Deputado aciona MP contra prefeito e pastor por intolerância religiosa: ‘Endemoniados’

Foto: Reprodução da Internet

Foto: Reprodução da Internet

Na última semana a prefeitura de Itaboraí, cidade da região metropolitana do Rio de Janeiro, promoveu um evento em comemoração aos seus 189 anos. Foram quatro dias de celebração, com shows gratuitos. Porém, o que marcou a festa mesmo foi um ato de intolerância religiosa em plena praça pública.

Na última quinta-feira (19), o palco se tornou uma espécie de palanque onde qual o pastor Felippe Valadão discursou contra religiões de matriz africana, além de fazer ameaças aos praticantes desta denominações. O prefeito Marcelo Delaroli (PL) também estava presente no palco.

Esses endemoniados de Itaboraí, o tempo da bagunça espiritual acabou, meu filho. A Igreja está na rua, a igreja está de pé. Pode matar galinha, pode fazer farofa, pode fazer o que você quiser. E ainda digo mais, prepara pra ver muito Centro de Umbanda sendo fechado na cidade. Eu declaro, vem um tempo aí, ó, Deus vai começar a salvar esses Pais de Santo que tem aqui na cidade”, disse o pastor.

Nesta segunda-feira, em reação ao ocorrido, o deputado Estadual Átila Nunes (PSD) acionou o Ministério Público e entrou com duas representações por disseminação de ódio religioso e uso de dinheiro público. Além disso, protocolou denúncia no Decradi, a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância. De acordo com Átila, o ocorrido “é o reflexo da política do terrivelmente evangélico”.

O prefeito de Itaboraí, assim como muitos prefeitos pelo país, usam recursos públicos para promoverem shows gospels para atender aos vereadores da bancada religiosa“, afirmou o relator da CPI da Intolerância Religiosa, instalada na Alerj.

Segundo publicação no Diário Oficial, a prefeitura pagou um total de R$ 145 mil pelo evento. O deputado requer o ressarcimento do valor, gastos no show gospel, além de multa ao prefeito no mesmo valor. O dinheiro seria destinado às vítimas de intolerância religiosa.

No documento, Nunes solicitou a abertura de processo para apurar responsabilidade criminal do pastor, e também as devidas responsabilidades do prefeito. Além disso, o texto pede “a aplicação das penalidades devidas, de acordo com o grau de violação apurado”, em ambos requerimentos.

Leia também:

+ Com desistência de Doria, nome de Eduardo Leite ganha força no PSDB

+ Imposto de Renda: veja os principais erros que levam a Malha Fina

Comentários

 




    gl