Reparação: Mortos pela Ditadura Militar terão diplomação póstuma na USP

Justiça autoriza o governo federal a celebrar o Golpe Militar de 1964. Foto: Acervo

Reparação histórica. Acontece nesta sexta-feira (15), na Universidade de São Paulo, a cerimônia de lançamento do Projeto Diplomação da Resistência, criada para homenagear os alunos da USP assassinados durante a Ditadura Militar brasileira (1964-1985).

Na sexta, acontecem duas, das trinta e três diplomações previstas no projeto. Haverá a entrega dos diplomas honoríficos de Alexandre Vannucchi Leme e Ronaldo Mouth Queiroz, dois estudantes do Instituto de Geociências da USP (IGc) que foram assassinados durante o período de suas graduações na Universidade.

A cerimônia acontece às 15h no IGc, no endereço Rua do Lago, 562, Butantã, Zona Oeste de São Paulo, e será aberta ao público. Familiares e amigos dos dois estudantes também estarão presentes.

Alexandre Vannucchi Leme nasceu em Sorocaba (SP) em 1950. Em 2023, completaram 50 anos de sua captura por agentes do DOI-Codi/SP. À época, ele militava na Aliança Libertadora Nacional (ALN).

Conhecido como Minhoca, Alexandre foi visto pela última vez no dia 15 de março de 1973, aos 22 anos, enquanto assistia suas aulas no IGc da USP. Ele morreu após dois dias de tortura nas celas do DOI. Desde 1976, Alexandre dá nome ao Diretório Central dos Estudantes da USP (DCE Livre da USP).

Ronaldo Mouth Queiroz nasceu em São Paulo (SP) em 1947. Ele foi presidente do DCE Livre da USP entre 1970 e 1971. Após este período, Ronaldo passou a viver na clandestinidade fugindo das perseguições políticas.

O ex-estudante de Geologia da USP militava na ALN à época de sua morte, ainda sob circunstâncias não totalmente esclarecidas. Ronaldo teria sido executado por três agentes da repressão da Ditadura no dia 6 de abril de 1973. Seus restos mortais foram enterrados no Cemitério da Saudade, em São Paulo.

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