses, pois, além do tempo de produção do imunizante, as doses fabricadas nacionalmente precisarão passar por testes de qualidade que demorarão quase 20 dias.










 

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