Rosa Weber dá dez dias para Bolsonaro explicar indulto a Daniel Silveira

Daniel Silveira e Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução/Twitter/Daniel Silveira

Daniel Silveira e Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução/Twitter/Daniel Silveira

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber determinou, na noite desta segunda-feira (25), que o presidente Jair Bolsonaro (PL) explique, em até dez dias, o indulto concedido ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) – condenado por atos antidemocráticos.

O despacho foi dado dentro da ação da Rede Sustentabilidade, que questionou a medida assinada pelo Chefe de Estado. A ministra é relatora no STF dos pedidos de suspensão da medida de Bolsonaro.

“Ao invés de se preocupar em combater os deletérios efeitos da inflação, das emergências sanitárias e do desemprego, [Bolsonaro] preocupa-se em fazer uma falsa defesa de o que é, tão somente para si, liberdade de expressão, a pretexto de ir ao encontro de uma suposta comoção social com um julgamento praticamente unânime do mais alto Tribunal do país”, declarou o partido na ação.

Rosa Weber também abriu prazo de até cinco dias para a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestarem após o período determinado para o presidente. Na decisão, a ministra disse que o processo tem “especial significado para a ordem social e a segurança jurídica”. É possível que a ministra submeta a questão diretamente ao plenário do STF.

Acordado pela maioria dos ministros do STF, Daniel Silveira foi considerado culpado, na última quarta-feira (20), de promover atos antidemocráticos e ameaçar instituições, sendo condenado a cumprir oito anos e nove meses de prisão, além de multa de R$ 212 mil e perda do mandato e direitos políticos. Um dia depois, no entanto, Bolsonaro assinou um decreto para extinguir a pena do deputado.

As denúncias contra o parlamentar foram baseadas em vídeos, divulgados por ele próprio entre 2020 e 2021, em que insultava e acusava vários ministros de cometer crimes, e falava em invadir o Congresso e o STF para retirar os integrantes “na base da porrada”.

Entre outras manifestações, o deputado teria defendido o retorno do Ato Institucional (AI) 5, instrumento da ditadura militar, para promover a cassação de ministros.

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